segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Mateus 23, 14

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 14: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.

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Escriba: Entre os judeus, aquele que lia e interpretava as leis.

Fariseu: membro de grupo religioso judaico, surgido no século II antes de Cristo, que vivia da estrita observância das escrituras religiosas e da tradição oral.

Jesus, no capítulo 23 do Evangelho segundo Mateus, alerta o povo sobre os erros  que os religiosos daquela época estavam cometendo. Mais preocupados com a forma de que como o conteúdo, interpretavam as leis de Moisés de maneira equivocada.

Agiam como uma pessoa que, pretendendo aprender a cozinhar, seguisse à risca as instruções de uma receita. No entanto, esquece-se do principal: acender o fogo. O sentido das leis deixadas por Moisés era o de ensinar as pessoas a se relacionarem com Deus. Tudo o mais era secundário.

Os fariseus, ávidos de poder, usavam a religião para terem poder sobre as pessoas. Não se preocupavam em orientar o povo no caminho a seguirem em direção a Deus. Também usavam da religião para enriquecerem. Quando viam uma pessoa fragilizada, como no caso de uma viúva, sob o pretexto de fornecerem amparo espiritual, aproximavam-se dela e, com a desculpa de oferecerem ofertas e sacrifícios, retiravam o quanto de dinheiro pudessem.

Atualmente, muitas pessoas continuam se comportando de maneira semelhante. Colocam-se como defensores da pureza da religião, como se eles fossem os únicos dignos de seguirem Jesus porque são os únicos que entendem Sua mensagem. Com isso, alimentados pela vaidade, começam a criar interpretações próprias dos ensinamentos deixados por Jesus, e querem ter cada vez mais adeptos às suas crenças. Outros se aproveitam do conhecimento que possuem da religião para obterem o dinheiro do próximo.

Jesus alerta os fariseus, tanto os de ontem como os de hoje: sofrerão um julgamento mais rigoroso do que os demais, pois possuem um conhecimento religioso que os alerta de que estão indo pelo caminho errado, e usam o conhecimento para obterem privilégios, ao invés de iluminarem o caminho para os outros.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Mateus 23, 13

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 13: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.

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A expressão "ai" indica profunda tristeza e indignação. Jesus lamenta o fato de as pessoas que eram encarregadas de ensinar ao povo como adorar a Deus traziam mais confusão e falsas leis do que entendimento.

Ao invés de explicarem sobre Deus e como se relacionar com Ele, através da interpretação das leis de Moisés, os fariseus criavam um sem número de leis para determinar como as leis de Moisés deveriam ser seguidas, fazendo com que o caminho rumo a Deus ficasse oculto por um monte de entulhos, que eram as leis criadas por eles, e que não tinham nada a ver com Deus.

Além de eles mesmos não conseguirem entrar no reino dos céus, ou seja, compreender a vontade de Deus e a cumprir, eles ainda impediam que o povo conseguisse isso. As pessoas que tinham a missão de guiar o povo só os confundia, pois estavam mais preocupadas com as regras exteriores, com as aparências, sem se importarem com o relacionamento com Deus.

Por isso, Jesus lamenta as pessoas que recebem como missão ensinar sobre Deus e não conseguem cumprir o seu papel. Alguns por falta de conhecimento, outros por vaidade, outros por serem agentes do mal, acabam fazendo o papel de fariseus modernos. Esquecem-se de que o importante é divulgar a mensagem de Jesus, e acabam se perdendo em interpretações duvidosas. Trazem mais confusão do que esclarecimento.

Não precisamos ser radicais, afirmando que o Espiritismo se encontra apenas nas obras de Kardec, pois ele mesmo afirmou que não disse a verdade final, e com o tempo as suas obras seriam complementadas. Por outro lado, não devemos aceitar qualquer bobagem apenas porque está em um livro espírita. Nos dizeres do próprio Kardec, é melhor rejeitar 99 verdades do que aceitar uma mentira.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mateus 23, 8-12

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 8: Vós, porém, não queirais ser chamados Rabbi, porque um só é o vosso Mestre a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

Versículo 9: E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.

Versículo 10: Nem vos chameis Mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.

Versículo 11: Porém o maior dentre vós será vosso servo.

Versículo 12: E o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.

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Vemos, na atualidade, uma inversão de valores. Nos meios religiosos, as pessoas que deveriam estar ensinando a mensagem de Jesus estão se achando tão ou mais importantes quanto a mensagem que deveriam divulgar.

Quando compramos alguma coisa através da internet, ficamos ansiosos, esperando a entrega do produto. Quando vemos o entregador, ficamos felizes e o agradecemos, tal o nosso contentamento. Entretanto, o motivo real da nossa alegria não é o entregador ter ido até a nossa casa, mas de recebermos o que estávamos esperando.

Ao recebermos a mensagem de Jesus, a pessoa que a transmite é apenas um intermediário, um entregador. Pode até ser um excelente entregador, pois faz o seu serviço com alegria e competência. Mas o que é importante é a mensagem, não quem a transmite. Nenhum de nós deve se considerar ser melhor do que o outro porque é um "entregador" da mensagem de Jesus.

Cada um tem o seu papel a cumprir. O seu valor não depende do papel que desempenha, mas em como desempenha o seu papel. Se você acredita que o papel que está desempenhando está abaixo do seu merecimento, reveja os seus conceitos. Jesus foi o primeiro a dar o exemplo, e disse que veio ao mundo para servir, não para ser servido.

Somos todos iguais, pois somos filhos do mesmo Pai. Os que, no momento, possuem a função de ensinar, devem se lembrar que apenas estão repassando o que aprenderam de alguém, seja através de pessoas ou livros. Sejam sempre gratos àqueles que o ensinaram. O sentimento de gratidão faz parte de uma alma nobre, e nos poupa muito sofrimento.


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Mateus 23, 5-7

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 5: E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas dos seus vestidos,

Versículo 6: E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,

Versículo 7: E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens - Rabi, Rabi.

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Filactérios: duas caixinhas de couro, cada qual presa a uma tira de couro de animal puro, dentro das quais está contido um pergaminho, onde estão escritos quatro trechos da Torá que enfatizam a recordação dos mandamentos e da obediência de Deus (Êxodo 13:1-10, Êxodo 13:11-16, Deuteronômio 64-9 e 11:13-21).

Jesus continua falando dos filisteus, que eram os líderes religiosos do povo hebreu. Fala que eles davam mais valor às leis que ensinavam os homens a se relacionarem com Deus do que ao relacionamento propriamente dito.

As leis contidas no Torá, que foram trazidos por Moisés, deveriam apenas nortear os homens no caminho rumo a Deus. Ao invés disso, passaram a ser vistas como objetos que conferiam importância às pessoas. Ao serem escritas e carregadas junto às pessoas, passaram a ser mais importantes do que seu objetivo, que era o de se aproximarem de Deus.

Os fariseus se deixaram prender pela vaidade. Ao invés de facilitarem o encontro do homem com Deus, criaram muitas leis para regular esse relacionamento. Ao tornarem complicado o que deveria ser simples, buscavam se valorizar e manter os seus privilégios, contentes em manterem o povo na ignorância, a fim de manterem o poder.

Os fariseus buscavam se destacar na religião para serem vistos como melhores do que os outros. Não estavam preocupados em serem intermediários de Deus. Estavam a serviço da própria vaidade.

Nos dias de hoje, ainda vemos muitos religiosos que continuam se espelhando nos fariseus. Utilizam-se da religião para cultuarem a si mesmos, não a Deus. Querem ser vistos como pessoas especiais, as únicas com capacidade para entenderem o que a religião vem a ensinar. Envaidecem-se do conhecimento que possuem, e ao invés de compartilharem o que sabem, preferem fazer mistério sobre o assunto.

A vaidade já pôs a perder um número muito grande de médiuns e oradores. A vaidade é uma praga que ataca também escritores espíritas. Devemos nos lembrar que o mensageiro nunca é maior do que a mensagem, e que a mensagem que interessa é a de Jesus.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Mateus 23, 4

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 4: Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;

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Jesus estava se referindo aos fariseus. Dizia que eles colocavam fardos pesados e difíceis de suportar sobre os ombros dos homens, pois criavam numerosas regras que deveriam ser obedecidas à risca.

Na época em que Moisés criou as leis, elas tinham a finalidade de ensinarem os homens a se relacionarem com Deus. As leis não eram o relacionamento em si, apenas eram um caminho que deveria ser seguido para chegar até Deus.

Com o passar do tempo, o objetivo principal das leis acabou por se perder, sendo que ficou a ideia de que a única maneira correta de se relacionar com Deus seria a forma prescrita pelas leis. É como se um viajante se esquecesse do seu destinho, preocupando-se apenas com o percurso que teria que seguir.

Se os fariseus sobrecarregavam o povo com um número enorme de leis que eles mesmo criaram,  a maior parte delas sem sentido, não mostravam tanto cuidado em colocar essas leis em prática. Preocupavam-se com discussões sem fim sobre as leis, mas não em fazer o que era o correto.

Jesus disse que os fariseus também não se esforçavam por diminuírem o peso destas leis sobre o povo. Eles mantinham o poder político e seus privilégios através do controle do povo. Queriam que as pessoas comuns pensassem que só se aproximariam de Deus através deles. Enquanto esse pensamento permaneceu, nada mudou.

O Espiritismo eliminou os intermediários. Não existem pessoas privilegiadas, detentoras de conhecimentos ocultos aos demais. Todo o conhecimento está disponível para qualquer um que queira estudar. O contato com Deus é feito sem intermediário, pois basta uma prece sincera para que isto ocorra.

Quando nos interessamos em aprofundarmos o nosso conhecimento em como nos relacionarmos com Deus, temos muitas maneiras de estudar. Existem livros, palestras, programas de televisão e infinitos recursos disponíveis na internet.

O que não pode acontecer é a pessoa ser espírita "de orelhada", só obtendo conhecimento através do ato de ouvir outras pessoas falarem. Precisam ter um mínimo de conhecimento que lhes sirva de filtro, separando o que é verdadeiro do que não passa de bobagem.

Para evitar que alguém coloque sobre nossos ombros fardos desnecessários, devemos nos preocupar com o estudo do Espiritismo, separando sempre alguns minutos durante o dia para uma boa leitura. Só assim saberemos a diferença entre o joio e o trigo.