Evangelho segundo Lucas
Capítulo 6
Versículo 37: Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados.
Certa ocasião, durante uma reunião mediúnica, o espírito que estava se comunicando disse que não deveríamos julgar as pessoas, pois já existia alguém "lá em cima" encarregado de fazer isso. A mensagem, muito simples em sua aparência, mas profunda, veio de um espírito que optava por se apresentar como criança, e calou fundo em todos os membros do grupo.
De fato, Deus é o único que tem discernimento suficiente para julgar a todos. Se Ele perdoa de maneira infinita, quem somos nós para não perdoarmos?
O cristão não deve censurar, e muito menos se entregar a comentários sobre a vida de outra pessoa. O julgamento de alguém, bem como a vingança ou punição, pertencem exclusivamente a Deus. Entretanto, não estamos isentos de responsabilidade de desenvolvermos senso crítico sobre o que presenciamos, nem sobre o discernimento entre o certo e o errado. Podemos não concordar com certas atitudes, mas isso não nos dá o direito de sairmos distribuindo juízo de valor a torto e a direito.
Versículo 38: Deem, e lhes será dado; uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês.
Jesus nos garante que as nossas ações sempre terão como consequências reações em nossas vidas. Essa é a lei do Universo, não podemos escapar dela. Assim, receberemos da vida o mesmo que fizermos aos outros. Não de maneira direta, mas a mesma energia, e da mesma intensidade.
Não existe um livro de contabilidade onde são escritos o que fazemos, tanto de bom quanto de ruim. Assim, se fizermos três boas ações, não significa que receberemos três coisas boas na vida. Mas podemos ter a certeza de que colheremos o que plantamos.
Estamos todos encarnados com a finalidade de aprendizado. Assim como em uma escola, uns aprendem mais rapidamente que outros, mas todos, no final atingirão sua meta, que é diferente para cada um. Além disso, o aprendizado é individual e intransferível. O fato de criticarmos alguém não traz nenhuma modificação nessa pessoa, e não faz com que nos tornemos pessoas melhores.
Devemos agir como o agricultor, que planta e serenamente aguarda a colheita. A bondade com que atuarmos sobre a vida do outro mais cedo ou mais tarde retornará para nós.
Se Jesus, modelo de perfeição, não criticou, e pregou o perdão, esse deve ser um ótimo exemplo a ser seguido.