segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mateus 19, 16-23

Mateus 19, 16-23

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19


Versículo 16: E eis que aproximando-se dele um mancebo, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna?

Versículo 17: E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.

Versículo 18: Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho;

Versículo 19: Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Versículo 20: Disse-lhe o mancebo: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?

Versículo 21: Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.

Versículo 22: E o mancebo, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.

Versículo 23: Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus.

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O jovem que se aproxima de Jesus o faz de  maneira um pouco inadequada. Começa tentando adulá-lo, pois O chama de "bom". Jesus esclarece que o único digno de ser chamado de bom é Deus, e explique que, se o jovem quer ganhar a vida eterna, deve obedecer os mandamentos.

Como Jesus estava pregando aos judeus, este jovem não deveria desconhecer os mandamentos contidos nas leis de Moisés. Ao perguntar quais eram esses mandamentos, ele parecia mais interessado em exibir suas pretensas virtudes morais do que realmente aprender com Jesus.

A vaidade do jovem falou mais alto. Ele procurou Jesus para mostrar que era melhor do que os outros, pois dizia obedecer todos os mandamentos desde a juventude. Quando Jesus percebe o seu ponto fraco, o que realmente o separa de Deus, pede a este jovem que abra mão de seus bens materiais.

Jesus não exige que todos os seus seguidores abram mão de suas posses. Ele apenas pede obediência ao maior dos mandamentos, que é amar a Deus acima de qualquer coisa. Se o amor à riqueza for maior que o amor a Deus, ou se qualquer outro amor for maior do que o amor que temos a Deus, temos que abandonar o que nos separa de Deus.

Ao dizer que é muito difícil um rico entrar no reino dos céus, Jesus não condenou a riqueza. Ele apenas reconheceu que ela tem um enorme poder de atração, grande o suficiente para desviar um homem de seu caminho e afastá-lo de Deus. A riqueza não é boa nem má; isto depende do uso que fazemos dela, e que importância ela tem em nossa vida.

Portanto, devemos ter cuidado para que nada ocupe o lugar de Deus em nossas vidas, sob risco de sérias consequências em nosso futuro.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Mateus 19, 13-15

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19


Versículo 13: Trouxeram-lhe então alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam.

Versículo 14: Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.

Versículo 15: E, tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.

Comentários


No capítulo 18 do Evangelho segundo Mateus, nos versículos 1 a 5, Jesus já havia se utilizado da imagem das crianças. Quando os Seus discípulos perguntaram quem era o maior no reino dos céus, Jesus chama um menino e diz que aquele que não se converter e não se fizer humilde como um menino não entrará no reino dos céus.

Novamente Jesus traz a mensagem de que as pessoas precisam ter a mesma fé inocente que uma criança tem para que consiga entrar no reino dos céus.

Uma criança não precisa justificar, através da lógica e do raciocínio, o porque de ela acreditar em alguma coisa; ela simplesmente acredita. Da mesma forma, não temos a necessidade de justificar a nossa crença em Deus, pois podemos simplesmente ter a liberdade (e, por que não, o direito) de acreditar. Isso pode trazer um grande alívio, pois nos damos o direito de crer. Atualmente, pelos padrões morais vigentes, está sendo questionado o direito de se ter e se praticar uma religião. Temos a liberdade de falar as coisas mais absurdas possíveis, mas se falarmos em Deus, as pessoas nos olharão com espanto.

No mundo de hoje, com tanta informação mas ao mesmo tempo tanta ignorância, podemos optar por simplificar as coisas importantes da vida. Deus é o nosso criador. O resto é consequência disto.

Você tem o direito de ter a sua fé. Não abra mão disso. Creia da mesma forma que uma criança crê: com todo o seu ser. Depois disso, sua vida vai mudar, com toda a certeza.


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Mateus 19, 1-12

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19


Versículo 1: E aconteceu que, concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galileia, e dirigiu-se aos confins da Judeia, além do Jordão.

Versículo 2: E seguiram-no muitas gentes e curou-as ali.

Versículo 3: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

Versículo 4: Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,

Versículo 5: E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?

Versículo 6: Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Versículo 7: Disseram-lhe eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?

Versículo 8: Disse-lhes ele: Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim

Versículo 9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério (em outra tradução, "não sendo por causa de imoralidade sexual").

Versículo 10: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.

Versículo 11: Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.

Versículo 12: Porque há eunucos que assim nasceram no ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.

Comentários


Um dos motivos pelo qual João Batista tinha sido morto era porque ele havia criticado o rei Herodes, que tinha tomado a mulher de seu irmão como esposa para si. Os fariseus procuraram enredar Jesus na mesma discussão sobre o divórcio, fazendo com que Ele se comprometesse perante as autoridades romanas. Os fariseus não estavam de forma alguma interessados no ensinamento de Jesus, apenas queriam fazer com que se  comprometesse.

Na época em que Jesus viveu, haviam duas correntes de interpretação da lei a respeito do divórcio. Uma delas dizia que o homem poderia se divorciar por qualquer motivo (defendida por Hillel), e outra que o divórcio só poderia acontecer no caso de infidelidade conjugal (defendida por Shammai).

Jesus muda o foco da discussão. Ao invés de discutir os motivos pelos quais se permite ou não o divórcio, fala sobre o casamento. Diz que nem todos devem se casar. Diz que alguns nasceram inaptos para o ato sexual, pois nasceram castrados. Outros foram castrados pelos homens. E outros resolveram se abster do ato sexual para se dedicarem melhor a Deus. Fala também que poucos podem entender isso.

Nos dias de hoje, vemos que a maioria dos casamentos acontece pelo motivo errado. Qual seria o motivo correto? Podemos citar um: compromisso mútuo. Infelizmente, as pessoas têm muita dificuldade em assumir compromissos de qualquer espécie. Cada um só quer pensar no próprio umbigo, enquanto que um compromisso (obrigação, promessa mais ou menos solene) implica em abrir mão de alguns de seus desejos para um bem maior.

Vemos pessoas que trabalham sem compromisso, namoram sem compromisso, relacionam-se com a família sem compromisso. O resultado disso é um só: um completo desastre.

Casamento é uma espécie de sociedade, onde duas pessoas decidem compartilhar uma existência não mais tendo como objetivo a individualidade, mas o bem comum, ou seja, a nova família que está se formando. Isto exige sacrifício e abnegação, pois todos os dias os componentes da sociedade terão que tomar decisões que podem fortalecer ou enfraquecer a nova família. Devem decidir entre satisfazer os seus caprichos ou enxergar as necessidades do outro. Não pode mais existir o "eu", que deve dar lugar ao "nós".

Entretanto, um compromisso assumido só pode ter êxito se for válido para ambos. Se apenas um se dedicar a esta sociedade, a probabilidade de sucesso é pequena. Por causa disso, temos o período que antecede o casamento, que serve para avaliarmos a pessoa com quem temos a intenção de assumir um compromisso.

Segundo a visão espírita, no caso de um casamento colocar em risco a evolução espiritual de um dos cônjuges, pois ele vai estar assumindo mais dívidas do que evoluir caso permaneça casado, melhor é uma separação. Não existe, entretanto, uma regra geral. No caso de dúvida, devemos fazer uma prece e pedir que Deus nos ilumine para podermos tomar a melhor decisão.






quinta-feira, 3 de julho de 2014

Mateus 18, 23-35

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 18


Versículo 23: Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;

Versículo 24: E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;

Versículo 25: E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

Versículo 26: Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

Versículo 27: Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.

Versículo 28: Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.

Versículo 29: Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

Versículo 30: Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.

Versículo 31: Vendo pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.

Versículo 32: Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe:Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste,

Versículo 33: Não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?

Versículo 34: E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.

Versículo 35: Assim vos fará também o meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

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Continuando os seus ensinamentos sobre o perdão, Jesus conta esta parábola ( uma narrativa curta que, mediante o emprego de linguagem figurada, transmite um conteúdo moral).

Nela, um rei vai realizar o acerto de contas, ou seja, vai verificar todas as pessoas que devem a ele e realizar a cobrança. O primeiro a ser cobrado é um que lhe devia 10.000 talentos (cada talento equivale a 35 kg de ouro), isto é, uma quantia muito grande. O servo não tinha como pagar aquela imensa quantia. Então, o rei, como era costume na época, manda que o servo e toda a sua família sejam vendidos como escravos para que o dinheiro obtido fosse usado como pagamento. O servo suplica misericórdia, e o rei o perdoa.

Logo depois, este servo que havia sido perdoado pelo rei encontra um outro servo, que lhe devia 100 dinheiros (um dinheiro, ou denário, equivalia ao pagamento por um dia de trabalho). Perto da quantia de 10.000 talentos, era uma quantia insignificante. Ao invés de perdoar a dívida pequena, assim como tinha sido perdoado a sua imensa dívida, o servo tenta esganar o devedor, exigindo o pagamento imediato de tudo que lhe era devido. Como o outro servo não tinha como pagar naquele momento, o cobrador o manda para a cadeia.

Ao presenciarem tamanha injustiça, os outros servos ficam indignados e vão se queixar ao rei. O rei, que antes havia perdoado a imensa dívida do primeiro servo, muda de ideia e o manda para a cadeia.

O rei, nesta história, representa Deus, que a todo momento nos perdoa das imensas dívidas que temos para com Ele. Nós somos o servo que, mesmo sendo perdoado pelo rei, se acha no direito de cobrar uma dívida muito pequena de seu semelhante. O resultado final é muito fácil de entender. Reflitam e coloquem em prática esse ensinamento contido na parábola, que apesar de ser singela em sua aparência, traz ensinamentos profundos.