segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Lucas 2.36-40

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 2


Versículo 36: Estava também presente a profetiza Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era uma senhora de idade avançada; tinha vivido com seu marido durante sete anos depois de se casar,

Maria e José tinham levado seu filho ao Templo, que ficava em Jerusalém, cumprindo o ritual judaico. Lá, Simeão, a quem Deus havia dito que não morreria sem conhecer o Messias, viu Jesus, e disse à Maria que Jesus era o Messias que todos estavam esperando.

No Templo, também encontraram Ana, uma profetiza.

Versículo 37: e desde então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Jamais deixava o templo: adorava a Deus, jejuando e orando dia e noite.

Depois da morte de seu marido, Ana dedicou sua vida a servir a Deus. Um profeta não necessariamente prediz o futuro; seu principal papel é transmitir a vontade de Deus, que era o que ela fazia.

Versículo 38: Havendo chegado ali, naquele exato momento, deu graças a Deus e proclamava acerca do bebê Jesus para  todos os que anelavam pela redenção de Jerusalém.

O povo de Israel, sob domínio estrangeiro, ansiava pela vinda do Messias, pois acreditava que ele libertaria o povo e faria com que Israel retomasse o seu papel de destaque na história, dominando os outros povos. Isto explica porque Jesus não foi (e não é, até hoje) reconhecido como o Messias prometido pelos judeus,  pois vei trazer a libertação espiritual, e não política.

Jesus é reconhecido por duas pessoas no Templo, mesmo sendo apenas um bebê. Essas duas pessoas perceberam que aquele bebê era alguém muito especial, e que estavam tendo a oportunidade de verem o Messias, prometido há centenas de anos.

Versículo 39: Depois de terem cumprido tudo quanto era requerido pela Lei do Senhor, retornaram para a sua própria cidade, Nazaré, na Galileia.

Versículo 40: E o menino crescia e se fortalecia, tornando-se pleno em sabedoria; e a graça de Deus permanecia sobre Ele.

Jesus, com sua bagagem evolutiva, crescia e se desenvolvia sempre em íntimo contato com Deus.

Temos, em Lucas, um relato desde a gravidez de Maria até a apresentação de Jesus no Templo, com quarenta dias de vida. Logo depois a história continua, mas enfoca Jesus já com doze anos de idade. Nada sabemos do que aconteceu nesse intervalo. O que se supõe não tem nenhum registro. Se Lucas, um fiel biógrafo, não encontrou nenhuma informação a respeito desse período, é porque essa informação não está disponível. Tudo o que for falado a respeito não passa de conjectura sem fundamentação histórica. Isso não deve ser o foco da vida de Jesus, pois Seus ensinamentos registrados aguardam o nosso estudo e, mais importante, a nossa prática.




segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Lucas 2.25-35

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 2


Versículo 25: Entrementes, havia um homem em Jerusalém chamado Simeão, homem justo e piedoso e que almejava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre Ele.

Lucas narra o que aconteceu enquanto Jesus era levado ao Templo quarenta dias após o Seu nascimento, conforme determinava a lei mosaica. Simeão era um homem justo e piedoso, que aguardava a vinda do Messias para a implantação de um Reino de justiça, paz e felicidade.

Versículo 26: O Espírito Santo lhe havia revelado que não morreria sem ter a oportunidade de ver o Cristo de Deus. 

Versículo 27: Movido pelo Espírito Santo, ele dirigiu-se ao templo. Assim que os pais trouxeram o menino Jesus para realizarem com Ele o ritual de consagração exigido pela tradição da Lei, 

Versículo 28: Simeão o tomou em seus braços e louvou a Deus exclamando:

Simeão sabia que não morreria antes de ver a promessa da vinda do Messias (Cristo, em grego, e Messias em hebraico) ser cumprida. Devido à inspiração de um espírito superior, que é identificado no texto como "Espírito Santo", Simeão vai até o Templo e lá encontra Jesus com Seus pais.

Versículo 29: "Ó soberano! Como prometeste, podes agora despedir em paz o teu servo.

Versículo 30: Porquanto os meus olhos já contemplaram a tua Salvação,

Versículo 31: a qual preparaste à vista de todos os povos:

Versículo 32: luz para revelação aos gentios, e glória do teu povo de Israel."

Simeão diz que já poderia morrer em paz pois, como havia sido prometido, tinha conhecido o Messias. Lucas, que não era judeu, procurou deixar claro que o Messias viera para salvar tanto os judeus como os gentios (não judeus).

Versículo 33: O pai e a mãe do menino ficaram admirados com a proclamação feita a respeito dele.

Imaginem o espanto do jovem casal ao saber que o bebê que eles carregavam no colo era o Messias prometido, aguardado há centenas de anos!

Versículo 34: Então Simeão os abençoou e revelou a Maria, mãe de Jesus: "Eis que este menino está destinado a ser responsável pela queda e pelo soerguimento de multidões em Israel, e a ser um sinal de contradição,

Versículo 35: de maneira que a intimidade dos pensamentos de muitos corações será revelada. Quanto a ti, todavia, uma espada traspassará a tua alma."

Jesus traria a divisão ao povo judeu. Os que iriam crer em Sua mensagem iriam mudar radicalmente de vida, enquanto que muitos outros O combateriam de maneira feroz.

Mediante tudo aquilo, Simeão diz que Maria sofreria muito, pois veria seu filho amado sofrer terrivelmente. Se para o mundo Jesus foi o Salvador, para Maria ele seria sempre o seu filho, que padeceu até morrer na cruz.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Lucas 2.21-24

Evangelho segundo Lucas


Capítulo 2


Versículo 21: Completando-se os oito dias para o ritual de circuncisão do menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, o qual já havia sido outorgado pelo anjo antes de Ele nascer.

Versículo 22: De igual modo, ao completar-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés, José e Maria levaram o bebê Jesus até Jerusalém para apresentá-lo a Deus no Templo.

Versículo 23: Assim como está escrito na Leis do Senhor: "Todo primogênito nascido do sexo masculino deverá ser dedicado ao Senhor."

Versículo 24: Também um sacrifício deveria ser oferecido, como proclamava a Lei do Senhor: "duas rolinhas ou dois pombinhos."


As famílias judaicas cumpriam diversas cerimônias depois do nascimento de um bebê:
a) circuncisão: todo menino era circuncidado e recebia um nome no oitavo dia após seu nascimento;
b) redenção do primogênito: todo primogênito era dedicado a Deus. Um mês após seu nascimento, o menino era levado ao Templo e resgatado em troca de um sacrifício oferecido. Mediante esse resgate, o primogênito voltava a pertencer à sua família;
c) purificação da mãe: depois de 40 dias (no caso do nascimento de um menino) ou 80 dias (caso nascesse uma menina), período durante o qual a mulher era considerada impura, era oferecido um sacrifício no Templo e a mulher era considerada purificada.

Assim, em conformidade com os rituais, no oitavo dia de vida o menino foi levado ao Templo, circuncidado e chamado de Jesus, conforme o que o anjo, que havia aparecido a Maria, tinha determinado.

Não podemos esquecer que Jesus era um judeu; cresceu e foi criado de acordo com essa religião. Muitas das passagens relatadas nos Evangelhos só fazem sentido se nos lembrarmos disso.

Embora muitas pessoas menosprezem o estudo do Antigo Testamento, pois acreditam que o importante é a vida de Jesus, que está no Novo Testamento, a realidade mostra-se diferente. Se tirarmos Jesus do contexto judaico e não soubermos o que se falava a respeito do Messias, perderemos pelo menos metade do entendimento da mensagem de Jesus.

A cultura judaica, bem como o momento histórico do povo judeu, traz novas luzes sobre o que lemos nos Evangelhos. Todo conhecimento precisa ser contextualizado, e não é diferente com o Evangelho. Se não soubermos dos usos e costumes da época de Jesus, perderemos grande parte do entendimento sobre o que Ele estava falando.

É claro que de nada adianta entendermos e contextualizarmos a mensagem de Jesus se não a colocarmos em prática. Mas certas passagens do Evangelho, tidas como obscuras, difíceis de entender, só soam estranhas se nos faltar o contexto histórico.

Um bom instrumento de auxílio é uma boa bíblia de estudo. Muitas delas traduzem o significado que pode facilitar muito o entendimento da mensagem que Jesus veio nos trazer. Por isso Kardec nos diz: "Espíritas: amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instruí-vos, eis o segundo." Bom estudo a todos.