sábado, 30 de julho de 2016

Marcos 11.32-42

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 11


Versículo 32: Então caminharam para um lugar chamado Getsêmani e, tendo chegado, solicitou Jesus aos seus discípulos; "assentai-vos aqui, enquanto Eu vou orar."

Versículo 33: E levou consigo a Pedro, Tiago e João, e começou a sentir grande temor e profunda angústia.

"Getsêmani" era um jardim com pomar situado na encosta do monte das Oliveiras. Era um dos lugares favoritos de Jesus par orar. Em várias passagens do Evangelho, é narrado que Jesus se afastava da multidão para orar. Quando precisamos nos comunicar com Deus, temos o exemplo de Jesus de como o fazer. Um lugar isolado e tranquilo, confortável e, se possível, em contato com a natureza vai nos ajudar a ter um contato íntimo com Deus.

É claro que podemos fazer a nossa prece em qualquer lugar, barulhento ou não. Entretanto, ouvi uma vez uma frase que ficou na minha memória: "Deus só pode ser encontrado no silêncio." Os estímulos, tanto sonoros quanto visuais, acabam por distraírem a nossa mente, que se dispersa, e acabamos por nos perder em milhões de pensamentos.

Para nos relacionarmos com Deus, entrando em sintonia com Ele, precisamos estar com o nosso corpo e a nossa mente no mesmo lugar. Um lugar bem isolado e silencioso nos ajuda bastante.

Jesus tinha ido para um local tranquilo. Sabia que Judas iria lá para O entregar aos Seus inimigos e foi ao encontro do Seu destino. Levou os Seus discípulos mais chegados para que compartilhassem com Sua luta espiritual. Refletindo sobre isso, podemos perceber que não temos que travar as nossas batalhas espirituais sozinhos. Num Centro Espírita, certamente encontraremos pessoas que podem nos ajudar. Elas não vão tomar a decisão por nós, mas podem nos ajudar a ter um maior discernimento e identificar os obstáculos presentes em nosso caminho.

Versículo 34: E compartilha com eles: "Minha alma está extremamente triste até à morte; ficai pois aqui e vigiai."

Nos dias de hoje, quem de nós pode dizer que nunca percebeu uma pessoa angustiada ao seu lado? Como estamos envolvidos em nossos próprios problemas, acabamos fingindo que não notamos. E não fazemos nada para ajudar. Ficamos esperando grandes tarefas no Centro, esperando ser chamados para sermos os responsáveis por chefiar uma tarefa assistencial. E, enquanto isso não acontece, não fazemos nada.

Temos dezenas de oportunidades de representarmos Jesus na Terra, de fazermos com que o outro consiga se lembrar de Jesus com as nossas atitudes. Não podemos perder essas pequenas oportunidades, pois elas podem mudar o nosso destino, aliviando muitas expiações e provas que estão esperando por nós.

Versículo 35: Caminhou um pouco mais adiante e, prostrando-se, orava para que, se possível, àquela hora fosse afastada dele.

Versículo 36: E rogava: "Abba, Pai, todas as coisas são possíveis para ti, afasta de mim  este cálice; todavia, não seja o que Eu desejo, mas sim o que Tu queres."

"Abba" era uma expressão em aramaico (a língua natural de Jesus) e significava "papai" ou "meu pai querido". Esta expressão simboliza o grau de relacionamento de Jesus com Deus!

Jesus não estava angustiado porque iria morrer, pois sabia disso desde que havia encarnado. Estava angustiado porque seria morto como um criminoso, rejeitado por todos. Sabia do peso que isso teria para as pessoas que cometeriam essas ações.

Mesmo em Seus momentos de angústia, Jesus não rejeitou o que tinha que acontecer, nem duvidou que Deus o amasse. Colocou-se nas mãos de Deus, e mostrou-se apto a cumprir a Sua missão.

Assim nós também, nos momentos de angústia que a vida nos traz, devemos nos mostrar confiantes em Deus, e prontos para passarmos pelo que for necessário, pois esta é a vontade de nosso Pai.

Versículo 37: Ao voltar para seus discípulos, os surpreendeu dormindo: "Simão!" - chamou Ele a Pedro. "Estais dormindo? Não conseguistes vigiar nem por uma hora"

Versículo 38: Vigiai e orai, para não cairdes em tentação, pois, de um lado, o espírito está pronto, mas, por outro lado, a carne é fraca."

Os discípulos, embora com uma evolução espiritual bastante elevada, foram vencidos pela matéria. O cansaço do corpo fez com que deixassem de lado a necessidade espiritual de darem apoio a Jesus naquele momento.

Devemos ser cuidadosos, não permitindo que as nossas necessidades materiais comandem as nossas ações. Somos seres eternos, criados por Deus simples e ignorantes, mas tendo como meta a perfeição. As necessidades materiais não são mais importantes que isso.

Versículo 39: E, uma vez mais, Ele se afastou e orou, repetindo as mesmas expressões.

Versículo 40: Ao regressar, novamente os encontrou dormindo, porque seus olhos estavam pesados, mas não sabiam como justificar-se.

Versículo 41: Voltando ainda uma terceira vez, Ele lhes admoestou: "Ainda dormis e descansais? Basta! Eis que a hora é chegada! O filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores.

Ao lermos esta passagem, pensamos: "Nossa! Como eles podiam dormir, sabendo que Jesus logo iria morrer?" Achamos que eles deveriam aproveitar ao máximo a presença de Jesus, que logo não estaria mais entre eles. Entretanto, desperdiçamos a nossa vida com coisas inúteis. Damos atenção a bobagens, desprezando o que de fato importa. Todos nós temos consciência de que as pessoas que amamos não estarão eternamente conosco. No entanto, quando estamos com elas, ao invés de desfrutarmos desse momento, nos distraímos com milhões de bobagens. Queremos fazer milhares de coisas ao mesmo tempo, e não nos dedicamos a nenhuma delas nem fazemos nada direito.

Espíritas, este momento que temos em nossa encarnação não foi uma viagem planejada para nosso desfrute, como um momento de lazer. É uma oportunidade de luta contra nossa inferioridade moral, e de aprendizado sublime dos ensinamentos do Mestre. Não vamos agir como os discípulos, que dormiam enquanto Jesus se preparava para morrer. Como disse Jesus, "vigiai e orai, para não cairdes em tentação.

Versículo 42: Levantai-vos, pois, e vamos! Eis que chegou aquele que me está traindo!"

Judas vai entrar em cena, deixando que uma escolha errada determine como ele será lembrado pela humanidade durante milhares de anos.

sábado, 23 de julho de 2016

Marcos 14.27-31

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 27: Então Jesus lhes advertiu: "Todos vós me abandonareis. Pois está escrito: 'Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas.'

Jesus estava conversando com Seus discípulos após a última ceia que compartilhariam. Ele já sabia o que Judas faria, e cita um trecho do Antigo Testamento (Zacarias capítulo 13, versículo 7) para dizer que, após Sua morte, Seus discípulos se dispersariam.

Versículo 28: Contudo, depois da minha ressurreição, partirei adiante de vós rumo à Galileia."

Jesus está avisando os Seus discípulos que, após sua morte, vai encontrá-los novamente.

Versículo 29: Pedro exclamou: "Mesmo que todos te abandonem, eu nunca te deixarei!"

Pedro diz que jamais abandonaria Jesus, mesmo que todos os outros o fizessem. Assim como Jesus sabia que Judas O  havia traído, também sabia como Pedro iria se comportar depois que Ele fosse preso.

Isso não quer dizer que Judas era obrigado a trair Jesus, nem que Pedro fosse obrigado a negar que O conhecesse, pois todos possuem livre arbítrio, e poderiam ou não fazer essas coisas. Quer dizer somente que Jesus já sabia o que eles fariam.

Jesus é um espírito cuja evolução nós temos dificuldade em até mesmo imaginar, então muitas coisas nós não conseguimos compreender. Apesar de nos causar estranheza, Jesus já sabia o que ocorreria. Em diversas ocasiões, demonstrou saber também o que estava acontecendo em lugares distantes de onde estava.

Versículo 30: Replicou-lhes Jesus: "Com toda a certeza te asseguro que ainda hoje, nesta noite, antes que por duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes."

Versículo 31: Entretanto, Pedro insistia com eloquência: "Ainda que seja preciso que eu morra ao teu lado, jamais te negarei!" E da mesma maneira responderam todos os demais.

Durante o tempo em que estiveram com Jesus, os discípulos demonstraram muitas vezes não compreender a Sua mensagem. Vemos, nos trechos dos Evangelhos, que eles precisavam constantemente de correções por parte de Jesus, pois interpretavam de maneira equivocada o que Ele havia dito.

Se pensarmos de uma maneira simplista, podemos achar que eles não estavam à altura da missão que lhes foi confiada. Entretanto, ao refletirmos melhor, vemos que somente um espírito com a mesma evolução que a de Jesus é que poderia O compreender completamente. Em nosso planeta, não existe outro espírito que se equipare a Jesus. Portanto, os Seus discípulos eram a melhor opção para aquele momento.

Estes homens, simples pescadores, largaram toda a vida que conheciam para seguir o Mestre. A partir do momento em que conheceram Jesus, abandonaram as suas vidas e se dedicaram exclusivamente a aprenderem os conceitos novos que Jesus trazia.

Esta profunda transformação que se operou na vida destes pescadores não fez com que a evolução desse um salto e os transformasse em espíritos puros. Fez apenas com que se transformassem.

Quando nos deparamos com o Espiritismo, ficamos deslumbrados com as maravilhas que ele nos mostra. Isto produz uma certa transformação, mas não nos transforma em espíritos puros. Vamos continuar em nossa longa jornada rumo à perfeição.

O que não pode acontecer é que, usando o pretexto de que não conseguiremos alcançar a perfeição nesta existência, continuemos os mesmos, cometendo os mesmos erros de sempre.

Jesus veio trazer uma mensagem que tem o potencial de mudar a humanidade. O Espiritismo veio esclarecer alguns pontos que estavam obscuros na mensagem de Jesus. Com essa ferramenta nas mãos, poderemos realizar mudanças profundas em nossas vidas, e estas mudanças podem evitar séculos de sofrimento.

O momento de transformação é agora, e o local é aqui. Vamos nos esforçar o máximo possível, pois o tempo não vai parar para esperar.

sábado, 16 de julho de 2016

Marcos 14. 22-26

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 22: E, enquanto ceavam, tomou Jesus um pão e, tendo dado graças, o partiu, e o serviu aos seus discípulos, declarando: "Tomai, isto é o meu corpo."

Na ceia da Páscoa judaica, eram usados o vinho e o pão como alimentos tradicionais. Jesus deu um novo significado a eles: o pão simbolizaria o Seu corpo, que Ele estava entregando em sacrifício, pois logo morreria na cruz.

Versículo 23: Em seguida, tomou Jesus um cálice, deu graças e o entregou aos discípulos, e todos beberam dele.

Versículo 24: Então lhes revelou: "Isto é o meu sangue da Aliança, o qual é derramado para o bem de muitos.

Na antiga aliança, presente no Velho Testamento, era necessário o derramamento de sangue de um animal para o perdão dos pecados. Jesus traz o relacionamento do homem com Deus para um outro nível: agora, não mais precisamos sacrificar um ser vivo e usar seu sangue, pois Jesus fez isso ao derramar o próprio sangue para que se firmasse uma nova aliança com Deus.

Versículo 25: Com toda a certeza vos afirmo que não voltarei a beber do fruto da videira, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus."

Versículo 12: E, depois de haverem cantado um salmo, partiram para o monte das Oliveiras.

Jesus aproveitava Seus últimos momentos de vida para ensinar e dar testemunho de tudo o que havia dito. Simbolicamente, mostra que está se sacrificando, mas faz isso porque cumpre a vontade de Deus.

Ele não se desespera nem reclama por ter sido traído. Aceita que é isso o que deve acontecer, e cumpre Sua missão até o fim. Não poderíamos esperar algo diferente daquele que foi o espírito mais evoluído que esteve encarnado entre nós.

Quando enfrentamos as pequenas mazelas do cotidiano e reclamamos por horas a fio, querendo que todos compartilhem do nosso sofrimento, tentando mostrar que a nossa dor é maior do que a de todos os outros e, mais que tudo, que sofremos injustamente, devemos refletir em como Jesus enfrentou Seus problemas. Se tinha alguém que não merecia qualquer sofrimento, sem dúvidas foi Ele. Se Jesus não reclamou, e temos Ele como o melhor exemplo a ser seguido, acho que devemos tentar fazer o mesmo.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Marcos 14.12-21

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 12: E, no primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando tradicionalmente se sacrificava o cordeiro pascal, os discípulos de Jesus o consultaram: "Onde desejas que vamos e façamos os preparativos para ceares a Páscoa?

O cordeiro deveria ser sacrificado no dia anterior ao primeiro dia da Festa dos Pães Asmos (sem fermento), por volta das 15 horas, e comido em grupos de pelo menos dez pessoas, no período entre o pôr-do-sol e a meia-noite.

Versículo 13: Então Ele enviou dois de seus discípulos instruindo-lhes: "Ide à cidade, e certo homem carregando um cântaro de água virá ao vosso encontro.

Pedro e João foram encarregados de irem até a cidade. Como na época somente as mulheres carregavam água dessa maneira, ficaria fácil para os discípulos identificarem o homem de quem Jesus falava.

Versículo 14: Segui-o e dizei ao proprietário da casa onde ele entrar que o Mestre deseja saber: 'Onde está a minha sala de jantar onde cearei a Páscoa com os meus discípulos?'

Um costume judaico da época dizia que, na Páscoa, em Jerusalém as pessoas deveriam ceder uma grande sala, mediante pedido prévio, para que um grupo de peregrinos pudesse fazer sua ceia no local.

Versículo 15: E aquele homem vos mostrará um amplo cenáculo todo mobiliado e pronto; ali fazei os preparativos."

Cenáculo: cômodo onde era servida a ceia; refeitório.

Os preparativos para a Páscoa incluíam arrumar a mesa, comprar e preparar o cordeiro pascal, os pães asmos, as ervas e outros alimentos e bebidas próprios da ceia da Páscoa.

Versículo 16: Partiram, pois, os discípulos e chegaram na entrada da cidade onde encontraram tudo como Jesus lhes havia predito. E ali prepararam a Páscoa.

Versículo 17: Ao pôr-do-sol chegou Jesus com seus Doze.

Versículo 18: E quando estavam ceando, reclinados à mesa, Jesus lhes revelou: "Com toda a certeza vos afirmo que um dentre vós, este que como comigo, me trairá."

Nos tempos de Jesus, os judeus faziam suas refeições reclinados sobre almofadas, ao redor de uma mesa baixa.

Depois de Jesus ter sido cumprimentado por Maria, Judas vai até os chefes dos sacerdotes e propõe entregar Jesus a eles. Isso aconteceu antes da ceia da Páscoa, e Jesus demonstra saber o que havia acontecido.

Versículo 19: Eles ficaram consternados e lhe afirmaram: É certo que não serei eu!"

Consternado: triste, desolado.

Os discípulos ficaram abalados ao saberem que um deles trairia Jesus. Judas, que já havia cometido a traição, também diz que não faria isso.

A atitude de Judas causa espanto e indignação. Como alguém pode ter traído Jesus? Mas nós fazemos isso todos os dias, quando não obedecemos o que Ele nos ensinou e quando não confiamos nas palavras que Ele nos deixou, ao recomendar que deixássemos as coisas nas mãos de Deus.

Versículo 20: Mas, asseverou-lhes Jesus: "É um dos Doze, aquele que come comigo do mesmo prato.

Era costume, na ceia da Páscoa, que a sopa de frutas fosse compartilhada por todos.

Jesus estava advertindo Judas, e fez isso sem que os outros discípulos percebessem.

Versículo 21: O Filho do homem vai, conforme está escrito a respeito dele. No entanto, infeliz daquele que trai o Filho do homem! Melhor lhe fora jamais haver nascido!"

Jesus sabia que tinha que passar por tudo aquilo, mas lamenta o que Judas tinha feito. Logo depois que percebeu as consequências de seus atos, Judas se enforcou. Arrependeu-se amargamente de seu engano.

domingo, 10 de julho de 2016

Marcos 14.10-11

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 10: E, depois disso, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi encontrar-se com os chefes dos sacerdotes, com o propósito de lhes entregar Jesus.

Jesus estava na cidade de Betânia, que ficava próxima a Jerusalém, quando Maria, irmã de Lázaro e de Marta, O unge com um unguento caríssimo, que custava o equivalente a quase uma ano de trabalho de um trabalhador braçal.

Os discípulos criticaram violentamente esta atitude, dizendo que o unguento poderia ser vendido e o dinheiro apurado ser dado aos pobres.

Jesus a defende, dizendo que os pobres estariam lá para serem ajudados, mas Ele não, e que ela estava preparando o Seu corpo para o enterro que aconteceria em breve.

Logo depois disso, Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi procurar os chefes dos sacerdotes para trair Jesus.

O que levou Judas a agir dessa maneira? É impossível saber. Talvez ele quisesse forçar Jesus a se rebelar e lutar contra a dominação romana. Talvez procurasse uma posição de destaque perante os sacerdotes judeus. O fato é que Judas passou para a história como sinônimo de traição.

Versículo 11: Ao ouvirem a proposta, eles ficaram muito satisfeitos e se comprometeram a lhe pagar algum dinheiro. E, por isso, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.

Trair Jesus não foi o pior erro de Judas. Ao perceber a gravidade do que tinha feito, Judas se desesperou e acabou tirando a própria vida, esse sim seu maior erro.

Por maior ou mais grave que seja o engano que tenhamos cometido, Deus está sempre disponível para nos perdoar e ensinar o caminho correto. Mas, para isso, devemos ter fé. Sem fé, tudo fica difícil e complicado. Com fé, sabemos que não estamos sozinhos e que podemos sempre contar cm Deus ao nosso lado.

domingo, 3 de julho de 2016

Marcos 14.3-9

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 3: E estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de certo homem conhecido como Pedro, o leproso, achegou-se dele uma mulher portando um frasco de alabastro contendo valioso perfume, feito de nardo puro; e, quebrando o alabastro, derramou todo o bálsamo sobre a cabeça de Jesus.

O alabastro era um frasco lacrado, de gargalo longo, que continha valioso perfume, normalmente usado na unção de personalidades notáveis da época.

Naquela época, era costume as pessoas se sentarem no chão, sobre tapetes, para compartilharem a refeição.

Betânia era uma cidade que ficava no declive oriental do monte das Oliveiras (Jerusalém ficava no lado ocidental). Lá, moravam os amigos de Jesus: Lázaro, Maria e Marta.

A mulher que unge Jesus, conforme narram os outros escritores do Evangelho, é Maria, irmã de Lázaro e Marta.

Precisamos entender os costumes da época para uma compreensão do que está sendo descrito neste trecho do Evangelho. Se contextualizarmos a cena, temos que Jesus estava próximo a Jerusalém, na cidade de Betânia, comendo na casa de Pedro. Maria, irmã de Lázaro e Marta, usa um óleo precioso (e muito caro) para ungir Jesus.

Versículo 4: Diante disso, indignaram-se alguns dos presentes, e a criticavam entre si: "Para que este desperdício de tão valioso perfume?

Versículo 5: Um bálsamo como este poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser doado aos pobres." E a censuravam severamente.

No evangelho de João, é citado que Judas Iscariote particularmente se indignou com o fato de Maria ter usado um unguento tão caro em Jesus. Judas era quem cuidava do dinheiro do ministério de Jesus. Um denário era a quantia que um trabalhador recebia por um dia de trabalho. Trezentos denários era o salário que um soldado romano recebia por quase um ano de trabalho. Essa quantia deve ter despertado a cobiça de Judas.

Versículo 6: "Deixai-a em paz!" - ordenou-lhes Jesus. "Por que causais problemas a esta mulher? Ela realizou uma boa ministração para comigo."

Os discípulos estavam irritados com Maria, pois achavam que ela havia desperdiçado dinheiro. Acreditavam que ela poderia ter vendido o perfume e dado o dinheiro aos pobres, ao invés de ungir Jesus. Só não raciocinaram que, assim pensando, estavam achando que Jesus não era digno de tal honraria.

Versículo 7: Quanto aos pobres, sempre os tendes ao vosso lado, e os podeis ajudar todas as vezes que o desejardes, todavia a mim nem sempre me tereis.

Jesus já havia avisado os Seus discípulos que Seu tempo aqui na Terra estava acabando. Fez isso em diversas ocasiões. Entretanto, eles pareciam não entender a mensagem. Aqui, Jesus diz que não faltariam oportunidades para ajudar os pobres, mas que Ele não estaria presente por muito tempo.

Versículo 8: A mulher fez tudo que estava ao seu alcance. Derramou o bálsamo sobre mim, antecipando a preparação do meu corpo para o sepultamento.

Era costume, entre os judeus, que o corpo, ao ser preparado para o sepultamento, fosse ungido com óleos aromáticos. Entretanto, os que fossem condenados à morte por um crime não recebiam este preparo. Jesus diz que Maria estava preparando o corpo dele para o sepultamento, o que aconteceria em breve.

Versículo 9: Com toda a certeza Eu vos asseguro: onde quer que o Evangelho for pregado, por todo o mundo será também proclamada a obra que esta mulher realizou, e isso para que ela seja sempre lembrada."

Até hoje o que esta mulher fez é lido, estudado e comentado. Será que ela tinha consciência disso?

Quantos de nós pensam que o que fazem, qualquer coisa que seja, tem consequências? O que fazemos hoje está determinando o nosso futuro. Nossas ações vão repercutir em nós mesmos e nos outros.

Ao invés disso, desperdiçamos o nosso tempo em ações que não nos trarão nada de bom, e deixamos de fazer o que pode nos trazer um futuro espiritual melhor.

Já é tempo de agirmos com coerência: se sabemos que somos um espírito imortal, que por breves momentos estamos num corpo material, e que mais cedo ou mais tarde voltaremos para o nosso verdadeiro lar, que é o mundo espiritual, por que só valorizamos a vida material?

O erro que hoje cometemos vai nos causar problemas daqui alguns anos. O bem que fizermos via trazer alívio a muitas dores nossas e dos outros. Podemos optar sobre o que queremos que nos aconteça no futuro. Precisamos agir com sabedoria.