quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Marcos 7.31-37

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 31: Outra vez, saindo Jesus das terras de Tiro, seguiu em direção ao mar da Galileia, passando por Sidom e atravessando a região de Decápolis.

Jesus havia saído de Cafarnaum e viajado 50 km até Tiro, cidade localizada na Fenícia, onde hoje é o Líbano. De lá, dirigiu-se à região de Decápolis.

Versículo 32: Então, algumas pessoas lhe apresentaram um homem, que era surdo e mal podia falar, e lhe suplicaram que impusesse sua mão sobre ele.

Hoje, pode parecer estranho que as pessoas procurassem por Jesus para serem curadas, e que poucos entendessem a mensagem que Ele trazia. Mas não podemos nos esquecer que na época em que Jesus viveu praticamente não havia como uma pessoa ser curada de sua doença. Por isso, onde quer que Jesus fosse, as pessoas logo O procuravam, pois conheciam o Seu poder de curar.

Versículo 33: Jesus conduziu o homem, a sós, para longe da multidão, e colocou os dedos nas orelhas dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua daquele homem.

Versículo 34: Depois, levantando os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, ordenou: "Efalá!", que quer dizer: "Abre-te".

Jesus demonstra, novamente, um imenso sentimento de amor ao próximo, pois usa Seus poderes para diminuir o sofrimento de uma pessoa.

Versículo 35: Entretanto, Jesus ordenou-lhe que não dissessem a ninguém o que ali se passara. Contudo, quanto mais Ele recomendava, tanto mais eles o divulgavam.

Jesus sabia que o mais importante era a mensagem das boas novas que trazia. Não queria que as curas realizadas chamassem a atenção dos seus opositores (fariseus e líderes judeus), pois isso atrapalharia a Sua missão.

Versículo 37: As multidões ficavam sobremodo maravilhadas e proclamavam: "Ele faz tudo de forma esplêndida! Faz tanto os surdos ouvirem como os mudos falarem."

O mais importante e maravilhoso que Jesus fazia era a maneira como explicava as coisas de Deus. Uma pessoa doente, que fosse curada por Jesus, poderia voltar a adoecer. Porém uma pessoa que fosse tocada por Seus ensinamentos jamais seria a mesma.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Marcos 7.24-30

Evangelho segundo Marcos 


Capítulo 7


Versículo 24: Então, partiu Jesus daquele lugar e foi para os arredores de Tiro e de Sidom. Entrou em uma casa e desejava que ninguém o soubesse; porém, não foi possível manter sua presença em segredo.

Após um confronto com os mestres da lei e os fariseus, que questionavam o motivo dos discípulos de Jesus não lavarem as mãos antes de comerem pão, Jesus parte de Cafarnaum e vai até Tiro.

Tiro era uma cidade localizada na Fenícia (atualmente, Líbano). Ficava a cerca de 50 quilômetros de Cafarnaum, a noroeste da Galileia. Era habitada por gentios (não judeus).

Desde o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus e Seus discípulos passaram a evitar os grandes centros habitados, pois Jesus queria evitar novos confrontos com os fariseus e dedicar o Seu tempo ao ensino dos apóstolos.

Versículo 25: De fato, assim que ouviu falar sobre Ele, certa mulher, cuja filha pequena estava com um espírito imundo, chegou e atirou-se aos seus pés.

Uma mãe, cuja filha era vítima de um processo obsessivo, procurou por Jesus, pois sabia que Ele poderia ajudar.

Versículo 26: A mulher era grega, de origem siro-fenícia, e implorava a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio.

Versículo 27: Mas Jesus lhe explicou: "Deixa primeiro que os filhos se alimentem até ficarem satisfeitos; pois não é justo tirar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos."

Jesus afirmou que Sua prioridade era servir o alimento (Seus ensinamentos) primeiro aos filhos (Seus discípulos) e não deixar que os animais de estimação (os gentios) interrompessem a reunião da família.

Versículo 28: Ao que replicou-lhe a mulher: "Sim, Senhos, mas até os filhotes dos cães, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças!"

A mulher não procurou discutir. Usando a mesma linguagem escolhida por Jesus, mostrou que estava disposta a ser considerada como um cachorrinho por causa de sua interrupção, desde que pudesse receber a cura para sua filha.

Versículo 29: Então Ele lhe declarou: "Por causa dessa tua resposta, poder ir em paz; o demônio já saiu de tua filhinha."

Versículo 30: Ao retornar ela para sua casa encontrou a criança jogada sobre a cama, pois o demônio a havia abandonado.

Jesus não havia se recusado a ajudar uma mãe aflita. Apenas, como de costume, usou a ocasião para transmitir Seus ensinamentos. Os judeus acreditavam que o Messias viria apenas para libertar o seu povo e fazer com que eles dominassem o resto do mundo. Jesus mostrou isso através de uma alegoria: "cães" era como os judeus se referiam aos que não eram judeus (gentios). Assim, na história vemos que o "pão" (ensinamentos) era destinado primeiramente aos judeus. A mulher disse que, enquanto o povo escolhido (os judeus) se alimentava, ela, como o "cão" embaixo da mesa, também poderia usufruir do que Jesus havia trazido.

Jesus demonstra que tinha consciência que Sua vida teria impacto em toda a humanidade, e não apenas para aquele povo naquele período da história.

Esse trecho do Evangelho também demonstra que a obsessão já era conhecida há mais de 2000 anos, e que um espírito como Jesus não precisava estar presente para agir sobre isso, bastava a sua vontade.




terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Marcos 7.17-23

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 17: Então, após haver deixado a multidão e entrado em casa, os discípulos pediram uma explanação sobre aquela parábola.

Os mestres da lei e os fariseus haviam criticado os discípulos de Jesus porque não lavavam as mãos antes de comeram pão, o que contrariava os costumes. Jesus disse que eles desrespeitavam os mandamentos de Deus, pois criaram uma regra que contrariava os ensinamentos de Deus.

Jesus também falou que o que contaminava os homens era o que saia da boca deles, e não o que eles comiam. Os Seus discípulos pedem que Ele explique o que isso quer dizer.

Versículo 18: Ao que Ele lhes declarou: "Ora, pois nem vós tendes tal entendimento? Não conseguis compreender que nada que entre no homem tem o poder de torná-lo impuro?

Versículo 19: Porque efetivamente não entra em seu coração, mas sim em seu estômago, sendo digerido e depois expelido." Ao fazer essa afirmação, Jesus proclamava puros todos os alimentos.

Jesus reforça a ideia que um alimento, ou outra coisa qualquer, não tem o poder de tornar uma pessoa impura, pois não atinge o que ela sente.

Marcos explica aos romanos, seu público-alvo, que Jesus havia declarado que eles estavam desobrigados de seguirem as leis do Antigo Testamento no que dizia respeito aos alimentos considerados impuros.

Versículo 20: E disse mais: "O que sai do ser humano é o que o torna impuro."

Versículo 21: Pois é de dentro do coração do homem que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios,

Versículo 22: as ambições desmedidas, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a difamação, a arrogância e a insensatez.

Versículo 23: Ora, todos esses males procedem do interior, contaminam a pessoa humana e a tornam impuras.

Jesus esclareceu que o mal provém do interior do homem, é gerado e alimentado em seu coração. Não é o que ele come que faz com que ele cometa esses enganos, mas o que ele pensa e como age.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Marcos 7.9-16

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 9: E acrescentou-lhes: "Sabeis sempre encontrar um meio de negligenciar os mandamentos de Deus, com o propósito de estabelecerdes a vossa própria tradição!

Um pouco antes, os fariseus e os mestres da lei estavam criticando os discípulos de Jesus por não lavarem as mãos antes de comerem pão, o que contrariava as tradições.

Jesus começa por explicar que eles, fariseus e mestres da lei, cumpriam as tradições, mas eram relapsos com relação a cumprirem a vontade de Deus, expressa em Seus mandamentos.

Versículo 10: Porquanto Moisés afirmou: "Honra a teu pai e a tua mãe." E mais: "Quem amaldiçoar a seu pai ou sua mãe será condenado à pena de morte."

Versículo 11: Contudo, vós afirmais: "Se uma pessoa disser a seu pai ou a sua mãe: 'Os bens com os quais eu vos poderia ajudar são Corbã', isto é, uma oferta dedicada ao Senhor,

Versículo 12: vós o desobrigais do dever de prestar qualquer ajuda de que seu pai ou sua mãe necessite.

Muitos judeus religiosos estavam afirmando que haviam feito "Corbã" (oferta) com os seus bens, ou seja, tinham doado o dinheiro, que seria destinado ao sustento de seus pais, aos sacerdotes do Templo. Através dessa lei, instituída pelos homens, eximiam-se da obrigação dada pela lei de Deus.

Versículo 13: Assim, conseguis anular a eficácia da Palavra de Deus, por intermédio da tradição que vós próprios tendes transmitido. E, dessa mesma maneira, procedeis em relação a vários outros assuntos.

Os fariseus estavam recorrendo a um texto isolado da lei: Números 30.1-2, que traz:
- versículo 1: Falou então Moisés aos chefes dos clãs das tribos de Israel: "Eis o que Jeová ordena:
- versículo 2: Se uma pessoa fizer um voto ao Senhor ou obrigar-se, por juramento, a cumprir uma promessa formal, não poderá violar sua palavra empenhada: tudo aquilo que for prometido por sua boca, assim deverá ser executado.

Com isso, acreditavam que, se uma pessoa prometesse dar os seus bens aos sacerdotes do Templo, esta pessoa estaria desobrigada de cumprir o mandamento de Deus que ordena que elas zelem pelo bem estar de seus pais.

Jesus ensina uma regra básica que devemos utilizar na interpretação de textos da Bíblia: a obediência a um mandamento específico das Escrituras jamais pode anular os outros mandamentos gerais de Deus.

Versículo 14: Jesus conclamou novamente a multidão para junto de si e lhes anunciou: "Ouvi-me, todos, e entendei!

Versículo 15: Nada existe fora da pessoa humana que, entrando nela, a possa tornar impura. Ao contrário, o que sai do ser humano é que o faz impuro.

Versículo 16: Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Os judeus tinham dezenas de regras que diziam o que era impuro e, portanto, deveria ser evitado. Como se não bastassem essas regras, os fariseus criaram outras tantas. Preocupavam-se em seguir as regras, mas não se preocupavam em entender a vontade de Deus.

O que sai da boca do homem (raiva, inveja, cobiça, etc) é o que o contamina, e não o que entra em contato com ele. Por exemplo, os judeus acreditavam que tocar numa pessoa morta iria contaminá-los, mas não tinham receio em mentir para condenar Jesus.

Precisamos tomar cuidado para não nos transformarmos em fariseus modernos, achando que, para sermos bons espíritas, devemos comer um tipo de alimento ao invés de outro, ou termos uma prática exterior qualquer. O que precisamos temer é o que sai de nossa boca, porque vem de nosso coração.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Marcos 7.1-8

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 1: E ocorreu que alguns mestres da lei e fariseus, vindos de Jerusalém, reuniram-se em volta de Jesus.

Os líderes religiosos judeus mandaram uma delegação de mestres da lei para fazerem uma espécie de auditoria teológica em Jesus, com o objetivo de encontrarem um motivo para O condenarem.

Versículo 2: Observaram que alguns dos seus discípulos comiam os pães com as mãos impuras, isto é, sem lavá-las.

Versículo 3: Pois os fariseus e todos os judeus não se alimentavam sem lavar as mãos de forma cerimonial, preservando a tradição dos antigos.

Na visão dos judeus, a pureza espiritual estava ligada à obediência de certos atos cerimoniais. Por exemplo: toda vez que um judeu retornava para casa, tinha que realizar um ritual de purificação.

Versículo 4: Quando chegam da rua, não tocam nos alimentos sem antes se banharem. Além disso há muitos outros costumes que guardam, como o lavar de copos, jarros e vasilhas de metal.

Versículo 5: Então os fariseus e os mestres da lei questionaram Jesus: "Por qual razão os seus discípulos não andam em conformidade com a tradição dos anciãos, mas tomam o pão com mãos impuras?"

Os mestres da lei não se preocupavam em saber como os discípulos de Jesus agiam, se eram pessoas que temiam (dedicavam profundo respeito e obediência) as leis de Deus ou não. Queriam saber se eles lavavam as mãos antes de comer ou não. Que diferença isso podia fazer no caráter de um homem?

Versículo 6: Ele, entretanto, lhes afirmou: "Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas; pois assim está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim.

Versículo 7: Em vão me adoram; as doutrinas que ensinam não passam de ordenanças humanas!'

No livro de Isaías, no Antigo Testamento, no capítulo 29, versículo 13, temos "O Senhor diz: Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens."

Isaías foi um dos grandes profetas do Antigo Testamento. Um profeta é uma pessoa que anuncia os desígnios (vontade, intenção, propósitos) de Deus, que prediz acontecimentos por inspiração divina. Isaías diz que o povo não cumpre a vontade de Deus, que O adoram da boca para fora apenas, não com o coração.

Jesus usa o texto do profeta Isaías para criticar os mestres da lei e os fariseus, que agiam da mesma maneira equivocada que o povo que vivia na época de Isaías.

Versículo 8: E assim abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos às tradições dos homens."

Os mandamentos de Deus estão registrados na Bíblia e são obrigatórios. As tradições, normas de conduta e estatutos dos antigos mestres não são bíblicos e, portanto, não são obrigatórios. Os judeus cumpriam as tradições, mas deixavam de lado as leis de Deus.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Marcos 6.53-56

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 53: Depois de atravessarem o mar, chegaram a Genesaré e ali aportaram.

Genesaré era uma planície pequena e fértil, localizada na parte ocidental do mar da Galileia.

Versículo 54: Logo que desembarcaram o povo reconheceu Jesus.

Versículo 55: Multidões viajavam por toda aquela região, levando seus enfermos em macas, para onde ouviam que Ele estava.

Versículo 56: E onde quer que Ele fosse ministrar, povoados, cidades ou campos, a população trazia os doentes para as praças. E imploravam-lhe que pudessem ao menos tocar na borda do seu manto; e todos os que nele tocavam eram curados.

A fama de Jesus havia se espalhado. Por onde quer que fosse, uma multidão o procurava. Todos queriam ser curados por Ele.

As pessoas sabiam que bastava que tocassem no Seu manto para serem curadas.

Ao lado de Seus ensinamentos, Jesus se preocupou com o bem-estar das pessoas. Mesmo que Ele soubesse que a doença era algo que estava servindo para a evolução delas, Ele tinha compaixão, e curava a todos.

Jesus sabia da necessidade de as pessoas entenderem e se relacionarem melhor com Deus. Ao mesmo tempo, tinha compaixão, e não perdia a oportunidade de diminuir o sofrimento delas.

Isso serve para avaliarmos a nossa atuação enquanto espíritas. Necessitamos divulgar o que a Doutrina Espírita ensina, a maneira como ela retoma os ensinamentos de Jesus. Mas não podemos deixar de procurar diminuir o sofrimento das pessoas. Só assim poderemos nos considerar verdadeiros discípulos de Jesus.