quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Marcos 9.42-48

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 9


Versículo 42: "Se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma pedra de asno amarrada ao pescoço.

Pedra de asno: grande placa de pedra existente no moinho, que servia para moer grãos e cereais. Esse moinho era movido pela força animal (jumento). Daí o nome "pedra de asno".

Jesus declara que seria melhor, para aquele que desvia uma pessoa do caminho em direção a Deus, que fosse jogado no mar com uma pedra amarrada no pescoço. Com essa imagem forte, pois os judeus abominavam o suicídio, Jesus tenta mostrar o quão grave seria o fato de uma pessoa induzir outra a contrariar as leis de Deus.

Isso nos alerta sobre a responsabilidade daqueles que, em qualquer nível de conhecimento, propõem-se a divulgar algo a respeito da religião. Tem que ter muito cuidado, pois se induzir uma pessoa a cometer um erro, a responsabilidade é sua, por ter ensinado errado.

Também podemos refletir sobre a responsabilidade com relação às crianças ("pequeninos").Se um adulto pode escolher entre o certo e o errado, a criança depende de alguém que as ensine sobre o que é certo e o que é errado, e esse ensino é feito, basicamente, através do exemplo, pois a criança tende a imitar o que vê.

Versículo 43: E, se a tua mão te fizer tropeçar, corta-a, pois é melhor entrares para a vida mutilado do que, possuindo as duas mãos, ires para o inferno, onde o fogo que arde jamais arrefece.

Não existe melhor explicação do problema que trazemos ao reencarnarmos do que a que está neste versículo. Se temos algo que possa servir de tropeço em nossa encarnação, é melhor nos livrarmos disso do que reencarnarmos e errarmos novamente no mesmo problema.

Exemplo: uma pessoa que abusou da inteligência, causando danos aos outros, poderia nascer com uma limitação intelectual, a fim de impedir que cometa o mesmo erro. Mais tarde, em futuras encarnações, quando estiver mais fortalecida, não precisará mais dessa limitação para a proteger. É como uma mãe cuidadosa que, precisando se separar do bebê por alguns instantes, o coloca em um lugar cercado e protegido, onde os seus movimentos são limitados, visando evitar que se machuque.

É melhor termos, temporariamente, certas limitações que nos impeçam de cometermos erros do que nos afundarmos cada vez mais, comprometendo o nosso processo evolutivo.

Versículo 44: Naquele lugar, os teus vermes devoradores não morrem, e as chamas nunca se apagam.

Jesus usa a imagem do inferno como um lugar em chamas, onde os vermes corroem o corpo das pessoas. Isso aconteceria até a eternidade.

Há dois mil anos, com o entendimento das pessoas sendo ainda limitado, Ele tinha que usar uma imagem adequada para que eles entendessem que, caso cometessem erros, as consequências seriam terríveis. Jesus tenta explicar a lei de causa e efeito. Se muitos espíritas ainda não a compreendem, imagine na época de Jesus! Por isso Ele lança mão dessa imagem forte, simbolizando que as consequências de nossos erros perduram muito mais do que imaginamos.

Versículo 45: E, se o teu pé te fizer tropeçar, corta-o, pois é melhor entrares para a vida aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno.

Versículo 46: Onde o teu verme não morre, e o fogo é inextinguível.

Versículo 47: E ainda, se um dos teus olhos te levar a pecar, arranca-o. É melhor entrares no Reino de Deus com apenas um dos teus olhos do que, possuindo os dois, seres atirados no inferno.

Versículo 48: Naquele lugar, os teus vermes devoradores não morrem, e as chamas nunca se apagam.

A ideia principal é: se alguma coisa vai fazer com que você cometa erros, comprometendo mais ainda essa encarnação, é melhor evitar. Assim, reforçamos a ideia de que Deus nos deu tudo o que necessitamos para desempenharmos bem a nossa tarefa. Se algo aparentemente nos falta, talvez tenha sido retirado, por bondade divina, para evitar que cometamos mais erros do que já cometemos. Ao invés de pedirmos o que pensamos que nos faz falta, seria mais sábio agradecermos as ferramentas que temos para o nosso trabalho, pois isso demonstra confiança em Deus.


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