sábado, 30 de agosto de 2014

Mateus 20, 20-28

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 20


Versículo 20: Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido.

Versículo 21: E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.

Versículo 22: Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos.

Versículo 23: E diz-lhes ele: Na verdade bebereis o meu cálice, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado.

Versículo 24: E, quando os dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmãos.

Versículo 25: Então Jesus, chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes dos gentios são estes dominados, e que os grandes exercem autoridade sobre eles.

Versículo 26: Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal;

Versículo 27: E qualquer que entre vós quiser ser o primeiro seja vosso servo;

Versículo 28: Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.

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Jesus estava a caminho de Jerusalém com seu grupo de apóstolos. Nos versículos 17 a 19 deste capítulo, Ele fala pela terceira vez que vai ser morto pelos sacerdotes, e que ressuscitará no terceiro dia.

Neste grupo, surge a mãe de Tiago e João, filhos de Zebedeu. Ela se prostra diante de Jesus, e pede que seus dois filhos tenham uma posição de destaque no reino dos céus, um sentado à direita e um à esquerda de Jesus. Até mesmo os outros discípulos e as pessoas que conviviam com Jesus pareciam não ter entendido que o reino que Jesus vinha trazer não era um reinado material. Eles esperavam um país judeu forte e poderoso, e queriam uma posição de destaque neste governo.

Jesus diz que os três não sabem o que estão pedindo, isto é, não tinham a menor noção do que pediam e do que Jesus iria passar. Ele pergunta se os dois poderiam "beber o cálice" que Ele haveria de beber. Esta expressão significava "compartilhar o destino de alguém". Sem refletirem, Tiago e João levianamente se colocam no mesmo nível que Jesus, e respondem que estão prontos. Provavelmente eles imaginavam que Jesus iria assumir o trono do novo governo que seria estabelecido, não percebendo que Jesus já havia avisado que seria morto.

Jesus diz que os irmãos compartilhariam o Seu destino. Sua previsão se cumpriu: Tiago foi o primeiro apóstolo a ser morto por causa de Jesus, e João foi exilado. Jesus também explica que o se sentar à direita ou esquerda dEle, ou seja, compartilhar do comando no reino dos céus, caberia apenas a Deus determinar.

Ao ouvirem o absurdo que a mãe de Tiago e João estava pedindo, os outros discípulos ficaram indignados. Jesus percebeu isso, e os chamou à parte. Explicou que, no mundo, os mais fortes e poderosos são os que dominam, mas que no reino dos céus era mais importante servir do que ser servido.

Também podemos refletir que o ato de servir nos livra de muitos problemas. Além da vantagem óbvia de não cultivar a nossa vaidade, faz com que desviemos o foco do nosso sofrimento para enxergar o outro. Deixamos de nos lamentar, achando que somos os que mais sofrem no mundo, para enxergarmos a necessidade do próximo. Podemos economizar anos de sofrimento no umbral se trocarmos a auto-piedade pelo amor ao próximo.

Através deste ato impensado da mãe de Tiago e João, Jesus nos esclarece que o ato de servir nos faz grandes perante Deus.


domingo, 24 de agosto de 2014

Mateus 20, 17-19

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 20


Versículo 17: E, subindo Jesus a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no caminho disse-lhes:

Versículo 18: Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte.

Versículo 19: E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem, e ao terceiro dia ressuscitará.

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Esta é a última viagem de Jesus a Jerusalém. Ele desejava celebrar Sua última Páscoa com Seus discípulos. Uma multidão o acompanhava.

Percebendo que Seu tempo estava se esgotando, Jesus chama Seus doze discípulos e afirma, pela terceira vez, que seria preso pelos sacerdotes e escribas, que o condenariam à morte. Os gentios, termo usado para os que não eram judeus, eram representados pelos romanos, que O executariam, mas Ele ressuscitaria ao terceiro dia.

Os apóstolos de Jesus, embora com mais conhecimento que a maioria das pessoas e convivendo com Jesus, pensavam de maneira muito parecida que a do povo judeu: esperavam um Messias que viria para liderar o exército para os libertar do domínio de outro povo. Por isso, nos trechos anteriores e nos próximos deste evangelho, eles vão discutir que posição cada um vai ocupar no novo reinado que Jesus supostamente vai estabelecer. Pensavam em termos de cargos políticos, pois não entenderam quando Jesus afirmou que Seu reino não era deste mundo.

Jesus mais uma vez os alerta sobre o que está para acontecer, mas os discípulos continuam sem ter a real compreensão do que vai se desenrolar.

Para nós, que lemos hoje este trecho, estes discípulos parecem um pouco tolos, pois se recusam a perceber que Jesus está prestes a morrer. Nós, espíritas, sabemos que a vida atual é apenas um breve momento, e que já existíamos antes e vamos continuar a existir depois da morte do nosso corpo. Entretanto, vivemos como se fôssemos durar para sempre, com medo até mesmo de mencionar a palavra "morte". Não entendemos que a vida verdadeira está no mundo espiritual. Assim, agimos de maneira tão ou mais tola do que os discípulos de Jesus, não nos preocupando em colocar em prática o que Ele veio nos ensinar, pois achamos que sempre teremos o dia de amanhã para o fazer.Muito cuidado, pois temos garantido apenas o momento. Nenhum de nós pode ter a certeza de que vai acabar o dia que acabou de começar. O momento de agir é aqui e agora.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mateus 20, 1-16

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 20


Versículo 1: Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

Versículo 2: E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.

Versículo 3: E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça.

Versículo 4: E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

Versículo 5: Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

Versículo 6: E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

Versículo 7: Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.

Versículo 8: E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até os primeiros.

Versículo 9: E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um;

Versículo 10: Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um.

Versículo 11: E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família.

Versículo 12: Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.

Versículo 13: Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro?

Versículo 14: Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.

Versículo 15: Ou não me é lícito fazer o que quiser com o que é meu?  Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

Versículo 16: Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

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Jesus compara o reino dos Céus a um proprietário que saiu, ao nascer do sol, para contratar trabalhadores para a sua plantação de uvas.

Antigamente, os trabalhadores que estavam em busca de um serviço ficavam em uma praça, onde poderiam ser encontrados e contratados como trabalhadores avulsos, que receberiam por dia trabalhado. Era costume, para os trabalhadores pobres, que eles fossem pagos no final do dia trabalhado.

Na parábola, o pai de família, que tinha a plantação de uvas, vai e oferece um denário (ou um dinheiro) como pagamento, que era a quantia que habitualmente se pagava por cada dia de trabalho.

Por volta das 9 horas da manhã, o proprietário volta ao local e encontra alguns trabalhadores desocupados. Manda que eles se dirijam à plantação e diz que pagaria o que fosse justo. Sem perguntarem a quantia, eles vão trabalhar.

Ao meio-dia e às três horas da tarde, o mesmo acontece: os trabalhadores são contratados e enviados à plantação.

Às cinco horas da tarde, o proprietário está na praça novamente, e encontra trabalhadores que não haviam sido contratados. Pergunta o motivo de não terem trabalhado o dia todo. Os trabalhadores disseram que ninguém os havia contratado. Ele manda que eles se dirijam à sua plantação.

No final do dia trabalhado, o dono da plantação manda que seu administrador pague os trabalhadores, começando pelos que haviam chegado por volta das cinco horas da tarde. Todos os trabalhadores, independentemente do horário que haviam chegado, receberam a mesma quantia: um denário.

Os trabalhadores que foram os primeiros a chegar começaram a reclamar, pois achavam que mereciam receber mais do que qualquer outro, pois trabalharam mais. O proprietário disse que não estava sendo injusto, pois pagou exatamente o que foi combinado, nem mais, nem menos, e que ele podia fazer o que quisesse com o seu dinheiro.

Jesus usou um relato de algo muito presente no cotidiano do povo hebreu: recompensa pelo trabalho executado. Fez uma analogia com o reino de Deus. Muitas estórias eram contadas, pelos rabinos, desde a época do Antigo Testamento, com a finalidade de mostrar que Deus recompensava quem trabalhava de acordo com a intensidade do trabalho: trabalhou bastante, recebeu bastante; trabalhou pouco, recebeu pouco. Jesus, no entanto, muda o final da estória.

Aqueles que acreditam que estão servindo a Deus mas têm como único objetivo receber bênçãos e favores no futuro, não conseguirão alcançar o seu objetivo. Não é levado em conta o número de horas que uma pessoa se dedica a Deus, mas a intensidade com a qual se dedica.

Jesus diz também que não é porque uma pessoa está há mais tempo no caminho de Deus que ela vai receber uma recompensa maior. Ninguém pode receber "duas vezes" o reino dos Céus. Todos vão receber a mesma coisa. Quando uma pessoa atinge a maturidade espiritual, não tem como ela conseguir mais "reino dos Céus" do que outra.

Quer uma pessoa se dedique à vida espiritual há muitos séculos ou apenas há alguns anos, uma vez que ela atinja o entendimento, é só isso o que importa.

Jesus também esclarece que muitos são chamados a trabalhar em nome de Deus, entretanto poucos são os escolhidos para esse trabalho, pois são poucos os que realmente se dedicam a realizar a vontade de Deus (e não sua própria vontade).

domingo, 10 de agosto de 2014

Mateus 19, 27-30

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19



Versículo 27: Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?

Versículo 28: E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre os doze tronos, para julgar as doze tribos d'Israel.

Versículo 29: E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

Versículo 30: Porém muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.

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Pedro quer saber que recompensa vai receber por ter abandonado tudo para seguir Jesus. Jesus diz que todo aquele que abrir mão de alguma coisa por amor a Ele receberá a sua recompensa. Porém, a recompensa a que Ele se refere não está no plano material. Ele diz que a pessoa ganhará a vida eterna.

No trecho anterior, Jesus e seus apóstolos conversavam sobre um jovem que se aproxima dEle e pergunta o que deve fazer para alcançar a vida eterna. Quando Jesus sugere que ele venda tudo o que tem e dê o dinheiro obtido aos pobres, o jovem vai embora, porque era muito rico e tinha muitas propriedades. Jesus então diz que é muito difícil um rico entrar no reino dos céus. Isso contrariava o que os judeus (e muitas pessoas nos dias de hoje!) pensavam, pois eles acreditavam que os ricos tinham sido abençoados por Deus, que lhes havia dado a riqueza.

Depois desta discussão, Pedro quer saber o que ele e os outros apóstolos lucrariam em seguir Jesus. Talvez ele acreditasse que ganharia bens materiais, pois também pensava que Deus, ao abençoar uma pessoa, a tornava rica. Jesus esclarece que o prêmio é a vida eterna, ou seja, a verdadeira vida espiritual.

Quando abandonamos a vida material e optamos por seguir Jesus, ganhamos também a vida eterna, pois descobrimos que a vida verdadeira não é a dedicada à conquista dos bens materiais, mas à nossa evolução enquanto espíritos eternos.

Jesus explica também que não é porque uma pessoa começou antes do que a outra a se dedicar à busca espiritual, que ela será mais madura espiritualmente. Alguns que começaram depois podem atingir a maturidade muito antes do que aqueles que se dedicam há anos à espiritualidade. O apóstolo Paulo, segundo as narrativas contidas no Novo Testamento, é um bom exemplo disso.

A recompensa pela dedicação em seguir os ensinamentos de Jesus é algo tão profundo que se torna até difícil de explicar. Conseguiremos obter nosso progresso espiritual, que nos servirá de guia em todas as nossas encarnações, e não a riqueza na Terra, que vai acabar em um momento ou outro.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mateus 19, 24-26

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19


Versículo 24: E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.

Versículo 25: Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?

Versículo 26: E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.

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Jesus usa uma imagem de um grande animal (um camelo) tentando passar por um orifício muito pequeno (o buraco de uma agulha). Isto está relacionado ao grau de dificuldade de se entrar no reino dos céus sendo rico. Em outro trecho, Jesus havia dito que a porta que leva à salvação é estreita.

O grau de dificuldade, narrado em ambos os trechos, é bastante grande, pois o caminho de Deus é um só, e bastante estreito. Não existem inúmeras maneiras de se cumprir as leis de Deus; estas leis não admitem distorções nem exceções. Jesus veio nos ensinar as leis de Deus, e que o caminho que nos conduz a Ele é reto e estreito, sem desvios ou atalhos.

Não podemos ser "um pouco" cristãos, temos que ser cem por cento. Ou acreditamos no que Jesus veio nos ensinar ou não. Se acreditamos, temos por obrigação nos esforçar cem por cento para colocar em prática.

Com relação à riqueza, ela constitui uma prova muito difícil, pois se o caminho que conduz a Deus é um só, a riqueza tem o poder de nos desviar deste caminho, levando-nos a centenas de outros atalhos e desvios. Ela tem um poder de atração muito grande, fazendo com que tenhamos prazer em nos tornar seus escravos.

Os judeus acreditavam que os ricos eram especialmente abençoados por Deus, pois Ele os havia agraciado com a riqueza material. Por isso, acreditavam estar acima das pessoas  comuns. Por isso os discípulos de Jesus se espantaram quando Ele disse que um rico dificilmente entraria no reino dos céus.

Jesus explica que a Deus nada é impossível, pois se o rico confiar em Deus ao invés de confiar em si próprio e no poder de sua riqueza, pode ser conduzido ao caminho reto da salvação.

Temos por hábito sempre pedirmos algo que não temos, pois acreditamos que só tendo aquilo é que seremos felizes. Desprezamos a sabedoria de Deus, pois dizemos: Ele não me deu o suficiente para que eu fosse feliz. Na verdade, Deus nos forneceu todas as ferramentas necessária para o nosso crescimento espiritual. Desprezamos o que Ele nos dá, e imploramos por algo que talvez seja o instrumento de nossa destruição.

Vamos agradecer a Deus por nos ter dado mais uma oportunidade de sermos felizes, pois tudo o que precisamos está presente em nossa vida. Basta acreditar.