domingo, 28 de maio de 2017

Lucas 5.33-39

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 5


Versículo 33: Em seguida eles lhes observaram: "Os discípulos de João jejuam e oram com grande frequência, assim como os discípulos dos fariseus; no entanto, os teus vivem comendo e bebendo."

Jesus estava em um banquete oferecido por Levi, também conhecido como Mateus (um dos doze discípulos de Jesus e autor do primeiro Evangelho). Lá, os escribas e fariseus O haviam criticado porque estava em companhia de publicanos (coletores de impostos).

Não contentes com a crítica a Jesus, os fariseus e os escribas também criticaram os discípulos de Jesus, pois eles não agiam da mesma maneira que os discípulos de João Batista.

Versículo 34: Jesus então lhes propôs: "Podeis fazer jejuar os convidados para o casamento enquanto está com eles o próprio noivo?

Versículo 35: Contudo, dias virão em que lhes será tirado o noivo; naqueles dias, verdadeiramente jejuarão."

Jesus explica que Seus discípulos não devem se entristecer, pois Ele está presente. Depois de Sua morte, eles irão enfrentar tristeza e dificuldades, e aí jejuarão.

Versículo 36: E lhes acrescentou essa parábola para pensar: "Ninguém tira um remendo de roupa nova e o costura sobre roupa velha; se o fizer, certamente estragará a roupa nova; e, além disso, o remendo novo jamais se ajustará à roupa velha.

Jesus era a "roupa nova", pois trazia uma nova maneira do homem se relacionar com Deus.

Não se deve cortar uma roupa nova para remendar uma velha. Não adianta tentarmos colocar uma parte dos ensinamentos de Jesus ("remendo de roupa nova") numa "roupa velha" (antigas tradições), pois estaremos mutilando a roupa nova (os ensinamentos de Jesus), e deformando a "roupa velha", pois o "remendo novo" não vai se adaptar às velhas estruturas.

Jesus diz que ele é a "roupa nova", ou seja, trazia a nova maneira de o homem se relacionar com Deus. O judaísmo era a "roupa velha", que trazia a maneira antiga desse relacionamento se estabelecer. Ele afirma que não poderia mutilar os Seus ensinamentos para que eles se adequassem às antigas tradições.

Versículo 37: Da mesma maneira, não há alguém que coloque vinho novo em um recipiente de couro velho. Ora, se o fizer, o vinho novo, ao fermentar, arrebentará o recipiente, se derramará e danificará o recipiente onde fora colocado.

Versículo 38: Ao contrário! O vinho novo deve ser posto em um recipiente de couro novo.

Versículo 39: Pois pessoa alguma, depois de beber o vinho velho, prefere o novo; porquanto se dia: "o vinho velho é bom o suficiente."

O vinho novo era colocado em recipientes de couro para fermentar. Ao fermentar, produzia gases, o que fazia com que seu volume aumentasse, dilatando o recipiente. Se o vinho novo fosse colocado em um recipiente de couro velho, que tem uma capacidade muito limitada de se dilatar, acabaria por romper o couro, destruindo-o.

Assim também os ensinamentos de Jesus não podem ser colocados numa estrutura religiosa rígida, pois naturalmente vão se expandir, e se a estrutura onde estiverem não for flexível o suficiente, acabará por ser destruída.

O Espiritismo deve ter uma estrutura bastante flexível, que se adapte constantemente à evolução do homem. A nossa cultura já não é a mesma que a da época em que Kardec a codificou. Pequenas adaptações são feitas constantemente, embora os fundamentos permaneçam os mesmos.

Jesus alerta para o fato de as pessoas que estão acostumadas com "vinho velho" (antigas tradições) não aceitarem o "vinho novo", pois dizem que o vinho velho é sempre melhor. Isso pode ser verdadeiro para vinhos, mas não para o ensinamento vivo de Jesus.

Vemos pessoas acostumadas a antigas estruturas religiosas e que querem introduzir essas estruturas no Espiritismo. Isso não faz sentido, pois o Espiritismo veio para retomar o sentido original dos ensinamentos de Jesus, não para reforçar ideias equivocadas. Por isso, não temos cerimônias no Espiritismo.

sábado, 13 de maio de 2017

Lucas 5.29-32

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 5


Versículo 29: Então Levi ofereceu a Jesus uma grande festa em sua casa; e uma multidão de publicanos e de outras pessoas estava à mesa comendo com eles.

Levi, também conhecido por Mateus (autor do primeiro Evangelho) era um publicano (cobrador de impostos do Império Romano). Na época, os judeus estavam sob o domínio do Império Romano, que cobrava impostos do povo dominado. Levi, como muitos outros, era um judeu que estava a serviço dos romanos. Além de cobrar os impostos devidos, que já era suficiente para causar ódio aos judeus que tinham que pagar aos romanos que invadiram suas terras, os cobradores exigiam o pagamento de muito mais do que seria o correto, e com isso esses cobradores enriqueciam a olhos vistos, pois embolsavam o que cobravam a mais. Esses cobradores também representavam uma traição ao seu próprio povo, pois estavam a serviço do Governo que subjugava seu próprio povo. Em consequência disso, "publicano" era sinônimo de pessoa de atitude reprovável, e os judeus evitavam o contato com eles.

Jesus viu Levi na coletoria (repartição pública onde os impostos eram arrecadados) e o chamou. Imediatamente Levi abandonou tudo para seguir Jesus. Além disso, deu uma festa para comemorar, mostrando aos antigos colegas de profissão e a amigos o quanto estava contente em ter encontrado Jesus.

Versículo 30: Os fariseus e seus escribas reclamaram dos discípulos de Jesus: "Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?"

Fariseus: mestres da Lei de Moisés. Denominavam-se "guardiões da Lei" e pregavam que suas tradições e interpretações eram tão importantes quanto as Escrituras Sagradas. Esses religiosos tinham um zelo excessivo pelo cumprimento das regras.

Escribas: pessoas hábeis na arte da escrita. Eram responsáveis pelo estudo, interpretação e ensino da Lei e das tradições judaicas. A maioria era do partido dos fariseus.

Como se achavam "puros", os fariseus e seus seguidores não se misturavam com pessoas consideradas "impuras", pois temiam se contaminar. Por isso, não aceitavam que Jesus e Seus discípulos estivessem comendo com pecadores.

Versículo 30: Ao que Jesus lhes ponderou: "Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os enfermos.

Versículo 31: Eu não vim para convocar os justos, mas sim para chamar os pecadores ao arrependimento."

Jesus veio para todo aquele que precisa de ajuda. Ele não pede a perfeição de Seus seguidores, pois sabe que isso não é possível. São pessoas que se sentem infelizes, atormentadas, que precisam de ajuda.

Entretanto, depois que a pessoa entende a sua necessidade de seguir os ensinamentos de Jesus, que decide mudar sua vida, ela não precisa continuar com aspecto entristecido. É muito comum as pessoas acreditarem que, para serem consideradas boas seguidoras de Jesus, precisem ter uma cara séria, não demonstrando alegria.

O maior ensinamento de Jesus é o amor. E o amor é sempre alegre. Não devemos nos privar da oportunidade de demonstrarmos o quanto estamos felizes em seguir os ensinamentos de Jesus.

Jesus é fonte permanente de alegria. O amor que teve por nós transborda até hoje. Seu olhar amoroso nos segue onde quer que possamos ir. Vamos demonstrar essa alegria em ter Jesus no coração. Um sorriso no rosto, uma palavra amiga e acolhedora, uma atitude de carinho e consideração: são essas as atitudes de um verdadeiro espírita, que demonstra o quanto está feliz em servir a Jesus.

Cara fechada, silêncio, poucas palavras não significam seriedade e compromisso com Jesus. Significam apenas que a pessoa não está feliz.

Então, ao acordarmos, todos os dias, vamos agradecer por Deus nos ter dado mais uma oportunidade de fazer o que precisamos fazer, sendo hoje melhores do que fomos ontem. Não perfeitos, apenas melhores.


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Lucas 5.27-28

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 5


Versículo 27: Passados estes eventos, saindo Jesus, encontrou-se com um publicano, chamado Levi, sentado à mesa da coletoria, e o convocou: "Segue-me!"

Jesus estava morando em Cafarnaum, onde ensinava sobre as Boas Novas (significado da palavra "evangelho") e curava. Ele curou um paralítico e declarou que havia perdoado os pecados dele. Isso causou grande comoção nos doutores da Lei que estavam presentes, que acusaram Jesus de blasfêmia, pois só Deus podia perdoar os pecados.

Na época, a blasfêmia (enunciado ou palavra que insulta a divindade, a religião ou o que é considerado sagrado) era um crime cuja punição era a morte.

Jesus se declarou filho de Deus, confirmando que Deus é o Pai, o Criador, e um Ser distinto, não o próprio Jesus. Disse que Deus tinha dado a Ele a autoridade para perdoar os pecados.

O Espiritismo tem um conceito que é muito importante: não acredita que Jesus seja Deus. Deus é o Pai, o Criador. Jesus é Seu filho amado. Em nenhum momento Jesus declarou que era o próprio Deus; sempre deixou claro Sua condição de filho.

Quando Jesus saiu da casa onde estivera (e tinha curado o paralítico), encontrou-se com um publicano (que era um cobrador de impostos do império romano).

Na época de Jesus, os judeus estavam sob o domínio do império romano. Além da submissão política, os romanos cobravam pesados impostos dos judeus. Os cobradores de impostos, além de serem odiados pelos judeus, pois representavam os dominadores, também eram mal-vistos porque muitas vezes cobravam muito mais do que era devido, e embolsavam esse dinheiro. Além disso, eram considerados traidores, pois eram judeus a serviço dos romanos.

A coletoria era uma repartição pública onde os impostos eram arrecadados. Era, portanto, o local de trabalho de Levi (também conhecido por Mateus, e autor de outro evangelho).

Devido à má fama dos publicanos, os judeus evitavam até mesmo entrar em contato com eles. Jesus vê Levi e o chama. Isso mostra que podemos encontrar pessoas espiritualmente preparadas em qualquer lugar, não só naqueles tidos como "santos".

Levi, assim como os outros discípulos de Jesus, estava preparado espiritualmente para exercer a sua missão. O fato de ser um publicano não o impediu de fazer o que veio fazer.

Versículo 28: Levi levantou-se, abandonou tudo e seguiu a Jesus.

Levi tinha uma profissão que fazia com que ganhasse muito dinheiro. Entretanto, ao ser chamado por Jesus, abandonou tudo para O seguir.

Não importa o que fomos antes de recebermos o chamado de Jesus. O importante é que, depois disso, podemos deixar tudo para trás para O seguir. O "deixar tudo para trás" não se refere a bens materiais, mas sim antigas maneiras de pensar e agir. Jesus veio para trazer uma profunda mudança na maneira com que encaramos a vida. Essa mudança não vai ser conseguida num passe de mágica, ela vai demandar um esforço contínuo durante muitas existências.

Devemos nos esforçar por estudar os ensinamentos de Jesus todos os dias, meditar sobre eles e como colocá-los em prática. Só assim a mudança se concretizará.

A evolução espiritual é algo que cada um deve se esforçar para conseguir. É algo pessoal e intransferível. Cada um precisa abrir essa porta, que só pode ser aberta de dentro para fora, para deixar que Jesus entre em sua vida.

Não podemos "terceirizar" a obtenção do conhecimento. Outras pessoas podem até facilitar o acesso ao conhecimento, mas não podemos fazer com que outros os obtenham para nós. Por isso Jesus nos disse para batermos à porta, que ela se abriria. Bom estudo a todos nós.