Evangelho segundo Mateus
Capítulo 16
Versículo 1: E, chegando-se os fariseus e os saduceus, para o tentarem, pediram-lhe que lhes mostrasse algum sinal do céu.
Versículo 2: Mas ele, respondendo, disse-lhes: Quando é chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está rubro.
Versículo 3: E pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis diferençar a face do céu, e não conheceis os sinais dos tempos?
Versículo 4: Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se.
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Fariseus: seita que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre onde se ensinava que a fé só era dada pelas escrituras. Sua origem remonta ao ano de 180 ou 200 a.C.
Os fariseus tinham um papel ativo nas discussões religiosas. Cumpridores rigorosos das práticas exteriores dos cultos e das cerimônias, cheios de um zelo ardente de partidarismo, inimigos dos inovadores, eles fingiam ter uma grande severidade de princípios, mas, sob a aparência de uma devoção meticulosa, escondiam costumes corruptos, muito orgulho e, acima de tudo, um desejo excessivo de dominação.
Participavam de intermináveis discussões sobre os dogmas da religião. Prestavam mais atenção à forma do que no conteúdo e aplicação das Sagradas Escrituras.
Saduceus: seita judia que se formou por volta do ano 248 a.C. Não acreditavam nem na imortalidade da alma, nem na ressurreição (crença comum dos judeus) nem nos bons e maus anjos. Acreditavam em Deus e O serviam, sem nada esperar depois da morte. Esta seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes e tornou-se um partido político constantemente em oposição aos fariseus.
Vemos que os fariseus e os saduceus, que eram inimigos entre si, estavam unidos quando o assunto era desacreditar Jesus, pois não aceitavam que Ele era o Messias prometido.
Nesta passagem, fariseus e saduceus exigiram que Jesus demonstrasse que era o enviado por Deus. Mesmo depois de todos os milagres que Jesus já havia feito, eles ainda pediam mais sinais de Sua origem divina.
Jesus sabia que esses dois grupos eram profundos conhecedores das Escrituras, e que, portanto, não poderiam deixar de ter notado que a Sua vida cumpria tudo o que havia sido profetizado a respeito do Messias. Por isso, seria desnecessário e mesmo supérfluo fazer mais milagres para mostrar o que eles não queriam ver.
O sinal de Jonas, ao qual Jesus se refere, pode ser encontrado no livro escrito por Jonas, no Antigo Testamento. Deus havia ordenado que Jonas fosse pregar na cidade de Nínive, conhecida por seus costumes dissolutos. Jonas recusou-se a ir, e fugiu num navio. Quando estava em alto-mar, uma grande tempestade atingiu seu navio. Para acalmar a tempestade, os marinheiros lançaram Jonas ao mar. Ele foi engolido por um peixe grande. Lá, orou a Deus, e o peixe o devolveu a uma praia, depois de ter passado 3 dias na barriga do peixe. Então Jonas dirigiu-se a Nínive para lá pregar, e converteu toda a cidade.
Jesus sabia que, após 3 dias de sua morte, ressuscitaria. Era esse o "sinal de Jonas" ao qual se refere, que seria dado aos fariseus e saduceus.
Jesus não perdeu o Seu tempo tentando convencer quem estava já pré-determinado a não crer. Nada do que dissesse ou fizesse poderia fazer com que fariseus e saduceus mudassem de ideia, pois se acreditassem nas verdades ditas por Jesus, isso implicaria em assumir que estavam enganados e que deveriam mudar sua maneira de agir. Isto deve servir de exemplo para nós. Quando estivermos exercendo uma missão que nos foi dada por Deus, não devemos desperdiçar o nosso tempo em explicações que não renderão frutos. Apenas devemos fazer o que tem que ser feito, pois o tempo é algo precioso que Deus nos deu, e não temos o direito de o desperdiçar.
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