sábado, 27 de janeiro de 2018

Lucas 7.36-50

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 7


Versículo 36: Convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se à mesa.

Para os judeus, o convite para uma refeição tinha muito valor, representando um selo de amizade e reconhecimento. Por isso, tinha imensa importância ser convidado para fazer uma refeição em uma casa. Os convidados deveriam ser tratados com especial respeito, e existia uma cerimônia que envolvia o ato de compartilhar uma refeição.

Na época de Jesus, as refeições eram servidas em mesas baixas, e em volta dela ficavam divãs e almofadas. Os convidados ficavam reclinados sobre os divãs ou sobre as almofadas, com os pés voltados para trás. A comida era servida por escravos ou empregados.

Versículo 37: Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma pecadora, trouxe um frasco de alabastro com perfume, 

Versículo 38: e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume.

Versículo 39: Ao ver isso, o fariseu que o havia convidado disse a si mesmo: "Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma pecadora." 

Uma mulher, ao saber que Jesus estava num determinado local, vai até Ele, lava-lhe os pés com suas lágrimas, enxuga os Seus pés com os próprios cabelos e o unge com perfume, demonstrando profundo respeito por Jesus.

Os fariseus, acostumados a só prestarem atenção ao cumprimento das regras, não conseguem entender a cena. Apenas enxergam uma prostituta tocando Jesus, e julgam tanto Jesus como a mulher.

Versículo 40: Então lhe disse Jesus: "Simão, tenho algo a lhe dizer." "Dize, Mestre", disse ele.

Jesus sabia o que aquele homem estava pensando. Ao invés de o repreender e dar uma lição de moral, resolve fazer com que o homem entenda a situação. Usa uma história para que o ensinamento seja compreendido.

Versículo 41: "Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 
  
Um denário era o equivalente ao que um trabalhador braçal recebia por um dia de trabalho.

Versículo 42: Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais?"

Jesus coloca a situação de uma maneira bem simples, de modo que todos possam entender o que Ele pretende ensinar.

O fariseu, vaidoso por seu conhecimento das leis judaicas, achou que Jesus fosse um tolo, pois nem tinha percebido que a mulher que estava próxima a Ele era uma prostituta. Se Jesus tentasse explicar que, para Deus, todos são iguais, o fariseu não iria entender. Usou, então, de uma história que poderia acontecer no dia a dia daquelas pessoas. Assim, todos entenderiam a mensagem.


Versículo 43: Simão respondeu: "Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior." "Você julgou bem", disse Jesus.

O fariseu, vaidoso e orgulhoso, nem percebeu o motivo de Jesus estar contando aquela história. Ficou envaidecido por ter acertado a resposta, sem se preocupar com a finalidade daquela conversa.

Versículo 44: Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos.

Em sinal de cortesia, os convidados que chegavam, que estavam com os pés sujos, pois usavam sandálias (como as ruas eram de terra e, às vezes, barro, os pés se sujavam com frequência), tinham os seus pés lavados.

O fariseu, zeloso em cumprir todas as regras que existiam, esqueceu-se da mais simples gentileza ao receber um convidado. Embora chamasse Jesus de Mestre, não demonstrou respeito nem consideração quando O recebeu em sua casa.

Versículo 45: Você não me saudou comum beijo, mas esta mulher desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés.

Versículo 46: Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés.

O ato de ungir a cabeça com óleo era especialmente dedicado aos mestres da Lei. O fariseu nem ao menos considerou Jesus como um mestre da Lei, pois não deu a Ele o tratamento respeitoso que seria adequado.

Versículo 47: Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados; pois ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama."

Versículo 48: Então Jesus disse a ela: "Seus pecados estão perdoados."

Versículo 49: Os outros convidados começaram a perguntar: "Quem é este que até perdoa pecados?" 

Os judeus acreditavam que somente Deus tinha o poder de perdoar os pecados, por isso se espantam por Jesus ter perdoado aquela mulher.


Versículo 50: Jesus disse à mulher: "Sua fé a salvou; vá em paz."

Jesus reconheceu a vontade da mulher de se transformar e viver uma vida diferente. Diz que a fé que ela possuía a havia salvo.

Temos uma lição profunda numa simples história contada por Jesus: uma mulher, desprezada pela sociedade, mostra mais fé do que um que se considera um guardião das virtudes.


segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Lucas 7.24-35

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 7


Versículo 24: Depois que os mensageiros de João foram embora, Jesus começou a falar à multidão a respeito de João: "O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

Jesus explica a Seus discípulos e ao povo ao Seu redor quem era João Batista. Começa perguntando o que a multidão tinha ido ver no deserto. O povo tinha ido para ouvir a pregação de João Batista, e muitos tinham se arrependido e batizados.

Jesus informa que João Batista era autêntico e corajoso, assim como os maiores profetas de Deus tinham sido antes dele. Não era uma vara que se movia ao sabor dos ventos, isso é, não se curvava às ideias preconcebidas dos líderes religiosos.

Versículo 25: Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas esplêndidas e se entregam ao luxo estão nos palácios.

João Batista era um homem simples. Devido à consciência de sua missão, tinha optado por morar no deserto, afastado das pessoas, e vestia-se de maneira simples, com pele de animais, e comia o que encontrava no deserto. Austero e disciplinado, com uma vontade férrea, dirigia toda a sua atenção a cumprir a vontade de Deus. Seu modo de vida contrastava com o luxo e a ostentação daqueles que eram os doutores da lei.

Versículo 26: Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo e mais que profeta.

Versículo 27: Este é aquele a respeito de quem está escrito: "Enviarei o meu mensageiro à sua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti.

No livro de Malaquias, escrito quatrocentos anos antes do nascimento de João Batista, está a descrição de alguém que viria antes do Messias, preparando o caminho. Jesus confirma que João Batista é essa pessoa.

João Batista é muito mais do que um simples profeta, pois pregou a vinda do Messias, e revelou que Jesus era esse Messias tão esperado pelo povo judeu.

Versículo 28: Eu lhes digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João; todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele".

João Batista é o último dos profetas da Antiga Aliança. Após a vinda de Jesus, temos uma Nova Aliança, ou seja, uma nova maneira de nos relacionarmos com Deus.

Dentre as pessoas da Antiga Aliança, João Batista era o maior dentre elas. Entretanto, as pessoas que compreendessem a Nova Aliança, buscando o reino de Deus, seriam simbolicamente maior do que ele.

Jesus nos mostra o quanto a nova maneira de nos relacionarmos com Deus faz com que nos aproximemos do ideal de viver o reino da paz, da justiça e da igualdade (o reino de Deus).

Versículo 29: Todo o povo, até os publicanos, ouvindo as palavras de Jesus, reconheceram que o caminho de Deus era justo, sendo batizados por João.

Os publicanos eram cobradores de impostos, judeus conhecidos por sua moral duvidosa. Ao ouvirem o discurso de Jesus, convenceram-se de que João Batista estava agindo de acordo com a vontade de Deus, e se arrependeram.

Versículo 30: Mas os fariseus e os peritos na lei rejeitaram o propósito de Deus para eles, não sendo batizados por João.

Os encarregados de ensinar as leis de Deus não foram capazes de reconhecer que Jesus era o Messias esperado, e que João Batista era seu precursor. Se desconheciam isso, como poderiam ensinar as leis de Deus às pessoas?

Versículo 31: "A que posso, pois, comparar os homens desta geração?", prosseguiu Jesus. "Com que se parecem?

Versículo 32: São como crianças que ficam sentadas na praça e gritam umas às outras: " 'Nós lhes tocamos flauta, mas vocês não dançaram, cantamos um lamento, mas vocês não choraram'.

Versículo 33: Pois veio João Batista que jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: 'Ele tem demônio'.

Versículo 34: Veio o Filho do homem comendo e bebendo, e vocês dizem: 'Aí está um comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores".

Versículo 35: Mas a sabedoria é comprovado por todos seus seus discípulos."

Jesus disse que as pessoas eram semelhantes às crianças, desprezando o que era oferecido a elas. Veio João Batista com uma mensagem e comportamento austeros, e não foi aceito. Jesus veio com uma mensagem de alegria, e também foi rejeitado. Na verdade, elas não queriam nenhuma mudança, apenas queriam que as coisas continuassem como estavam.

Vemos a comprovação de quem eram João Batista e Jesus. Alguns os compreenderam, muitos os rejeitaram. Isso continua até os dias de hoje.


terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Lucas 7.18-23

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 7


Versículo 18: Os discípulos de João contaram-lhe todas essas coisas. Chamando dois deles, 

Versículo 19: enviou-os ao Senhor para perguntarem: "És tu aquele de haveria de vir ou devemos esperar algum outro?"

João Batista estava preso, e as informações que chegavam até ele eram incompletas. Envia, então, dois de seus discípulos para perguntarem diretamente a Jesus se Ele era o Messias que estavam esperando ou não.

Segundo as antigas profecias, o Messias viria libertar o povo judeu da escravidão, e havia muitos sinais que ajudariam a o identificar. João Batista sabia que estava preparando o caminho para a chegada do Messias, mas queria ter certeza de que Jesus era o Messias.

Versículo 20: Dirigindo-se a Jesus, aqueles homens disseram: "João Batista nos enviou para te perguntarmos: És tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro?"

Versículo 21: Naquele momento Jesus curou muitos que tinham males, doenças graves e espíritos malignos, e concedeu visão a muitos que eram cegos.

Ao invés de ficar discursando sobre quem Ele era, Jesus prefere demonstrar através de Suas ações. Como temos Jesus como modelo de como agir, isso também vale para nós: nossas ações devem falar mais do que nossas palavras. Temos inúmeras pessoas com um discurso maravilhoso, capazes de falar sobre Jesus com os olhos cheios de lágrimas, mas suas ações não correspondem ao discurso. Nossos atos devem  ratificar o nosso desejo de agirmos de acordo com a moral cristã, não nossas palavras.

Versículo 22: Então ele respondeu aos mensageiros: "Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os aleijados andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e as boas novas são pregadas aos pobres,

Versículo 23: e feliz é aquele que não se escandaliza por minha causa.

Jesus manda uma mensagem a João Batista. No Antigo Testamento, no livro de Isaías, existiam trechos a respeito do Messias. E Jesus fez o que estava descrito nesses trechos.

Sabemos que João Batista veio para preparar o povo para uma nova maneira de pensar que Jesus traria: não mais o Deus vingador de Moisés, mas o Pai amoroso. João pregava a necessidade de arrependimento, e dizia que os tempos haviam chagado. Sabia que não era o Messias, mas alguém que o anunciava.

Se temos João Batista como alguém que auxiliava na preparação do caminho de Jesus, o Espiritismo vem relembrar o que Jesus ensinou, acrescentando um novo conhecimento: esclarece o conceito de ressurreição, algo obscuro para os judeus, com uma nova ideia, a da reencarnação.