domingo, 29 de outubro de 2017

Lucas 6.46-49

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 6


Versículo 46: "Por que vocês me chamam 'Senhor, Senhor' e não fazem o que eu digo?

Esta frase, dita por Jesus às pessoas que estavam à Sua volta, serve também para nós. Não adianta citarmos o nome de Deus (ou de Jesus) e não fazermos o que Ele nos ensinou.

O estudo religioso é essencial, pois é através dele que ficamos sabendo qual é a vontade de Deus. Mas se não existir a prática, o estudo se torna vão.

Praticar os ensinamentos de Jesus requer esforço. Todos os dias temos que nos lembrar do que Ele nos ensinou. A cada situação difícil do nosso cotidiano, devemos nos perguntar: O que Jesus faria nesse caso?


Versículo 47: Eu mostrarei com quem se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica.

Versículo 48: É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída.

Se tivermos a consciência de que a vida é apenas uma passagem, que somos seres imortais que estamos aqui em processo de aprendizagem, o enfoque de nossa atual (e breve) existência é totalmente diferente do que aqueles que acreditam que tudo acaba com a morte.

Ao pensarmos em nós mesmos como seres imortais, as coisas que são importantes são aquelas que dizem respeito ao espírito, e não à matéria.

Fundamentemos a nossa vida no que é real, e não no ilusório. O real é viver em conformidade com os ensinamentos de Jesus, sabendo que, ao partirmos desta existência, a única coisa que levaremos será nossas ações, e não os bens que acumularmos.

Quando fundamentamos nossa vida nos ensinamentos de Jesus, através do Espiritismo, sabemos que as situações difíceis que nos atingirão serão temporárias, e que têm como objetivo o nosso crescimento espiritual. Temos, assim, uma vida edificada sobre bases sólidas, duradouras.

Versículo 49: Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa."

Aquele que constrói sua vida baseado unidamente na vida material não tem alicerces. Ao experimentar a primeira adversidade, geralmente a perda de um ente querido, todo o seu projeto de vida vem abaixo.

Devemos nos preparar para momentos difíceis, não através de um pedido a Deus que nos livre das dificuldades, mas pedindo que Ele nos dê forças para que, junto a Ele, possamos superar essa dificuldade e sairmos mais fortalecidos desta experiência.

Cada um de nós tem uma missão para cumprir na Terra. Isso implica em passarmos por situações de aprendizado. Podemos ter uma única certeza: Deus está conosco em todos os momentos. Os ensinamentos de Jesus foram dados para nos auxiliar em nossa vida, e o Espiritismo nos assegura que todo sofrimento, desde que bem suportado, resulta em aprendizado.

Assim como toda pessoa quer ter uma casa sólida, que não sofra com os ventos e as tempestades, nós também devemos ter uma vida que resista às tribulações. Podemos conseguir isso ao escolhermos em que vamos fundamentar a nossa existência. Se optarmos por uma vida material, seremos tragados pelas dificuldades. Se optarmos pelas realizações espirituais, teremos sempre um lugar seguro onde nos apoiarmos.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Lucas 6.43-45

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 6


Versículo 43: "Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.

Versículo 44: Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas.

Versículo 45: O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.

Nossas ações dizem mais sobre o que somos do que o nosso discurso. Assim como sabemos que tipo de árvore estamos vendo ao analisarmos os seus frutos, uma pessoa também deve ser avaliada por aquilo que faz, e não pelo que fala.

Quando falamos alguma coisa a respeito de uma pessoa, o que falamos diz mais respeito a nós do que a respeito da pessoa de quem falamos. Precisamos analisar as nossas palavras, pois assim conseguiremos enxergar quem nós somos, realmente.

Também precisamos ter cuidado com o que falamos, pois ao falarmos, mobilizamos energias que não percebemos, e estimulamos o que existe em nosso interior. Temos, dentro de nós, as sementes de tudo o que existe em termos de bondade e de maldade. A semente que vai florescer é aquela que nós alimentarmos. Muito cuidado, portanto, com conversas inúteis e/ou sobre assuntos que não são do bem.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Lucas 6.39-42

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 6


Versículo 39: Jesus fez também a seguinte comparação: Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?

Como uma pessoa que não conhece muito bem o que pretende ensinar pode ensinar os outros? Como pode ter a pretensão de os guiar no caminho do conhecimento se ela própria desconhece esse caminho? Como uma pessoa que não conhece o Espiritismo pode querer ensinar isso às outras pessoas?

Para se obter um conhecimento minimamente aceitável do Espiritismo, deve-se estudar em profundidade (e não apenas ler) as obras básicas de Kardec, além de outras obras consideradas fundamentais de autores que se dedicaram ao estudo sério da Doutrina. Além disso, deve se dedicar aos estudos de diversos livros psicografados por Chico Xavier que se dedicam à compreensão do mundo espiritual.

Quando nos propomos ao conhecimento da fundamentação do Espiritismo, o "achismo" não tem lugar. A nossa opinião é muito importante, sem dúvida, mas não deve estar acima do que a Doutrina Espírita nos ensina. Ao expressarmos a nossa opinião, devemos deixar bem claro que estamos dando a nossa opinião, e não trazendo informações deixadas por estudiosos do tema.

O que vemos, muitas vezes, chega a beirar o temerário: uma pessoa mal preparada, sem conhecimento da Doutrina, falando para um público que não se preocupa em filtrar o que está ouvindo, ou, como nos ensinou Kardec, passar tudo pelo crivo da razão. Assim, temos uma pessoa que desconhece o assunto do qual está falando se dirigindo a pessoas que não sabem o que estão escutando. Isso vai resultar num desastre, certamente. Temos um cego conduzindo outro cego, por um caminho que ambos desconhecem. A chance de os dois caírem num buraco é muito grande.

Com isso, não queremos dizer que devemos nos transformar em religiosos radicais, intransigentes, recusando qualquer informação que não conste nas obras de Kardec. Mas daí a aceitar qualquer bobagem apenas porque é uma "inovação", a distância é muito grande.

Versículo 40: O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre.

Durante o processo de aprendizado, o aluno precisa se colocar acessível ao ensino. Caso se considere melhor do que aquele que está ensinando, no sentido de ter mais conhecimento, não vai conseguir aprender nada, pois acredita que já sabe tudo. Ninguém pode preencher um copo que já está cheio!

Terminado o aprendizado, o aluno está em condições de seguir o seu próprio caminho, rumo à aquisição de conhecimento. Depois de seu amadurecimento, estará preparado a ensinar, assim como foi ensinado.

Versículo 41: "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?

Versículo 42: Como você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho", se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.

Como podemos tentar ajudar a pessoa que está com um cisco no olho (uma coisa pequena) se nós temos uma trave (um pedaço muito grande de madeira) em nosso olho? Como pretendemos corrigir os defeitos (pequenos) em nosso semelhante, se não enxergamos os defeitos (grandes) que temos em nós? Não podemos modificar o outro, mas temos o potencial de nos modificarmos. Essa é a mensagem de Jesus: antes de querermos corrigir o outro, vamos corrigir a nós mesmos.