segunda-feira, 26 de maio de 2014

Mateus 17, 9-13

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 17


Versículo 9: E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.

Versículo 10: E os seus discípulos o interrogaram, dizendo? Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?

Versículo 11: E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;

Versículo 12: Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem.

Versículo 13: Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista.

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Nos versículos 1 a 8 deste capítulo, Mateus descreve quando Jesus se transfigurou, e como apareceram Moisés e Elias aos discípulos Pedro, Tiago e João. Quando Jesus desceu do monte, inicia-se o relatado neste trecho.

No último livro do Antigo Testamento, o do profeta Malaquias, no capítulo 4, versículo 5, temos o seguinte: "Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor." Elias foi um grande profeta. Malaquias afirma que, antes da vinda do Messias, viria Elias.

Jesus afirmou que o previsto por Malaquias já havia acontecido: Elias já tinha vindo antes dEle, a fim de "restaurar todas as coisas", ou seja, trazer de volta a verdadeira interpretação das leis de Deus, cujo sentido havia se perdido ao longo dos anos, restando apenas discussões estéreis sobre práticas que só tinham a ver com o homem, mas não com Deus.

Sabemos muito pouco sobre a vida de João Batista. Mas ele causou comoção na sua época, incomodando a todos os que estavam acostumados a interpretarem de maneira falsa as leis de Deus. João Batista pregava o arrependimento, e dizia que o reino de Deus estava próximo. Não tinha a certeza de quem seria o Messias, mas sabia que ele já tinha vindo.

Jesus confirma que Elias já tinha vindo, mas não tinha sido reconhecido. Os apóstolos compreenderam que Jesus se referia a João Batista. Resta-nos, como espíritas, entender que João Batista nada mais era do que a reencarnação de Elias.

Jesus também afirmou que os judeus fariam com Ele o mesmo que tinham feito com João Batista, ou seja, entregá-lo à morte. Jesus já sabia que as suas pregações contrariavam os interesses das pessoas que estavam no poder. Não se acovardou, pois tinha conhecimento de Sua missão. Sabendo tudo o que teria que passar, Jesus não hesita, pois sabe que Deus é quem estava no comando. Não podemos encontrar maior prova de confiança em Deus do que essa.

Enfim, temos mais um trecho onde podemos confirmar que o princípio da reencarnação já era divulgado por Jesus há mais de dois mil anos. Ouçam os que têm ouvidos de ouvir.

sábado, 24 de maio de 2014

Mateus 17, 1-8

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 17


Versículo 1: Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte.

Versículo 2: E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e os seus vestidos se tornaram  brancos como a luz.

Versículo 3: E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.

Versículo 4: E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés e um para Elias.

Versículo 5: E, estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o  meu amado Filho, em quem me comprazo: escutai-o.

Versículo 6: E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre seus rostos, e tiveram grande medo.

Versículo 7: E aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos; e não tenham medo.

Versículo 8: E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente Jesus.

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Temos, neste trecho, a descrição de um fenômeno mediúnico. De que outra maneira poderíamos entender o aparecimento, diante de três testemunhas, de pessoas que haviam morrido há muito tempo?

Para aqueles que criticam o Espiritismo acreditando que suas críticas se baseiam na Bíblia, temos aqui um relato muito interessante, onde pessoas mortas são vistas e depois desaparecem no ar.

Para nós espíritas, este fenômeno pode ter duas explicações possíveis: houve a materialização desses dois espíritos (Moisés e Elias) ou os apóstolos, médiuns que eram, conseguiram captar ao mesmo tempo a presença dessas personalidades tão importantes do Antigo Testamento.

Moisés era quem havia moldado o povo hebreu, preparando-o para a adoração de um único deus. Através de suas leis, preparou esse povo para mudar o conceito da humanidade no que diz respeito a conhecer o seu Criador.

Elias foi um dos grandes profetas do Antigo Testamento e, inspirado por espíritos superiores, previu a vinda do Messias para libertar o povo de Israel.

Também Jesus se transfigurou, permitindo por um breve instante que os apóstolos tivessem uma visão de sua grandeza espiritual.

Quem acredita que o Espiritismo é proibido na Bíblia está enganado. Na época do Antigo Testamento, havia um abuso no contato com os mortos. Por tudo e por nada eles eram consultados. Por isso, Moisés achou por bem proibir a comunicação ao invés de a disciplinar. Como o povo ainda não tinha maturidade o suficiente para utilizar essa comunicação, acabaram por ser proibidos de a fazer.

As leis devem evoluir ao mesmo tempo que a humanidade evolui. Assim, a proibição da comunicação com os mortos deve evoluir até o ponto em que o Espiritismo a traz nos dias de hoje.

Para aqueles que argumentam que as leis de Moisés são leis de Deus e devem ser obedecidas, recomendo a leitura de Levítico, no Antigo Testamento. Não podemos escolher quais leis vamos cumprir porque gostamos destas leis, e se não concordarmos com outra lei, não a cumpriremos.

Jesus veio fazer uma atualização das leis do povo hebreu. Ele mesmo disse que não veio destruir a lei, mas dar cumprimento a ela, ou seja, recuperar o sentido perdido das leis, que é ensinar o homem a se relacionar com Deus.

Assim, temos uma cena interessante que foi descrita por Mateus: Moisés, o que educou o povo sobre o Deus único, Elias, que profetizou a vinda do Messias, e Jesus, o próprio Messias, cena esta que só foi possível acontecer através do fenômeno mediúnico.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Mateus 16, 24-28

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16



Versículo 24: Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me;

Versículo 25: Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.

Versículo 26: Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa da sua alma?

Versículo 27: Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.

Versículo 28: Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que veja vir o Filho do homem no seu trono.

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Jesus nos disse, de maneira bem clara, que precisamos fazer uma opção nesta vida: servir a Deus ou ao dinheiro, pois não é possível servir a ambos.

Muitas pessoas não estão muito presas ao dinheiro, mas a reconhecimento, poder, posição social e outras vaidades.

Ele nos ensina que quem quiser salvar a sua vida, ou seja, vencer neste mundo, acabará por perder a sua alma. Por outro lado, aquele que dedicar a sua vida aos ensinamentos de Jesus, embora aparentemente esteja perdendo oportunidades, acabará por encontrar a verdadeira vida.

Muitos se preocupam em acumular bens materiais. Só que, para enriquecerem, acabam por tomar decisões que comprometem sua vida enquanto cristãos. Ganham fortunas, mas acabam se comprometendo no sentido moral e ético.

Não é possível viver sob o ponto de vista cristão e esperar ter o que o mundo chama de sucesso.Ser honesto tem o seu preço, mas a recompensa é uma riquezas que a traça não corrói, nem o ladrão rouba, e que nos acompanhará depois de nossa morte.

Precisamos escolher a que daremos valor nesta vida, pois isso determinará onde gastaremos as nossas energias. Vamos nos empenar em conquistar valores que nada pode destruir. Aí sim conseguiremos conquistar a vida eterna, que é o entendimento da ação de Deus e o cumprimento de Sua vontade.

sábado, 17 de maio de 2014

Mateus 16, 21-23

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16


Versículo 21: Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto e ressuscitar ao terceiro dia.

Versículo 22: E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso.

Versículo 23: Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.

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Depois que Pedro revelou, através da vontade de Deus, que Jesus era o Messias que havia sido previsto nas Antigas Escrituras, Jesus mostrou que seria necessário que se cumprisse tudo o que estava previsto no Antigo Testamento com relação a Ele. Os antigos profetas já haviam previsto a morte do Messias. No salmo 22, nos versículos 1 a 18, temos a perfeita descrição da morte de Jesus. Desta forma, Jesus sabia o que estava por vir.

Pedro, que havia sido tão iluminado há poucos instantes, dizendo que Jesus era o Messias prometido, deixa-se levar pelo seu lado humano e tenta fazer com que Jesus evite o que está por vir. Pedro pensou apenas no momento, em como se sentiria bem caso Jesus permanecesse ao seu lado. Entretanto, era necessário que a profecia a respeito do Messias se cumprisse.

Como teria sido se Jesus não fosse até Jerusalém, se o Seu destino não tivesse se cumprido? Não temos como saber. O que podemos entender é que Jesus estava consciente do preço que teria que pagar por ter mostrado ao mundo uma nova maneira de compreender Deus. O amor que Ele teve por nós foi maior do que qualquer outro sentimento.

Por isso, deveríamos nos envergonhar da maioria das nossas atitudes. Quantas vezes optamos pelo caminho mais fácil, mesmo sabendo qual é o caminho certo? Jesus deu Sua vida para que tivéssemos a perspectiva de como entendermos Deus, almejando sermos dignos de ser chamados de "filhos de Deus". E nós muitas vezes temos vergonha de falar em nome de Jesus! Já é hora de acordarmos, assumindo nossa responsabilidade e agirmos como cristãos. Antes que a morte bata à nossa porta e seja tarde demais.







terça-feira, 13 de maio de 2014

Mateus 16, 18-20

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16


Versículo 18: Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;

Versículo 19: E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Versículo 20: Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo.

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No trecho anterior, Jesus pergunta a Seus discípulos o que o povo pensava a Seu respeito. Muitos achavam que Ele era um dos antigos profetas. Simão Pedro diz que Jesus era o Cristo, o filho de Deus vivo, e Jesus disse que Deus é quem tinha revelado isso a Simão Pedro.

Jesus diz que edificará Sua igreja sobre as revelações dadas por Deus, pois foi desta maneira que Simão Pedro conseguiu transmitir a mensagem de que Jesus era o filho de Deus vivo.

Quando Jesus diz que as portas do inferno não prevalecerão sobre a igreja, quis dizer que todo o engano que o mal pode trazer jamais será mais forte do que o poder da mensagem que Deus nos revela.

O que a mensagem de Deus conectar na terra permanecerá conectado, e o que ela separar, continuará separado.

Não é na pessoa de Pedro que devemos acreditar para a construção da nova igreja de Deus, pois toda pessoa é falha. Devemos ter fé na maneira como Deus se revela para nós em particular.

A chave do reino de Deus não está nas mãos de uma pessoa, que tem poderes para permitir ou não a entrada de alguém nos céus. Está na revelação da vontade de Deus, que pode ser entendida através dos ensinamentos de Jesus.

Como Jesus percebeu que o povo não recebia bem a ideia de que Ele era o Messias prometido, pediu que Seus discípulos não insistissem no assunto, pois mais importante que saber quem Ele era, era a mensagem que Ele tinha para dar.

domingo, 11 de maio de 2014

Mateus 16, 13-17

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16


Versículo 13: E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipo, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?

Versículo 14: E eles disseram: Uns João Batista, outros Elias, e outros Jeremias ou um dos profetas.

Versículo 15: Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?

Versículo 16: E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.

Versículo 17: E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

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Jesus visitava muitas cidades com a finalidade de levar as boas novas a todas as pessoas. Assim, chegou à cidade de Cesareia, que era governada por Filipe (irmão de Herodes Antipas; Herodes havia mandado matar João Batista).

Lá, Jesus perguntou aos seus discípulos o que o povo falava sobre Ele, quem achavam que Ele era. Jesus sabia que os fariseus não aceitavam que Ele era o Messias prometido, mas perguntou o que o povo pensava.

Segundo a tradição do povo judeu, que está descrita em Deuteronômio (quinto livro do Antigo Testamento), no capítulo 18, versículos 15 a 19, Deus havia prometido enviar um grande profeta, que transmitiria a mensagem dEle ao povo. Por isso, muitos acreditavam que Jesus fosse um dos antigos profetas que havia retornado. Citam Jeremias e Elias, que foram grandes profetas.

A respeito de Elias, Jesus esclareceu que ele já havia voltado. No capítulo 17 do evangelho de Mateus, nos versículos 10 a 13, Ele esclarece que João Batista era o profeta Elias que havia retornado.

Simão Pedro foi o único que reconheceu Jesus como aquele que tinha sido enviado por Deus conforme o previsto no Antigo Testamento. Segundo a tradição judaica, Deus enviaria o Messias para salvar o povo. Messias (em hebraico) e Cristo (em grego) significam a mesma coisa: ungido.

Jesus diz que não foi a carne nem o sangue que revelaram a Simão Pedro quem Ele era. Isto quer dizer que não foram nem as tradições nem as antigas escrituras, mas o próprio Deus que havia revelado isso a ele.

Os judeus aguardavam o Messias como aquele que libertaria o povo da escravidão e restauraria a antiga opulência e poder do seu povo. Não podiam entender que o Messias, na forma de Jesus, havia vindo para libertar não só os judeus, mas todos os povos da escravidão da ignorância, levando-os a um outro nível de relacionamento com Deus. Estavam mais preocupados com poder e dominação do que com a própria alma.

Os judeus aguardavam um líder de exército, cujo poder conseguiria derrotar todos os outros povos e fazer com que eles reinassem sobre o mundo. Assim, não quiseram ouvir quando Jesus esclarecia os homens sobre Deus, que gostaria de os ver possuírem uma liberdade que não poderia ser tirada por ninguém. Quando Jesus disse: "Meu reino não é desse mundo", era a isso que se referia.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Mateus 16, 5-12

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16


Versículo 5: E, passando seus discípulos para a outra banda, tinham-se esquecido de fornecer-se de pão.

Versículo 6: E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautela-vos do fermento dos fariseus e saduceus.

Versículo 7: E eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não nos fornecemos de pão.

Versículo 8: E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós, homens de pouca fé, sobre o não vos terdes fornecido de pão?

Versículo 9: Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantas alcofas levantastes?

Versículo 10: Nem dos sete pães para quatro mil e de quantos cestos levantastes?

Versículo 11: Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?

Versículo 12: Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus.

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Um pouco antes, Jesus estava com Seus discípulos quando os fariseus e saduceus pediram que Ele mostrasse algum sinal do céu (leia a postagem anterior).

Depois, Jesus se desloca para outro local. Seus discípulos haviam se esquecido de levar pão para essa jornada. Ao ouvirem Jesus dizer que deviam tomar cuidado com o fermento dos fariseus e saduceus, acharam que Ele estava falando sobre pães.

Jesus, ao perceber a confusão de Seus discípulos, esclarece que não estava falando sobre fermento de fazer pão, mas do fermento da discórdia, que estava presente na doutrina dos fariseus, sempre prontos a discutirem horas a fio sobre interpretações da lei de Moisés de maneira vã e inútil, pois não queriam entender melhor como se relacionarem com Deus, mas exibirem o seu conhecimento.

Ao se perderem em intermináveis discussões sobre o significado das leis, eram mais movidos pela vaidade do que pelo amor a Deus. Por isso Jesus alerta os Seus discípulos sobre discussões inúteis e estéreis sobre as leis religiosas. Ele resumiu muito bem todas as leis e todos os ensinamentos dos profetas em dois mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como amamos a nós mesmos.

Não devemos desperdiçar o nosso tempo com discussões inúteis sobre detalhes da doutrina espírita que não nos transformarão em  pessoas melhores. Não devemos ser ignorantes dos princípios religiosos, pois a obrigação de todo espírita é estudar profundamente a sua religião como instrumento de aperfeiçoamento moral individual. Estudamos para melhorar a nós mesmos, não para mudarmos os outros. Mas não adianta ter o conhecimento se este conhecimento não modificar a nossa vida. Mais ação e menos discussão, esta é a mensagem de Jesus neste relato.

sábado, 3 de maio de 2014

Mateus 16, 1-4

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 16



Versículo 1: E, chegando-se os fariseus e os saduceus, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.

Versículo 2: Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.

Versículo 3: E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?

Versículo 4: Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.

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Fariseus: seita que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre onde se ensinava que a fé só era dada pelas escrituras. Sua origem remonta ao ano de 180 ou 200 a.C.
Os fariseus tinham um papel ativo nas discussões religiosas. Cumpridores rigorosos das práticas exteriores dos cultos e das cerimônias, cheios de um zelo ardente de partidarismo, inimigos dos inovadores, eles fingiam ter uma grande severidade de princípios, mas, sob a aparência de uma devoção meticulosa, escondiam costumes corruptos, muito orgulho e, acima de tudo, um desejo excessivo de dominação.
Participavam de intermináveis discussões sobre os dogmas da religião. Prestavam mais atenção à forma do que no conteúdo e aplicação das Sagradas Escrituras.

Saduceus: seita judia que se formou por volta do ano 248 a.C. Não acreditavam nem na imortalidade da alma, nem na ressurreição (crença comum dos judeus) nem nos bons e maus anjos. Acreditavam em Deus e O serviam, sem nada esperar depois da morte. Esta seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes e tornou-se um partido político constantemente em oposição aos fariseus.

Vemos que os fariseus e os saduceus, que eram inimigos entre si, estavam unidos quando o assunto era desacreditar Jesus, pois não aceitavam que Ele era o Messias prometido.
Nesta passagem, fariseus e saduceus exigiram que Jesus demonstrasse que era o enviado por Deus. Mesmo depois de todos os milagres que Jesus já havia feito, eles ainda pediam mais sinais de Sua origem divina.

Jesus sabia que esses dois grupos eram profundos conhecedores das Escrituras, e que, portanto, não poderiam deixar de ter notado que a Sua vida cumpria tudo o que havia sido profetizado a respeito do Messias. Por isso, seria desnecessário e mesmo supérfluo fazer mais milagres para mostrar o que eles não queriam ver.

O sinal de Jonas, ao qual Jesus se refere, pode ser encontrado no livro escrito por Jonas, no Antigo Testamento. Deus havia ordenado que Jonas fosse pregar na cidade de Nínive, conhecida por seus costumes dissolutos. Jonas recusou-se a ir, e fugiu num navio. Quando estava em alto-mar, uma grande tempestade atingiu seu navio. Para acalmar a tempestade, os marinheiros lançaram Jonas ao mar. Ele foi engolido por um peixe grande. Lá, orou a Deus, e o peixe o devolveu a uma praia, depois de ter passado 3 dias na barriga do peixe. Então Jonas dirigiu-se a Nínive para lá pregar, e converteu toda a cidade.

Jesus sabia que, após 3 dias de sua morte, ressuscitaria. Era esse o "sinal de Jonas" ao qual se refere, que seria dado aos fariseus e saduceus.

Jesus não perdeu o Seu tempo tentando convencer quem estava já pré-determinado a não crer. Nada do que dissesse ou fizesse poderia fazer com que fariseus e saduceus mudassem de ideia, pois se acreditassem nas verdades ditas por Jesus, isso implicaria em assumir que estavam enganados e que deveriam mudar sua maneira de agir. Isto deve servir de exemplo para nós. Quando estivermos exercendo uma missão que nos foi dada por Deus, não devemos desperdiçar o nosso tempo em explicações que não renderão frutos. Apenas devemos fazer o que tem que ser feito, pois o tempo é algo precioso que Deus nos deu, e não temos o direito de o desperdiçar.