quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Evangelho segundo Lucas

Após encerrarmos o estudo do evangelho segundo o relato de Marcos, iniciaremos o estudo do evangelho de Lucas. Esse evangelho tem o propósito de apresentar um relato preciso da vida do Cristo, homem e salvador perfeito.

Lucas era um médico grego, gentio (não judeu) e cristão. Era companheiro e amigo íntimo de Paulo. Também foi o autor do livro de "Atos".

Este relato era destinado a Teófito, aos gentios e a todas as pessoas. Foi escrito por volta do ano 60 da era cristã.

Este é o mais completo dos evangelhos. O vocabulário e o estilo demonstram que o autor era letrado. Lucas enfatizou o relacionamento de Jesus com as pessoas, a oração e os milagres; registrou a participação dos anjos no episódio do nascimento do Messias e hinos de louvor; deu destaque às mulheres. A maior parte do texto de Lucas não é encontrada nos outros Evangelhos.

Lucas afirmou a divindade de Jesus, mas a verdadeira ênfase de seu livro está em Sua humanidade.

Sendo grego e médico, Lucas era um homem de ciência, um detalhista. Ele começa o seu relato expondo sua extensa pesquisa e explicando que está narrando os fatos.

Bom estudo!

Marcos 16.9-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 16


Versículo 9: Quando Jesus ressuscitou, ao alvorecer do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, de que havia expulsado sete demônios.

Entre os judeus, havia a crença na ressurreição, que era o retorno à vida, ou seja, uma pessoa, depois de morta, retornaria à vida ocupando o mesmo corpo. Assim, eles acreditavam que Jesus, que havia sido crucificado na sexta-feira, tinha retornado à vida, usando o mesmo corpo, no domingo.

Na realidade, o corpo de Jesus estava morto, o espírito havia se desligado dele. Jesus, um espírito desligado do corpo material, materializou-se primeiro a Maria Madalena. Sabemos, através do estudo das obras de Allan Kardec, que um espírito pode se materializar de uma maneira tão completa que dá a impressão de ser realmente um corpo material.

Versículo 10: Então, ela foi e comunicou aos que com Ele tinham estado. Eles, porém, estavam desolados e em prantos.

Versículo 11: Quando receberam a notícia de que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não conseguiram acreditar.

O conceito de ressurreição existia na maioria dos judeus, principalmente entre os fariseus, mas eles não tinham tido contato com uma pessoa que tivesse ressuscitado. Quando Maria Madalena disse que tinha visto Jesus, eles não acreditaram nela.

Versículo 12: Depois Jesus apareceu, em uma outra forma, a outros dois seguidores que estavam a caminho do interior.

Segundo relatado no Evangelho de Lucas (capítulo 24, versículo 16), Jesus apareceu na forma de um peregrino, mas o conteúdo do que disse foi revelando quem era e animando os Seus discípulos.

Versículo 13: Então eles retornaram e informaram tudo isso aos demais. Contudo, também no depoimento deles não creram.

Assim como não acreditaram no que Maria Madalena tinha relatado, também não acreditaram dessa nova aparição de Jesus.

Versículo 14: Mais tarde Jesus apareceu aos Onze, enquanto estavam reclinados, ceando. Repreendeu-lhes a falta de fé e a dureza dos corações, porque não acreditaram no testemunho daqueles que o tinha visto depois de ressurreto.

Versículo 15: E lhes ordenou: "Enquanto estiverdes indo pelo  mundo inteiro proclamai o Evangelho a toda criatura.

Versículo 16: Aquele que crer e for batizado  será salvo. Todavia, quem não crer será condenado.

Jesus pede aos Seus onze discípulos que ensinem tudo o que aprenderam com Ele.

Versículo 17: E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu Nome expulsarão demônios; em línguas novas falarão.

Versículo 18: Pegarão serpentes com as mãos; e, se algo mortífero beberem, de modo nenhum lhes fará mal, sobre os enfermos imporão as mãos e eles serão curados!"

Jesus diz que os que crerem terão condições de realizar coisas maravilhosas. O Espiritismo vem mostrar, através do estudo da mediunidade, que tudo isso (e muito mais) é possível quando estamos abertos à ação do plano espiritual superior, assumindo a nossa parte no que diz respeito de fazer cumprir os planos de Deus.

Versículo 19: Concluindo, depois de lhes ter orientado, o Senhor Jesus foi elevado aos céus e assentou-se à direita de Deus.

Versículo 20: Então, os discípulos saíram e pregaram por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a Palavra com os sinais que a acompanhavam.

Encerra-se o relato de Marcos.

sábado, 24 de setembro de 2016

Marcos 16.1-8

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 16



Versículo 1: Ao encerar-se o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram especiarias aromáticas para ungir o corpo de Jesus.

As mulheres esperaram até o por do sol do sábado para comprar as especiarias porque, no período que ia do anoitecer da sexta-feira até o anoitecer do sábado, era um dia sagrado, dedicado a Deus, onde era proibido realizar qualquer atividade.

As mulheres compraram as especiarias para, no dia seguinte pela manhã, ungirem o corpo de Jesus, demonstrando amor, respeito e devoção a Ele.

Versículo 2: Ao raiar do primeiro dia da semana, elas caminharam até o sepulcro.

Versículo 3: E questionaram umas às outras: "Quem poderá remover para nós a grande pedra que fecha a entrada do sepulcro?"

Na manhã do domingo, as mulheres foram até onde Jesus havia sido sepultado para ungirem Seu corpo. A sepultura era cavada na rocha, e uma pedra redonda fechava a entrada. Como essa pedra se encaixava na abertura feita na rocha, seria muito difícil tirá-la do lugar. Como só estavam entre mulheres, ficaram preocupadas, pois precisavam da ajuda de alguém com grande força física.

Versículo 4: Contudo, ao se aproximarem do local, viram que aquela enorme pedra havia sido removida da entrada.

Versículo 5: E, entrando no sepulcro, viram um jovem vestido de túnica branca, assentado à direita, e ficaram muito assustadas.

José de Arimateia havia cedido, para Jesus ser enterrado,  uma sepultura que nunca havia sido usada. Os sepulcros dos nobres eram espaçosos. Havia uma antecâmara e, no fundo, uma abertura que levava à sepultura.

Ao chegarem ao local, já causou espanto a pedra que tampava a entrada ter sido removida. Quando as mulheres entraram no local, ao invés de verem o corpo de Jesus, depararam-se com esse jovem, o que causou ainda mais espanto, pois não deveria haver mais ninguém lá além do corpo de Jesus.

Versículo 6: "Não vos amedronteis", disse ele. "Vós buscais a Jesus, o Nazareno, que morreu na cruz. Pois Ele foi ressuscitado! Não está mais aqui. Vede o lugar onde o haviam depositado.

Versículo 7: Agora ide, dizei aos discípulos dele e a Pedro que Ele está seguindo adiante de vós para a Galileia. Lá vós o vereis, assim como Ele vos predisse."

Jesus sabia que, apesar de seus erros, Pedro O amava profundamente, e precisava do amor e do perdão de Jesus para se curar, pois ficara profundamente abatido ao negar conhecer  Jesus quando Ele foi preso. Por isso Jesus manda um recado especial para Pedro.

A fim de que se encontrasse pela última vez com Seus discípulos e dar-lhes os últimos ensinamentos, Jesus manda que O encontrem na Galileia.

Versículo 8: Apavoradas e trêmulas, as mulheres saíram e fugiram do sepulcro. E não informaram nada a ninguém, pois estavam assombradas e com medo.

Ao entrarem no sepulcro, as mulheres não encontraram o corpo de Jesus. Além do corpo ter sumido, havia uma pessoa lá dentro, que mandou um recado para os discípulos. Elas ficaram com medo, e por isso resolveram não contar nada a ninguém.

Por condições que nos são desconhecidas, sabemos que o corpo de Jesus de fato desapareceu. O que veremos depois é a materialização de Jesus, que se faz visível e palpável às mulheres e aos discípulos.

A crença dos judeus na ressurreição era bastante forte. Eles acreditavam que uma pessoa, depois de morta, poderia retornar usando o mesmo corpo. O conceito de reencarnação não era aceito por eles naquela época. Por isso, fazia-se necessário que eles acreditassem que Jesus havia ressurgido, usando o mesmo corpo que eles conheciam.


domingo, 18 de setembro de 2016

Marcos 15.42-47

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 15


Versículo 42: Este era o Dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado.

Jesus morreu numa sexta-feira, dia em que os judeus se preparavam para o sábado, dia no qual todo trabalho era proibido.

Versículo 43: E José de Arimateia, membro honrado do Supremo Tribunal dos Judeus, que também aguardava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e solicitou o corpo de Jesus.

José era um justo e eminente juiz da cidade de Arimateia, que ficava a 30 quilômetros de Jerusalém. Também era um discípulo de Jesus, mas manteve sua fé em segredo até aquele momento. Ao pedir o corpo de Jesus, demonstrou grande coragem por dois motivos: assumiu ser um seguidor daquele que havia sido considerado traidor; e deu um sepultamento digno a Jesus, pois segundo a tradição judaica os que eram crucificados devido a traição não eram liberados para os rituais do enterro, o que era profundamente desonroso.

Versículo 44: Pilatos recebeu com espanto a notícia de que Jesus já havia falecido. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se fazia muito tempo que morrera.

A morte de uma pessoa crucificada era lenta e dolorosa. Acontecia por asfixia, quando a exaustão muscular impedia a pessoa de respirar. Por isso Pilatos estranhou que Jesus tivesse morrido tão rapidamente, e pediu para um comandante da guarda verificar o que tinha acontecido.

Versículo 45: Sendo informado pelo centurião, consentiu em ceder o corpo a José.

O centurião (comandante de cem soldados romanos) confirmou que Jesus já havia, de fato, morrido.

Versículo 46: Então José comprou um lençol de linho, desceu o corpo da cruz, envolveu-o no lençol e o colocou num sepulcro cavado na rocha. Depois, fez rolar uma pedra sobre a entrada do sepulcro.

José ofereceu um túmulo, que havia sido cavado em uma pedra, para colocar o corpo de Jesus, conforme era costume na época. Em seguida, fechou a entrada do túmulo com uma pedra.

Versículo 47: Ora, Maria Madalena e Maria, mãe de José, viram onde Ele fora depositado.

Essas mulheres pouco poderiam fazer para defender Jesus, pois as mulheres tinham muitas limitações na sociedade da época.. Mesmo assim, acompanharam a Sua crucificação e foram ver onde o Seu corpo fora depositado, enquanto os Seus discípulos fugiram com medo.

Vemos duas provas de coragem: José, ao assumir o risco de ser declarado cúmplice de Jesus e ter o mesmo destino que  Ele, e essas mulheres valorosas. E hoje em dia temos pessoas que até acreditam no Espiritismo, mas para se sentirem mais confortáveis perante a sociedade dizem pertencer a uma outra religião, mais tradicional e melhor aceita! Quanta diferença temos entre os seguidores de Jesus!

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Marcos 15.33-41

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 15


Versículo 33: E aconteceu que toda a terra foi coberta pelas trevas, desde o meio-dia até às três horas da tarde.

Versículo 34: Então, por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: "Elohi, Elohi! hemá sabachtháni?" - que traduzido quer dizer: "Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?"

Jesus sente que o momento final se aproxima. Cita o primeiro versículo do Salmo 22, que descreve a agonia da morte do Messias.

Versículo 35: Alguns dos que presenciavam o que estava ocorrendo, ouvindo isso, comentavam: "Vede, Ele chama por Elias."

Algumas pessoas pensaram ter ouvido "Eli", isto é, "Elias". Os judeus tinham por costume, em momentos de grande necessidade, chamar por Elias, pois acreditavam que ele, por ter sido arrebatado à presença de Deus, viria em socorro dos justos e inocentes. Confundiram "Eli" (Elias ) com "Elohi" (meu Deus).

Versículo 36: Então, um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e a estendeu até Jesus, para que sorvesse. E explicou: "Deixai! Vejamos se Elias vem para tirá-lo daí."

Versículo 37: Todavia, Jesus, com um forte brado, expirou.

Segundo o evangelho de João, as últimas palavas de Jesus foram: "Está consumado", ou seja, o sacrifício final aconteceu.

Versículo 38: Então, o véu do Lugar Santíssimo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo.

No Templo, uma cortina separava o "Lugar Santo" do "Lugar Santíssimo", reservado para o próprio Deus. Essa cortina separava Deus (santo) do povo (pecador). Depois da morte de Jesus, a cortina se rompeu, simbolizando que não há mais separação entre Deus e o povo.

Versículo 39: E, quando o centurião, que estava bem em frente de Jesus, ouviu seu brado e viu a maneira como expirou, exclamou: "Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!"

Os crucificados passavam, em geral, por longos períodos de intensa agonia, exaustão e perda dos sentidos, até a morte por asfixia. Não foi isso que aconteceu com Jesus. Por isso o militar romano reconheceu em Jesus alguém muito especial.

Versículo 40: Algumas mulheres acompanhavam tudo de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José.

Versículo 41: Na Galileia elas tinham seguido e servido a Jesus. Muitas outras mulheres haviam subido com Ele para Jerusalém e, de igual modo, estavam ali presentes.

Temos estas mulheres, que eram desvalorizadas na época de Jesus simplesmente por serem mulheres, acompanhando Jesus, mesmo que de longe, até o momento final. Não temos o relato de que Seus discípulos tivessem feito o mesmo. Isso nos põe a pensar...



sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Marcos 15.21-32

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 15


Versículo 21: E ocorreu que certo homem de Cirene, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, passava por ali, vindo do campo. Eles o forçaram a carregar a cruz.

Simão era natural de Cirene, importante cidade da Líbia, na África do Norte, onde vivia uma grande população judaica. Os soldados romanos o obrigaram a carregar a cruz na qual Jesus seria crucificado.

Na Páscoa, Simão havia feito uma peregrinação de Cirene até Jerusalém. Seus filhos Alexandre e Rufo foram mencionados porque, mais tarde, seriam bastante conhecidos na Igreja Primitiva.

Versículo 22: Levaram Jesus para um lugar denominado Gólgota, que significa local da Caveira.

Versículo 23: E lhe deram vinho misturado com mirra, mas Ele não o bebeu.

Era um costume judaico amenizar a dor do martírio oferecendo ao crucificado uma mistura entorpecente. Jesus preferiu enfrentar a situação de maneira lúcida, pois sempre teve consciência do que lhe aconteceria.

Versículo 24: Então o crucificaram. Dividindo suas vestes, jogaram sortes para saber com que parte cada um iria ficar.

Versículo 25: Eram nove horas da manhã quando o crucificaram.

Versículo 26: E assim ficou escrito na acusação contra Ele: O REI DOS JUDEUS.

Conforme o costume, escrevia-se a acusação numa tábua de madeira, que seguia à frente do sentenciado até o local da execução, quando era então pregada na cruz, logo acima da sua cabeça.

Versículo 27: Junto a Jesus crucificaram dois criminosos, um à sua direita e outro à sua esquerda.

Versículo 28: Cumpriu-se assim a Escritura, que diz: "Ele foi contado entre os malfeitores."

No Salmo 22, também chamado de "O Salmo da Cruz", temos a descrição da morte do Messias. No livro de Isaías, capítulo 53, também temos uma descrição do Messias.

Tudo o que Jesus passou já havia sido previsto pelos profetas, que registraram suas visões nos livros do Antigo Testamento. Esta é mais uma prova de que Jesus era, de fato, o tão esperado Messias, que viria para salvar o povo.


Versículo 29: Os transeuntes lançavam-lhe impropérios, gesticulando a cabeça e exclamando: "Ah! Tu que destróis o templo e, em três dias, o reconstróis!

Versículo 30: Agora desce da cruz e salva-te a ti mesmo!"

Jesus poderia ter se rebelado, libertando-se de tudo aquilo e punindo Seus agressores. Mas, se fizesse isso, não seria Jesus, aquele que amava até mesmo os seus inimigos.

Versículo 31: E Da mesma maneira os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei zombavam dele entre si, exclamando: "Salvou a tantos, mas a si mesmo não pode salvar-se!

Nesta aparente zombaria, eles reconheciam que Jesus tinha salvo muitas pessoas!

Versículo 32: E Que o Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e creiamos!" E, de igual modo, os que com Ele foram crucificados o insultavam.

Todos eles já tinham visto os milagres que Jesus tinha realizado, mas nem assim acreditaram. Não seria diferente desta vez: mesmo se Jesus descesse da cruz, eles continuariam não acreditando.

A mesma multidão que, dias antes, havia prestado homenagens a Jesus quando Ele entrava em Jerusalém, agora gritava insultos. Por isso, devemos ter muito cuidado ao formarmos uma opinião tendo em vista o que a maioria das pessoas pensa. Não são poucos os erros cometidos pela multidão.