segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Mateus 20, 1-16

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 20


Versículo 1: Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

Versículo 2: E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.

Versículo 3: E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça.

Versículo 4: E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

Versículo 5: Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.

Versículo 6: E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia?

Versículo 7: Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo.

Versículo 8: E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até os primeiros.

Versículo 9: E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um;

Versículo 10: Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um.

Versículo 11: E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família.

Versículo 12: Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia.

Versículo 13: Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro?

Versículo 14: Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.

Versículo 15: Ou não me é lícito fazer o que quiser com o que é meu?  Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?

Versículo 16: Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Comentários


Jesus compara o reino dos Céus a um proprietário que saiu, ao nascer do sol, para contratar trabalhadores para a sua plantação de uvas.

Antigamente, os trabalhadores que estavam em busca de um serviço ficavam em uma praça, onde poderiam ser encontrados e contratados como trabalhadores avulsos, que receberiam por dia trabalhado. Era costume, para os trabalhadores pobres, que eles fossem pagos no final do dia trabalhado.

Na parábola, o pai de família, que tinha a plantação de uvas, vai e oferece um denário (ou um dinheiro) como pagamento, que era a quantia que habitualmente se pagava por cada dia de trabalho.

Por volta das 9 horas da manhã, o proprietário volta ao local e encontra alguns trabalhadores desocupados. Manda que eles se dirijam à plantação e diz que pagaria o que fosse justo. Sem perguntarem a quantia, eles vão trabalhar.

Ao meio-dia e às três horas da tarde, o mesmo acontece: os trabalhadores são contratados e enviados à plantação.

Às cinco horas da tarde, o proprietário está na praça novamente, e encontra trabalhadores que não haviam sido contratados. Pergunta o motivo de não terem trabalhado o dia todo. Os trabalhadores disseram que ninguém os havia contratado. Ele manda que eles se dirijam à sua plantação.

No final do dia trabalhado, o dono da plantação manda que seu administrador pague os trabalhadores, começando pelos que haviam chegado por volta das cinco horas da tarde. Todos os trabalhadores, independentemente do horário que haviam chegado, receberam a mesma quantia: um denário.

Os trabalhadores que foram os primeiros a chegar começaram a reclamar, pois achavam que mereciam receber mais do que qualquer outro, pois trabalharam mais. O proprietário disse que não estava sendo injusto, pois pagou exatamente o que foi combinado, nem mais, nem menos, e que ele podia fazer o que quisesse com o seu dinheiro.

Jesus usou um relato de algo muito presente no cotidiano do povo hebreu: recompensa pelo trabalho executado. Fez uma analogia com o reino de Deus. Muitas estórias eram contadas, pelos rabinos, desde a época do Antigo Testamento, com a finalidade de mostrar que Deus recompensava quem trabalhava de acordo com a intensidade do trabalho: trabalhou bastante, recebeu bastante; trabalhou pouco, recebeu pouco. Jesus, no entanto, muda o final da estória.

Aqueles que acreditam que estão servindo a Deus mas têm como único objetivo receber bênçãos e favores no futuro, não conseguirão alcançar o seu objetivo. Não é levado em conta o número de horas que uma pessoa se dedica a Deus, mas a intensidade com a qual se dedica.

Jesus diz também que não é porque uma pessoa está há mais tempo no caminho de Deus que ela vai receber uma recompensa maior. Ninguém pode receber "duas vezes" o reino dos Céus. Todos vão receber a mesma coisa. Quando uma pessoa atinge a maturidade espiritual, não tem como ela conseguir mais "reino dos Céus" do que outra.

Quer uma pessoa se dedique à vida espiritual há muitos séculos ou apenas há alguns anos, uma vez que ela atinja o entendimento, é só isso o que importa.

Jesus também esclarece que muitos são chamados a trabalhar em nome de Deus, entretanto poucos são os escolhidos para esse trabalho, pois são poucos os que realmente se dedicam a realizar a vontade de Deus (e não sua própria vontade).

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