domingo, 29 de junho de 2014

Sobre o perdão

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 21: Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

Versículo 22: Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.

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Os rabinos ensinavam que se deveria perdoar os ofensores por três vezes. Pedro acreditou que estava sendo muito caridoso, pois achou que, ao invés de perdoar por três vezes, conseguiria perdoar até sete vezes. Jesus esclarece que devemos perdoar setenta vezes sete. Não precisamos de uma calculadora e um caderno de anotações para sabermos o quanto ainda devemos perdoar uma pessoa. Não é essa a ideia de Jesus. Ele diz que devemos multiplicar o número de vezes que perdoamos, pois Deus não fica contando quantas vezes já nos perdoou.

Não podemos imaginar Deus, em Sua infinita bondade e sabedoria, contabilizando os nossos erros. Ele sabe que somos ainda fracos e ignorantes, e por isso ainda vamos errar um infinito número de vezes. As pessoas que nos ofendem ou cometem algum ato que nos prejudicam também vão fazer isso, pois também, assim como nós, são fracas e ignorantes. Por isso, não devemos contabilizar os erros delas.

Em primeiro lugar, devemos perdoar a nós mesmos. Somos uma obra de Deus, mas ainda não estamos acabadas. Estamos em pleno curso de aprendizado. Permanecemos ignorantes e indecisos no rumo do nosso caminho à evolução. Temos ainda muito estudo pela frente, muita tentativa de acertar que vai acabar em erro, mas futuramente conseguiremos entender e praticar o que Jesus veio nos ensinar.

Em segundo lugar, perdoar os erros de uma pessoa não é a mesma coisa que permitir que ela, de maneira recorrente, continue a nos ferir. Isso seria falta de inteligência da nossa parte. Perdoar significa entender que esta pessoa, assim como nós, ainda não atingiu um grau significativo de entendimento no aspecto espiritual de sua vida, mas que um dia vai conseguir. Vamos nos manter livres da raiva, mas, tanto pela felicidade do ofensor (pois vamos dificultar que esta pessoa continue adquirindo compromissos futuros que vão ser difíceis de serem quitados) quanto a nossa própria, não vamos permitir que ela continue nos prejudicando. Se tivermos dúvidas quanto à melhor atitude a ser tomada, sempre teremos o recurso da prece, que mobilizará recursos para que tomemos a decisão acertada.

Além de tudo, quando pretendemos nos vingar, tomamos um veneno acreditando que o outro vá morrer. O desejo de vingança só envenena o nosso coração. Raiva, rancor, desejar o mal ao outro só vai prejudicar a nós mesmos. Estamos germinando plantas venenosas em nosso interior. Podemos fazer isso, mas não podemos fugia ao fato  de que, mais cedo ou mais tarde, teremos que colher tudo aquilo que plantamos. Assim, o perdão beneficia a nós mesmos. Seguiremos mais livres, mais leves pela vida afora. Não estaremos assumindo compromissos com pessoas que não nos fazem bem. A sensação de leveza de quem já perdoou é um dos melhores sentimentos do mundo. Equivale a ver o sol nascer depois de muitas horas de chuva. Vamos sempre pedir que Jesus ilumine o nosso caminho, ajudando-nos a seguir o caminho do bem e perdoando aqueles que um dia nos magoaram.

domingo, 22 de junho de 2014

Mateus 18, 15-20

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 15: Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e  repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;

Versículo 16: Mas se não te ouvir, leva ainda consigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.

Versículo 17: E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.

Versículo 18: Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.

Versículo 19: Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus.

Versículo 20: Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.

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Essas instruções de Jesus podem parecer, à primeira vista, bastante estranhas. Entretanto, se levarmos em conta que Ele falava a uma comunidade religiosa, o sentido fica mais claro.

Quando, dentro de um grupo religioso, houver discordância, devemos tentar falar em particular com a pessoa que está causando desentendimento. Se for esclarecido o mal-entendido, ganhamos um companheiro que estava se afastando dos ideais do grupo.

Caso o mal-entendido não se desfaça, podemos pedir a ajuda de um ou dois companheiros do grupo. Ouvindo outras pessoas se expressarem a respeito do problema, talvez o causador do conflito mude de ideia e de atitude.

Se, mesmo depois de tudo, a pessoa não se convencer de que está destoando do grupo e causando confusão, podemos expor o problema a todos os membros do grupo. Persistindo no caminho do engano, a pessoa causadora do conflito deve ser considerada como "um gentio", ou seja, aquele que não compartilha dos mesmos princípios religiosos, ou como "um publicano", que é aquele encarregado de explorar seus companheiros em benefício próprio.

Assim, aqueles que forem desligados do grupo, enquanto encarnados, também o serão após o seu desencarne, pois não existe comunhão de pensamentos entre eles.

Quando o grupo se decidir por fazer um pedido ao plano espiritual, este pedido, desde que esteja de acordo com as leis de Deus, será atendido. Se for para o crescimento espiritual do grupo, Deus não vai deixar de atender ao pedido.

Jesus também se compromete a estar presente quando estivermos reunidos em Seu nome. Logicamente que não vai estar presente em pessoa, mas Seus representantes certamente lá estarão.

Através da mensagem de Jesus, temos uma proposta de resolução de conflitos. Onde o ego ceda lugar ao amor, certamente estaremos realizando a vontade de Deus, e seguindo segundo Seu filho amado nos ensinou.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Mateus 18, 11-14

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 11: Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido.

Versículo 12: Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou?

Versículo 13: E, se porventura a acha, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram.

Versículo 14: Assim também não é a vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.

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Jesus usava de imagens intensas para permitir que Seus ouvintes se recordassem de Seus ensinamentos. Neste trecho, diz que um pastor abandona 99 ovelhas para ir procurar uma única que se perdeu. Jesus frequentemente usava temas que faziam parte do cotidiano das pessoas para que elas entendessem melhor o que tinha para ensinar.

Mais uma vez Ele traz conforto às pessoas. Diz que Deus não vai abandonar nenhuma das criaturas que criou. Caso ela se perca, sempre irá à sua procura, e ficará imensamente feliz quando a conduzir de volta a Ele.

Nem sempre seguimos o caminho do bem Nem sempre agimos de acordo com o nosso conhecimento sobre a verdade espiritual. Nem sempre aproveitamos o tempo e as oportunidades que Deus nos dá. No entanto, Jesus diz que sempre é tempo de retomarmos o caminho rumo a Deus. Não importa o quanto tenhamos errado, Deus sempre está à nossa espera de braços abertos, pois nunca desiste de nós.

Jesus já havia dito que o amor encobre uma multidão de pecados. O amor de Deus cobre todos os nossos erros e enganos. Muitas vezes, tentamos fugir da presença de Deus, mas Ele sempre está cuidando de nós. Sempre está lá, amoroso e paciente, nos conduzindo rumo ao amor.

Mais cedo ou mais tarde, todos nós entenderemos que Jesus veio pregar o reino do amor e da justiça segundo as leis de Deus. Nenhum de nós permanecerá eternamente no erro, pois Deus não permite que seja assim. Se quisermos diminuir o nosso sofrimento, busquemos o aprendizado pelo amor, pois se abrirmos mão disto, certamente teremos que experimentar o caminho da dor.

sábado, 14 de junho de 2014

Mateus 18, 6-10

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 6: Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.

Versículo 7: Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!

Versículo 8: Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.

Versículo 9: E se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.

Versículo 10: Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.

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Jesus diz que seria preferível que uma pessoa amarrasse uma pedra no pescoço e se atirasse ao mar do que escandalizar uma criança que acredita nEle. Podemos ampliar esse raciocínio pensando que o mesmo se aplica a uma pessoa que, ao pregar em nome de Deus, causa escândalo a outra que está apenas iniciando seu contato com a religião.

Quando uma pessoa está começando a ter contato com uma religião, ela ainda não possui discernimento entre o certo e o errado. Tudo o que ela escuta, em um templo religioso, acredita que é o certo, pois não passa pela cabeça dela que as pessoas que pregam também podem estar enganadas. Assim, aquele que, ao falar em nome de Deus, induz o outro ao erro, incorre em sério engano, e terá que arcar com as consequências disso.

Com o passar do tempo, o iniciante tem por obrigação se aprofundar no estudo da religião e ampliar o seu discernimento, sabendo a diferença entre o joio e o trigo. Enquanto isso não ocorre, temos que ter imenso cuidado com o que falamos a este iniciante.

Jesus diz que os escândalos são necessários. Isso não quer dizer que devamos sair por aí causando escândalo. O motivo é que, como ainda pertencemos a um planeta de expiação e provas, os escândalos são inevitáveis, pois os espíritos que aqui habitam (inclusive nós mesmos) possuem um grau pequeno de  evolução. No entanto, Ele nos alerta que aqueles que causam escândalo não ficam imunes às consequências do mal que causam, principalmente se estiverem fazendo isso em um templo religioso.

Quando Jesus diz que é melhor arrancar o objeto que nos causa escândalo do que entrar nesta vida para cairmos em erro, isso só pode acontecer se o fizermos antes de reencarnarmos. É assim que entendemos a expressão "entrar na vida", que é o nosso nascimento. Consequentemente, muitos de nós podemos ter escolhido certos problemas físicos que vão nos servir de freio para que não cometamos os mesmos erros de sempre.

Jesus também nos aconselha a termos um cuidado  especial com as crianças, pois seus anjos da guarda estão sempre em contato com Deus. Se tivermos a pretensão de melhorar este planeta, a resposta está aí, pois nenhum investimento pode trazer um retorno maior do que a evangelização das crianças. Na infância, o espírito que reencarnou está mais susceptível às influências externas, podendo ser corrigido em suas fraquezas e orientado em direção aos ensinamentos de Jesus.

A educação religiosa, tanto de crianças quanto de adultos, não deve ser negligenciada. É a parte mais importante da vida terrena. Somente ajudando as pessoas a valorizarem a vida espiritual teremos as mudanças que vão transformar a humanidade.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Mateus 18, 1-5

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 1: Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?

Versículo 2: E Jesus, chamando um menino, o pôs no  meio deles,

Versículo 3: E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.

Versículo 4: Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus.

Versículo 5: E qualquer que receber em meu nome um menino tal como este, a mim me recebe.

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Os discípulos de Jesus, que tinham o privilégio de conviver com Ele durante todo o tempo e desfrutar constantemente de Seus ensinamentos, fizeram uma pergunta muito tola: qual deles era o  melhor, o que ocuparia uma posição de destaque no reino dos céus.

Como de costume, Jesus aproveita uma situação aparentemente pueril para transmitir Seus ensinamentos profundos. Se fosse um homem comum, Jesus simplesmente diria: Vocês não entenderam nada do que tenho ensinado até agora. Mas como Ele era incomum, mais uma vez transmitiu Seus ensinamentos.

Jesus diz que eles, os discípulos, precisavam se converter, ou seja, voltarem-se completamente a Deus. Precisamos de uma dedicação completa a Deus para que O vejamos com os olhos inocentes e crédulos de uma criança.

Durante a infância, enquanto a criança ainda não foi modificada pelos adultos, ela consegue olhar para tudo como se estivesse diante de um tremendo milagre. Tudo adquire a aparência do fantástico. Pode passar horas a fio brincando, sem se dar conta do mundo à sua volta. Neste seu mundo, ainda não entraram a maldade nem o preconceito.

Se nos voltarmos completamente para Deus, olhando-O com inocência e admiração, certamente teremos uma posição de destaque em nossa evolução espiritual, pois nos dedicaremos a Ele de corpo e alma, sem nos importarmos com o que esteja à nossa volta.

A humildade da criança vem do fato de ela não acreditar que existem pessoas melhores ou piores. As pessoas são simplesmente pessoas, nem mais nem menos. Se conseguíssemos ter esta visão, desprovida de vaidade, nosso caminho espiritual seria muito melhor.

Quando Jesus diz que quem recebe um menino, a Ele o recebe, podemos entender de duas maneiras:
- quem dá abrigo a uma criança é como se o fizesse a Jesus em pessoa;
- quem dá abrigo a um seguidor de Jesus é como se O abrigasse.
Podemos ter a certeza de que todo o bem que fazemos é como se estivéssemos feito a Jesus, pois Ele é, em nosso planeta, o representante direto de Deus, exemplo a ser seguido e guia confiável.

Devemos sempre estar atentos não permitindo que a vaidade nos governe. Jesus sempre advertia sobre isso. Neste trecho, Ele explica que quem quer ser o melhor, precisa ser o menor dentre todos. Deve ser inocente como uma criança, não fazendo alguma coisa para ter uma posição de destaque, mas pelo prazer de servir a Deus.

domingo, 8 de junho de 2014

Mateus 17, 24-27

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 17


Versículo 24: E, chegando eles a Capernaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as didracmas?

Versículo 25: Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios?

Versículo 26: Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos;

Versículo 27: Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáder; toma-o, e dá-o por mim e por ti.

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Na época de Jesus, todos os homens judeus tinham que pagar impostos para a manutenção do templo. Esses cobradores montavam tendas para efetuarem a cobrança.

Quando Jesus chegou à cidade de Cafarnaum, um desses cobradores abordou Simão Pedro e perguntou se Jesus não iria pagar o imposto. Ele, ao invés de responder apenas por si mesmo, diz que Jesus também pagaria.

Ao invés de repreender Pedro por ter respondido de maneira não adequada, Jesus mais uma vez aproveita a oportunidade para ensinar.

Jesus diz que os filhos do rei não tinha que  pagar impostos ao rei. Com isso, Ele reafirma sua condição (e a condição de todos os outros homens, também) de filho de Deus, ou seja, não existe uma relação de submissão entre o povo e os religiosos, pois todos são filhos de um mesmo Pai.

Jesus prossegue em seu ensinamento. Diz que, para não causar escândalo, iria pagar o imposto. Como não tinha o dinheiro, manda que Pedro saia para pescar, pois o dinheiro vai ser encontrado na boca do primeiro peixe que pescar. Assim, mostra que, toda vez que existe uma necessidade real, Deus provê o necessário.

Jesus aproveita uma situação simples, do cotidiano, para trazer ensinamentos profundos, cujo significado, para ser entendido e absorvido, pede um momento de reflexão.

Muitas vezes, acreditamos que os ensinamentos contidos no Evangelho não estão ao alcance das pessoas comuns, pois só os estudiosos do assunto  conseguem entender a mensagem. Na realidade, a mensagem de Jesus é simples, pois ela se dirige aos homens simples. Talvez por isso haja tanta confusão nas interpretações.

Precisamos só de paciência, boa vontade e dedicação. Vamos ler e reler os evangelhos, e procurar a informação que nos falta nos livros que se dedicam a interpretar esses textos. Podemos contar com a ajuda de inúmeras obras, que podem ser encontradas tanto nas bibliotecas dos centros espíritas quanto na internet (sugiro procurar sites como "Candeia Livraria Espírita" e  "Federação Espírita Brasileira", setor de livraria.

Boa leitura a todos.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Mateus 17, 22-23

Evangelho segundo Mateus

Capítulo 17


Versículo 22: Ora, achando-se ele na Galileia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens;

Versículo 23: E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.

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Jesus sabia que, em breve, seria morto pelo Seu próprio povo. Não foram os romanos que pediram a morte de Jesus; eles apenas executaram a vontade do povo judeu.

Os judeus esperaram, durante muitos anos, por um rei que os libertasse do domínio dos outros povos. Quando veio Jesus, não quiseram acreditar que Ele era o Messias, aquele que libertaria o povo.

Nos dias de hoje, podemos pensar que os judeus foram muito ignorantes por não perceberem que estiveram frente a frente com o Messias, mas não o reconheceram. Jesus trazia a liberdade para toda a humanidade, não apenas para um povo.

Entretanto, quem de nós consegue enxergar a presença de Deus em suas vidas? Quando Deus nos envia uma situação ou uma pessoa para agir em nossas vidas, conseguimos ter consciência disso e aproveitar a oportunidade? Estamos sempre pedindo coisas inúteis e tolas, que só servem para trazer satisfação para o momento presente. Quando Deus envia algo do qual nós realmente necessitamos, nós conseguimos nos dar conta disso?

Vivemos dizendo que aceitamos a vontade de Deus, mas na prática existe um porém: a vontade de Deus deve coincidir com a nossa. Agindo dessa maneira, fechamos as portas para o maravilhoso que pode vir a acontecer, e queremos apenas a mediocridade com a qual estamos acostumados.

Ainda somos muito infantis no que diz respeito à evolução espiritual.  Muitas vezes chegamos mesmo a pedir que Deus se manifeste em nossas vidas para cumprir a nossa vontade. Queremos que Ele prove a Sua existência realizando os nossos desejos. Entretanto, quando Ele se expressa, mostrando o que deseja de nós, agimos como uma criança que não ganhou o que esperava no Natal: jogamos o que ganhamos fora, e gritamos lamentando o que não conseguimos.

Devemos aceitar de verdade a vontade de Deus. Se sabemos que Ele é infinitamente justo e bom, tudo o que vier da parte dEle só pode ser bom. Mais do que dizer da boca para fora, precisamos sentir em nossos corações que Deus está no comando de nossas vidas. Podemos até não entender a vontade dEle, mas devemos aceitar. A isso chamamos de fé.

Confiar mais e reclamar menos: eis um caminho que só nos fará crescer.

domingo, 1 de junho de 2014

Mateus 17, 14-21

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 17


Versículo 14: E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante dele, e dizendo:

Versículo 15: Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água;

Versículo 16: E trouxe-os aos teus discípulos; e não puderam curá-lo.

Versículo 17: E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.

Versículo 18: E repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou.

Versículo 19: Então os discípulos, aproximando-se de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo?

Versículo 20: E Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá - e há de passar; e nada vos será impossível.

Versículo 21: Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.

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Jesus, movido pela compaixão, ajuda o pai do menino. Aproveita também para alertar os Seus discípulos, pois diz que a falta de fé deles é que tinha sido a responsável pelo fracasso na ajuda ao menino.

Muitos de nossos problemas não são resolvidos não porque Deus deseje que continuemos a sofrer, mas porque, devido à nossa falta de fé, não nos fazemos acessíveis à ajuda do plano espiritual. Isto se deve à falta de sintonia de nossa parte; vibramos de maneira tão desequilibrada que nem conseguimos captar a ajuda que nos é enviada.

Jesus também diz que, para certos tipos de espíritos momentaneamente dedicados ao mal, é necessário o jejum e a oração, ou seja, um preparo espiritual maior do que o habitual. Ele não nos diz que se necessita de fórmulas mágicas ou objetos especiais; apenas jejum e oração. Qualquer autoridade que pretendamos ter sobre os espíritos que carecem de evolução moral depende do nosso esforço e dedicação no nosso próprio desenvolvimento moral. Esta autoridade não pode ser obtida através de um cargo ou um título, mas apenas por esforço pessoal.

Muitas pessoas gostariam de, nos Centros Espíritas, ter posição de destaque nas reuniões mediúnicas, sendo encarregadas de esclarecer os espíritos através da "doutrinação". Será que estão preparadas para isso? Possuem o conhecimento doutrinário necessário? Conseguem perceber a intuição dada pelos mentores espirituais da Casa? Não são presas fáceis da vaidade? Vamos relembrar o alerta de Jesus, pois apenas através da nossa busca constante pelo aprimoramento moral poderemos ter autoridade sobre certos espíritos.