quinta-feira, 10 de julho de 2014

Mateus 19, 1-12

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 19


Versículo 1: E aconteceu que, concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galileia, e dirigiu-se aos confins da Judeia, além do Jordão.

Versículo 2: E seguiram-no muitas gentes e curou-as ali.

Versículo 3: Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

Versículo 4: Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,

Versículo 5: E disse: Portanto deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?

Versículo 6: Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Versículo 7: Disseram-lhe eles: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?

Versículo 8: Disse-lhes ele: Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim

Versículo 9: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério (em outra tradução, "não sendo por causa de imoralidade sexual").

Versículo 10: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar.

Versículo 11: Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido.

Versículo 12: Porque há eunucos que assim nasceram no ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.

Comentários


Um dos motivos pelo qual João Batista tinha sido morto era porque ele havia criticado o rei Herodes, que tinha tomado a mulher de seu irmão como esposa para si. Os fariseus procuraram enredar Jesus na mesma discussão sobre o divórcio, fazendo com que Ele se comprometesse perante as autoridades romanas. Os fariseus não estavam de forma alguma interessados no ensinamento de Jesus, apenas queriam fazer com que se  comprometesse.

Na época em que Jesus viveu, haviam duas correntes de interpretação da lei a respeito do divórcio. Uma delas dizia que o homem poderia se divorciar por qualquer motivo (defendida por Hillel), e outra que o divórcio só poderia acontecer no caso de infidelidade conjugal (defendida por Shammai).

Jesus muda o foco da discussão. Ao invés de discutir os motivos pelos quais se permite ou não o divórcio, fala sobre o casamento. Diz que nem todos devem se casar. Diz que alguns nasceram inaptos para o ato sexual, pois nasceram castrados. Outros foram castrados pelos homens. E outros resolveram se abster do ato sexual para se dedicarem melhor a Deus. Fala também que poucos podem entender isso.

Nos dias de hoje, vemos que a maioria dos casamentos acontece pelo motivo errado. Qual seria o motivo correto? Podemos citar um: compromisso mútuo. Infelizmente, as pessoas têm muita dificuldade em assumir compromissos de qualquer espécie. Cada um só quer pensar no próprio umbigo, enquanto que um compromisso (obrigação, promessa mais ou menos solene) implica em abrir mão de alguns de seus desejos para um bem maior.

Vemos pessoas que trabalham sem compromisso, namoram sem compromisso, relacionam-se com a família sem compromisso. O resultado disso é um só: um completo desastre.

Casamento é uma espécie de sociedade, onde duas pessoas decidem compartilhar uma existência não mais tendo como objetivo a individualidade, mas o bem comum, ou seja, a nova família que está se formando. Isto exige sacrifício e abnegação, pois todos os dias os componentes da sociedade terão que tomar decisões que podem fortalecer ou enfraquecer a nova família. Devem decidir entre satisfazer os seus caprichos ou enxergar as necessidades do outro. Não pode mais existir o "eu", que deve dar lugar ao "nós".

Entretanto, um compromisso assumido só pode ter êxito se for válido para ambos. Se apenas um se dedicar a esta sociedade, a probabilidade de sucesso é pequena. Por causa disso, temos o período que antecede o casamento, que serve para avaliarmos a pessoa com quem temos a intenção de assumir um compromisso.

Segundo a visão espírita, no caso de um casamento colocar em risco a evolução espiritual de um dos cônjuges, pois ele vai estar assumindo mais dívidas do que evoluir caso permaneça casado, melhor é uma separação. Não existe, entretanto, uma regra geral. No caso de dúvida, devemos fazer uma prece e pedir que Deus nos ilumine para podermos tomar a melhor decisão.






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