quarta-feira, 29 de julho de 2015

Marcos 1.21-28

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 1


Versículo 21: Dirigiram-se para Cafarnaum e, assim que chegou o sábado, tendo entrado na sinagoga, Jesus passou a ensinar.

Depois de escolher a Simão, André, Tiago e João como discípulos, Jesus se muda de Nazaré para Cafarnaum, que seria a sede de Seu ministério. Cafarnaum era uma importante cidade onde se realizava o comércio de peixe. Os romanos, que dominavam a região naquela época, mantinham um centurião e uma coletoria de impostos na cidade.

A sinagoga tinha uma importância vital para a comunidade judaica. Todos os sábados os judeus se reuniam para estudar as escrituras sagradas e adorarem a Deus. Era costume que um mestre que estivesse visitando a sinagoga fosse convidado a ensinar. Jesus aproveitou a oportunidade para ensinar as boas novas; fez isso em diversas ocasiões.

Versículo 22: E todos ficavam maravilhados com o seu ensino, pois lhes ministrava como alguém que possuía autoridade e não como os mestres da lei.

Os mestres da lei, quando iam ensinar nas sinagogas, procuravam citar os grandes mestres para respaldarem as suas opiniões. Jesus, ao contrário, mostrava um profundo entendimento da lei. Não só conhecia como entendia o significado das palavras contidas no Antigo Testamento. Além disso, vivia as verdades contidas na lei. Por isso, a Sua maneira de ensinar era diferente.

Assim, quando vemos as pessoas que se dispõem a ensinar uma religião, precisamos observar se, além do entendimento, elas colocam em prática o que ensinam.

Versículo 23: Mas, naquele exato momento, levantou-se na sinagoga um homem possuído de um espírito imundo, que vociferava:

Versículo 24: "O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para a nossa destruição? Conheço a ti, sei quem tu és: o Santo de Deus!"

Vamos encontrar várias passagens do Evangelho onde Jesus expulsa "um espírito imundo". Isto mostra que a obsessão era um acontecimento comum na época de Jesus. Não causou espanto, na sinagoga, um espírito se manifestar. Por isso, não deveria ser um acontecimento raro.

O espírito que se manifesta usa o plural para se expressar. Podemos deduzir que ele falava em nome dos demais espíritos que estavam presentes.

O "homem possuído" nada mais era do que um médium.

O espírito que se manifesta diz conhecer Jesus, e fala o Seu nome: "Santo de Deus". "Santo" significa "separado". No ocultismo, acreditava-se que falar o nome do espírito dava certo poder sobre ele. Por isso o espírito faz questão de usar um nome para chamar a Jesus.

Vemos que os espíritos obsessores já haviam identificado Jesus como alguém especial, que estava a serviço de Deus. Mesmo se dedicando ao mal, eles reconheciam a luz que vinha de Jesus. Este reconhecimento não aconteceu até hoje em uma parte da humanidade.

Versículo 25: Mas Jesus o repreendeu severamente: "Fica quieto e sai dele!"

Versículo 26: Então, o espírito imundo, sacudindo aquele homem violentamente e gritando com poderosa voz, saiu dele.

Versículo 27: Todos ficaram atônitos e assustados perguntavam uns aos outros: "O que é isto? Novo ensinamento, e vejam quanta autoridade! Aos espíritos imundos Ele dá ordens, e eles prontamente lhe obedecem!"

Versículo 28: Assim, rapidamente as notícias sobre a sua pessoa se espalharam em várias direções e por toda a região da Galileia.

Jesus, com toda a autoridade moral que possuía, apenas deu uma ordem, e os espíritos obsessores se afastaram. É claro que nenhum de nós pretende ter a mesma autoridade que Jesus. Mas, para se trabalhar em reuniões destinadas à desobsessão, é necessário um certo preparo.

Além de se estudar muito a doutrina espírita, é preciso ter o Evangelho no coração. Enxergar que os papéis de obsidiado e obsessor não estão muito claros, e muitas vezes se invertem no decorrer do tempo. E enxergar naquele espírito que se manifesta o que já fomos em um passado não muito remoto.

sábado, 25 de julho de 2015

Marcos 1.14-20

Evangelho segundo Marcos


Versículo 14: E depois que João foi levado à prisão, Jesus partiu para a Galileia, pregando a todos as boas novas de Deus.

Versículo 15: "Cumpriu-se o tempo e está chegando o Reino de Deus; arrependei-vos e crede no Evangelho."

Versículo 16: Caminhando pela praia do mar da Galileia, viu Jesus a Simão e seu irmão André lançando suas redes ao mar, pois eram pescadores.

Versículo 17: Então, dirigiu-se a eles Jesus dizendo: "Vinde em minha companhia, e Eu vos tornarei pescadores de pessoas."

Versículo 18: Naquele mesmo momento, eles abandonaram as suas redes e seguiram Jesus.

Versículo 19: Andando um pouco mais adiante, Jesus avistou Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Eles estavam num barco consertando redes.

Versículo 20: Sem demora os chamou. E eles, deixando o pai, Zebedeu, com os empregados no barco, partiram seguindo Jesus.

Comentários


Depois que João Batista foi preso,m Jesus saiu de Nazaré e foi morar em Cafarnaum. Lá, começou a pregar sobre as "boas novas" (é este o significado da palavra "evangelho") do reino de Deus.

Começa então a escolha de Seus discípulos. O chamado implicava em:
- discipulato ("vinde em minha companhia");
- ser capacitado por Jesus (Eu vos tornarei");
- esforço pessoal para explicar as boas novas às pessoas (pescadores);
- disposição em colocar as ambições e os interesses terrenos em segundo plano ("abandonaram as suas redes").

Numa missão tão importante quanto a de Jesus, alguns pontos relevantes não poderiam ter sido deixados ao acaso. Assim, as pessoas que O acompanhariam mais de perto e, depois de Sua morte, continuariam pregando a Sua mensagem, não poderiam ser escolhidos ao acaso. Jesus não chamou as primeiras pessoas que encontrou. Na verdade, os discípulos já haviam sido escolhidos (e preparados para a missão que os aguardava) antes de reencarnarem. Jesus os convocou para se reunirem e darem início à tarefa já planejada.

Uma prova do preparo de Seus discípulos é que nenhum deles hesitou em seguir Jesus. Após o chamado, O seguiram imediatamente.

Assim nós também temos a nossa tarefa a ser executada. Só que, ao contrário dos discípulos de Jesus, ficamos sempre em dúvida sobre a coisa certa a ser feita. Ao recebermos uma proposta de trabalho em benefício de alguém, devemos pensar se não foi essa a missão que assumimos antes de reencarnarmos. Uma prece sincera sempre ajuda a tomarmos a decisão correta. Devemos nos lembrar dos discípulos chamados, que prontamente responderam à convocação ao trabalho. Chega de dúvidas e inseguranças. O trabalho está para ser feito, não vamos perder a oportunidade que Deus nos está dando.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Marcos 1.12-13

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 1


Versículo 12: Logo em seguida, o Espírito o dirigiu para o deserto.

Versículo 13: Ali esteve Ele por quarenta dias sendo tentado por Satanás; viveu entre as feras selvagens, e os anjos o serviram.

Comentários


Esta cena aconteceu logo depois que Jesus foi batizado por João Batista. No Evangelho segundo Mateus, temos uma descrição ligeiramente diferente: depois do batismo, Jesus foi levado ao deserto,tendo lá permanecido em jejum por 40 dias e 40 noites. Depois disso, foi tentado pelo diabo.

O diabo, que representa um espírito dedicado ao mal, tinha como objetivo levar Jesus a pecar, ou seja, transgredir as leis de Deus. Para isso, ele usa trechos das Sagradas Escrituras para induzia Jesus ao erro. Além de conhecer as Escrituras em profundidade, Jesus estava plenamente compromissado em cumprir a vontade de Deus. Por isso, não podia ser enganado nem confundido pelas palavras do diabo.

A principal meta em nossas vidas deve ser cumprir a vontade de Deus. Mas como podemos fazer isso se nem ao menos sabemos qual é a vontade dele? Precisamos dedicar um tempo todos os dias para aprendermos isto, através do estudo e da meditação nos ensinamentos trazidos por Jesus.

Também é muito importante colocarmos em prática o que aprendemos. De nada adianta estudarmos uma religião 8 horas por dia se não colocarmos esses ensinamento em prática. O que aprendemos deve modificar o que fazemos, caso contrário o aprendizado é em vão.

Somente através do conhecimento obtido pelo estudo é que tomaremos contato com o que Deus pretende de nós, e isso dará um significado a nossas vidas.

Cada um vai encontrar o seu caminho para compreender melhor o Espiritismo. Uma sugestão é começar pela leitura cuidadosa e meticulosa de "O Livro dos Espíritos". Em seguida, "O Evangelho segundo o Espiritismo". Essa leitura deve ser feita todos os dias. E, mais importante que tudo, colocar em prática o que foi aprendido.

Voltando a Jesus, podemos imaginar que Ele passou 40 dias no deserto sozinho, preparando-se para sua missão. Neste período, pode ter se deparado com espíritos adversários, que pretendiam que Ele se desviasse de Seu destino.

O Espiritismo não crê em seres dedicados eternamente ao mal. O diabo representa um ser que, naquele momento, está se dedicando ao mal; com o tempo, ele tende a evoluir e se transformar. Também não acredita em anjos, que seriam seres criados perfeitos por Deus, pois sabemos que Deus criou a todos simples e ignorantes.

Assim, vamos encontrar nos evangelhos descrições de situações como elas eram vistas na época. Na época em que Jesus vivia, acreditava-se em anjos e demônios. Por isso vamos encontrar cenas onde são descritos encontros de Jesus com o diabo, ser que personifica o mal, mas que na realidade não existe.

sábado, 18 de julho de 2015

Marcos 1.9-11

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 1


Versículo 9: Aconteceu, naqueles dias, que chegou Jesus, vindo de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão.

Versículo 10: E, imediatamente após deixar a água, viu os céus rasgando-se e o Espírito descendo até Ele na forma de uma pomba.

Versículo 11: Então houve uma voz vinda dos céus: "Tu és meu Filho amado; em ti muito me agrado."

Comentários


Jesus foi batizado por João Batista para que desse início a Seu ministério e para permitir que fosse apresentado ao mundo como o Messias esperado.

No momento do batismo, João Batista vê um espírito de luz, que ele identifica como tendo a forma de uma pomba, dizer que Jesus era seu filho amado.Temos um fenômeno de materialização, pois todas as pessoas presentes ao batismo enxergaram esse espírito que se manifestou.

Embora não possamos afirmar com certeza, provavelmente tratava-se de um espírito altamente evoluído, que agia em nome de Deus, vindo mostrar ao mundo que Jesus era alguém muito especial.

A partir desta descrição, as religiões associaram a imagem do Espírito Santo, presente na santíssima trindade, com a pomba.

O Espiritismo traz uma visão um pouco diferente das outras religiões: Jesus é filho de Deus, mas não é Deus. Em muitas passagens do Evangelho, veremos Jesus se dirigir a Deus como Seu pai, deixando claro que não eram a mesma pessoa.

No evangelho segundo Mateus (capítulo 3, versículos 13 a 17), temos mais detalhes desta cena descrita por Marcos: João Batista, inicialmente, se recusa a batizar Jesus, pois reconhece quem Jesus é, e diz que o correto seria Jesus o batizar. Entretanto, Jesus diz a João que o batize, pois assim é que as coisas deveriam acontecer.

Tem fim aqui o primeiro ciclo de Jesus: João Batista veio primeiro, anunciando a vinda do Messias. Após o batismo, Jesus é reconhecido como o Messias prometido, aquele que libertaria o povo judeu.

Se Mateus, em seu evangelho, tem como meta provar que Jesus é de fato o Messias prometido, Marcos é mais objetivo, narrando os fatos segundo o que ouviu da boca de Pedro, que foi um dos apóstolos de Jesus.

Nesta passagem do batismo de Jesus, podemos encontrar dois fenômenos mediúnicos: materialização (o espírito em forma de pomba) e voz direta (a voz que, vinda do céu, diz que Jesus é seu filho amado). Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, vamos encontrar muitas descrições de fenômenos mediúnicos. Basta olharmos com cuidado, sem preconceitos, para os identificar.


terça-feira, 14 de julho de 2015

Marcos 1.7-8

Evangelho segundo Marcos


(Conferir com Mateus 3.11-12)

Capítulo 1


Versículo 7: E esta era a pregação de João: "Depois de mim vem Aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno sequer de curvar-me para desamarrar as correias das suas sandálias.

João era um profeta (pessoa que fala em nome de Deus) que surgiu 400 anos depois do último profeta do Antigo Testamento (Malaquias). Depois de tanto tempo, a vinda de um profeta causava alvoroço, pois novamente Deus falava com o Seu povo. Entretanto, João sabia qual era o seu papel: anunciar a vinda do Messias. Por isso, deixa claro que aquele que vem depois dele é a figura de destaque, a qual merece ser reverenciada.

Versículo 8: Eu vos batizei com água; Ele, entretanto, vos batizará com o Espírito Santo."

João diz que o batismo de Jesus seria diferente.  Ninguém pode entender os ensinamentos de Jesus e não ser transformado por eles. Jesus traria uma maneira totalmente nova de nos relacionarmos com Deus. Com Moisés, temos um Deus que manda matar mulheres e crianças. Com Jesus, vemos um Deus que governa e é governado pela lei do amor.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Marcos 1.1-6

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 1


Versículo 1: Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A palavra "princípio" indica a introdução do Evangelho. O livro de Marcos teria sido o primeiro a ser escrito, servindo de base para os evangelhos de Mateus e Lucas. Devido às semelhanças existentes, estes três evangelhos são conhecidos como "sinóticos" (termo grego que significa estudo comparativo).

"Evangelho" significa "boas novas". Jesus é a boa notícia trazida para a humanidade.

"Cristo" (em grego) ou "Messias" (em hebraico) significam "ungido". No Antigo Testamento, temos os profetas que previram (mil anos antes de Jesus nascer) a chegada do Messias, que viria libertar o povo judeu. Antes da sua chegada, porém, também estava prevista a vinda daquele que prepararia a chegada do Messias, conforme narrado no versículo 2.

Versículo 2: Conforme está escrito no livro do profeta Isaías: "Eis que Eu envio o meu mensageiro diante de Ti, a fim de preparar o teu caminho; voz do que clama no deserto:

Versículo 3: Preparai o caminho do Senhor, tornai retas as suas veredas!"

A expressão "está escrito" é usada para citar passagens do Antigo Testamento. No livro de Isaías, no capítulo 40, versículo 3, temos a passagem citada.

Marcos se refere à vinda de João Batista, que prepararia o caminho para a vinda de Jesus, o Messias tão esperado. Com seus novos conceitos, suas críticas ao sistema religioso existente, João Batista dá início às profundas modificações que aconteceriam na religião judaica, que mais tarde se propagariam ao mundo todo.

Versículo 4: Vinham encontrar-se com ele pessoas de toda a região da Judeia e todo o povo de Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando seus pecados.

Até hoje temos diversas religiões que usam o batismo para simbolizar o renascimento em Jesus. O Espiritismo não possui nenhum ritual (batismo, casamento, crisma, funeral, etc). O renascimento é construído todos os dias, através de nossas atitudes. Respeitamos aqueles que são batizados, mas não acreditamos que um ato externo possa modificar o que está em nosso íntimo.

Versículo 5: João vestia roupas tecidas com pelos de camelo, usava ao redor da cintura um cinto de couro e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre.

O jeito de João se vestir e se alimentar lembrava muito o dos antigos profetas, em especial Elias.

Para outros aspectos deste trecho, leia os comentários feitos em Mateus capítulo 3, versículos 1 a 12 (já publicados).

sábado, 4 de julho de 2015

Evangelho segundo Marcos - parte 2

Evangelho segundo Marcos


Autor: João Marcos, conhecido como Marcos. Não foi um dos doze apóstolos. Era amigo do apóstolo Pedro. Acompanhou Paulo em sua primeira viagem missionária. Era primo de Barnabé (amigo de Paulo).

Público-alvo: cristãos que viviam em Roma (onde o Evangelho foi escrito).

Data: entre 55 e 65 d. C.

Provavelmente foi o primeiro evangelho a se escrito.

Traz a mensagem de Jesus como servo.

Neste evangelho, temos a pregação e o ensino do apóstolo Pedro, ordenados e interpretados por João Marcos.

Como este evangelho era escrito para cidadãos romanos, ele se preocupa em explicar costumes judaicos (por serem desconhecidos dos romanos) e em traduzir palavras aramaicas (do idioma falado na Palestina na época de Jesus, e que era muito diferente do hebraico antigo).

Evangelho segundo Marcos

Terminado o estudo do Evangelho segundo Mateus, vamos agora iniciar o evangelho segundo Marcos.

Neste estudo, vou fazer algumas modificações:
- a Bíblia que estarei utilizando será a "Bíblia King James", que tem uma tradução que facilita (e muito!) a leitura e o entendimento;
- ao invés de comentar após o final de um trecho, comentarei cada versículo;
- vou usar como base de estudo a Bíblia King James e a "Bíblia de Estudo e Aplicação Pessoal", que trazem importantes informações não só no aspecto histórico, mas também teológico;
- os comentários que faço são de minha inteira responsabilidade. Faço-os de acordo com os estudos espíritas que sempre fiz e a prática da vivência não só nos Centros Espíritas, mas em outros locais destinados ao estudo religioso;
- sempre me baseio na visão espírita do Evangelho; como espírita, não poderia fazer diferente disso.

Nos trechos do Evangelho segundo Marcos, existe a referência a trechos semelhantes existentes no Evangelho segundo Mateus. Seria interessante comparar os dois trechos.

Espero que possa estar colaborando de alguma forma ao compartilhar os meus estudos com todos.

Comentários construtivos são sempre bem-vindos.