quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Marcos 4.1-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 1: Retornou Jesus à beira-mar para ensinar. E a multidão que se ajuntou ao seu redor era tão numerosa que o forçou a entrar num barco, onde assentou-se. O barco estava no mar e todo o povo agrupava-se na praia.

A multidão estava em volta de Jesus, procurando contato físico, pois queriam a cura de suas enfermidades. Jesus, ao mesmo tempo que evitava ser comprimido pela multidão, buscava ficar em um ponto de destaque, facilitando que todos pudessem ter contato visual e pudessem escutar o que tinha a dizer.

Além disso, era tradição dos mestres judeus da época o ato de se sentar para ensinar.

Versículo 2: E, assim, Ele lhes transmitia  muitos ensinamentos por parábolas, e enfatizava ao ministrar:

As parábolas eram histórias tiradas da vida diária e usadas para ilustrar verdades espirituais e morais. Estas histórias conseguiam a atenção, prendiam o interesse, tornavam concretas ideias abstratas e obrigavam o ouvinte a refletir.

Versículo 3: "Escutai! Eis que o semeador saiu a semear.

As sementes eram plantadas manualmente. À medida que o lavrador caminhava pelo campo, jogava sobre a terra punhados de sementes, que estavam em uma grande sacola pendurada no ombro.

Não importava o quanto o lavrador fosse habilidoso, ele não conseguia evitar que algumas sementes caíssem pelo caminho, sobre rochas e espinhos, ou fossem carregadas pelo vento.

Versículo 4: Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e chegaram as aves e as devoraram. 

Versículo 5: Outra parte caiu em solo pedregoso e, não havendo terra suficiente, nasceu rapidamente, pois a terra não era profunda.

Versículo 6: Contudo, ao raiar do sol as plantas se queimaram; e porque não tinham raiz, secaram.

Versículo 7: Outra parte ainda caiu entre os espinhos; estes espinhos cresceram e sufocaram as plantas, e por isso não pôde dar frutos.

Versículo 8: Finalmente, outras partes caíram em terra boa, germinaram, cresceram e ofereceram grande colheita, a trinta, sessenta e até cem por um."

Versículo 9: E alertou: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Essa é uma das poucas parábolas que Jesus explica completamente o seu significado. Vamos continuar a leitura do evangelho de Marcos para ver o que Jesus nos conta.

Versículo 10: Quando se afastaram das multidões, os Doze e alguns outros que o seguiam lhe pediram para elucidar as parábolas.

Embora Jesus estivesse sempre cercado por muitas pessoas, que O procuravam para obterem a cura, havia um círculo menor de pessoas que sempre O acompanhavam. Os doze apóstolos e alguns outros mais chegados estavam mais próximos de Jesus.

Quando Jesus se afastou da multidão, essas pessoas mais chegadas pediram que Ele explicasse o sentido da parábola do semeador.

Versículo 11: Então, lhes revelou: "A vós foi concedido o mistério do Reino de Deus; aos de fora, entretanto, tudo é pregado por parábolas,

Versículo 12: com o propósito de que mesmo que vejam, não percebam; ainda que ouçam, não compreendam, e isso para que não se convertam e sejam perdoados."

As pessoas mais próximas a Jesus tinham uma compreensão melhor sobre Deus, pois Jesus as ensinava em particular. Para elas, Jesus pedia falar de maneira mais explícita.

Para as demais pessoas, menos familiarizadas com o entendimento de Deus, Jesus usava as parábolas para as ensinar. Mesmo que o sentido do ensinamento não ficasse claro de imediato, as pessoas fixariam a estória contada e, mais tarde, quando estivessem mais maduras espiritualmente, entenderiam o seu significado.

Versículo 13: Então Jesus os questionou: "Se não compreendeis essa parábola, como podereis entender todas as outras?

Esta parábola ensina especificamente sobre o que os apóstolos fariam quando Jesus não estivesse mais entre eles, que é ensinar sobre Deus, e como isso seria recebido pelas pessoas.

Versículo 14: O semeador semeia a Palavra.

Versículo 15: Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a Palavra foi semeada. Mas assim que a ouvem, Satanás vem e toma a Palavra nelas semeada.

As pessoas que são semelhantes à semente plantada à beira do caminho são aquelas que ouvem os ensinamentos a respeito de Deus, mas logo deixam que o mal venha e leve essas sementes embora.

Versículo 16: Assim também ocorre com a que foi semeada em solo pedregoso: são as pessoas que, ao ouvirem a Palavra, logo a recebem com alegria.

Versículo 17: Entretanto, visto que não têm raízes em si mesmas, são de pouca perseverança. Ao surgir alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, rapidamente sucumbem.

As pessoas "de solo pedregoso" ficam deslumbradas com a descoberta dos novos ensinamentos. Mas esta emoção é apenas na superfície, pois não opera mudanças profundas em suas vidas. Ao primeiro problema, acabam os abandonar os ensinamentos para voltarem à antiga vida.

Versículo 18: Outras ainda, como a semente lançada entre os espinhos, escutam a Palavra,

Versículo 19: porém, quando chegam as preocupações da vida diária, a sedução da riqueza e todas as demais ambições, agridem e sufocam a Palavra, tornando-a infrutífera.

Ensinamento claro que dispensa comentários!

Versículo 20: Todavia, outras pessoas são como as que foram semeadas em terra boa: estas ouvem a Palavra, acolhem-na e oferecem farta colheita: a trinta, sessenta e até cem por um."

Mesmo as pessoas  que aceitam os ensinamentos e os praticam apresentam profundidades diferentes de mudanças. Algumas mudam tanto que parecem novas pessoas. Outras, a mudança mal se percebe. Cada um muda conforme está disposto e pode mudar.


sábado, 26 de setembro de 2015

Marcos 3.31-35

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 31: Foi quando chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. E ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo.

Jesus havia se mudado de Nazaré, onde vivia, para Cafarnaum. Em sua nova cidade, começou a realizar muitas curas e a pregar. Ficava cada vez mais conhecido. Por causa disso, uma multidão O procurava em casa.

Quando a família de Jesus ficou sabendo o que estava acontecendo, foram até Cafarnaum para O obrigarem a voltar para casa, pois achavam que Ele estava louco.

Ao chegarem onde Jesus estava, mandaram que fosse chamado, pois seria levado de volta a Nazaré.

A discussão sobre se Jesus de fato tinha irmãos, e quais seriam eles não cabe neste espaço. O que a lógica diz é que não é improvável que Jesus tivesse irmãos.

Versículo 32: E havia um grande número de pessoas sentadas em torno dele; e lhe avisaram: "Olha! Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e buscam por ti."

A família de Jesus não aceitava que Ele fosse o Messias, e que tinha uma missão a executar. Achavam apenas que Ele estava louco.

Versículo 33: Então, Ele lhes respondeu com uma questão: "Quem é minha mãe, ou meus irmãos?"

Jesus aproveitava cada oportunidade que aparecesse para que pudesse ensinar. Poderia, se fosse agir como nós, apenas responder: Não vou. Ao invés disso, conduz a uma profunda reflexão ao perguntar quem era a sua mãe e quem seriam Seus irmãos. A ideia era causar um impacto, e com isso fazer com que as pessoas presentes (e nós, ao lermos o relato do que aconteceu há centenas de anos) refletissem sobre o que Ele iria ensinar.

Versículo 34: E, repassando com o olhar a todos que estavam sentados ao seu redor declarou: "Aqui etão minha mãe e meus irmãos.

Versículo 35: Pois qualquer pessoa que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão e mãe."

As pessoas que estavam ali acreditavam em Jesus. Viam as curas que Ele realizava. Ouviam Seus ensinamentos sobre Deus. Entretanto, a Sua família apenas achava que Ele estivesse louco, e queriam a todo custo levá-lo para Nazaré.

Muitas vezes, sentimos que não somos compreendidos por nossa família. Com o conhecimento que o Espiritismo nos dá, sabemos que não estamos em nossa família por acaso. Devemos procurar desenvolver laços de afeto e gratidão, pois foi graças a eles que nós obtivemos a oportunidade de reencarnarmos.

Por outro lado, os laços de família a que Jesus se refere deveriam se desenvolver dentre os frequentadores do Centro Espírita. O sentimento fraterno deveria permear o relacionamento dos que convivem durante anos em um grupo. Devido ao grande número de frequentadores, e a pressa que comanda nossas vidas, isso não acontece.

Precisamos aprender a nos dedicarmos mais ao cultivo da amizade fraterna. Chegar alguns minutos antes de a reunião começar, e não sair correndo logo que ela termina ajuda bastante.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Marcos 3.20-30

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 20: Foi então Jesus para casa. E uma vez mais grande multidão se apinhou, de tal maneira que Ele e os seus discípulos não conseguiam nem ao menos comer pão.

Versículo 21: Quando os familiares de Jesus tomaram conhecimento do que estava acontecendo, partiram para forçá-lo a voltar, pois comentavam: "Ele perdeu o juízo!"

Um grupo de parentes de Jesus parte de Nazaré (cidade onde Jesus morava com Sua família, antes de se mudar para Cafarnaum) e viaja cerca de 48 quilômetros para tentar obrigá-lo a voltar, pois achavam que Ele havia perdido o juízo. Não reconheciam Jesus como o Messias, e nem entendiam o que Ele estava fazendo.

Versículo 22: Mas os mestres da lei, que haviam descido de Jerusalém, exclamavam: "Ele está possuído por Belzebu!", e mais: "É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios."

Os mestres da lei não podiam negar os milagres que Jesus realizava, mas se recusavam a aceitar que o poder dEle viesse de Deus, pois teriam que O reconhecer como o Messias prometido. Queriam destruir o poder que Jesus tinha sobre a multidão; por isso, acusavam-no de agir em nome de Satanás.

Versículo 23: Foi então que Jesus os chamou mais para perto e lhes admoestou por parábolas: "Como é possível Satanás expulsar Satanás?

Versículo 24: Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir.

Versículo 25: Se uma casa se dividir contra si mesma, igualmente não conseguirá manter-se firme.

Versículo 26: Portanto, se Satanás se atira contra si próprio e se divide, não poderá subsistir, mas se destruirá.

Jesus desenvolve um raciocínio muito claro: se expulsava os demônios, não poderia estar fazendo isso em nome do próprio demônio, pois isso significaria que Ele estaria combatendo a si mesmo. Além disso, Satanás estaria dando poder a um homem para que ele fizesse o bem, o que não fazia o menor sentido.

Da mesma forma, quando acusam o Espiritismo de ser obra do demônio, temos um demônio muito pouco inteligente, pois prega o bem, exalta o nome de Deus e procura livrar as pessoas das más influências!

Versículo 27: De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e furtar dali os seus bens, sem que primeiro o amarre. Só depois conseguirá saquear a casa dele.

Jesus demonstra que, se Ele conseguia expulsar os demônios, era porque o poder de Satanás era menor (menos forte) do que o poder de Deus.

Na linguagem atual, os demônios seriam os espíritos que se dedicam ao mal. Hoje, sabemos que não existem espíritos eternamente dedicados ao mal, nem um que tenha tanto poder quanto Deus. Esses espíritos ainda não evoluíram a ponto de entenderem o bem, mas isso acontecerá mais cedo ou mais tarde.

Versículo 28: Com toda a certeza Eu vos asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhe serão perdoados.

Versículo 29: Todavia, quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais receberá perdão. Pelo contrário, é culpado de pecado eterno.

Versículo 30: Jesus explicou isso porque eles estavam exclamando: "Ele está possesso de um espírito imundo."

O pecado consiste em atribuir ao Diabo as obras do Espírito Santo. Assim, temos inúmeros religiosos que acusam o Espiritismo de ser obra do diabo. Mas o Espiritismo busca reviver os ensinamentos de Jesus, e traz como principal mensagem o Evangelho à luz da reencarnação, o que esclarece muitos pontos antes obscuros.

O estudo e a prática do Espiritismo torna a pessoa melhor, mais voltada para as coisas que dizem respeito a Deus. O conhecimento de que tudo não acaba com a morte, que as pessoas das quais gostamos não desaparecem, apenas estão em outro plano, nos traz conforto, consolo e aceitação. Esses resultados só podem ser obras de Deus!


sábado, 19 de setembro de 2015

Marcos 3.13-19

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 13: Jesus subiu a um monte e convocou para si a quem Ele queria. E eles foram para junto dele.

Versículo 14: E escolheu doze, qualificando-os como apóstolos, para que convivessem com Ele e os pudesse enviar a proclamar,

Versículo 15: E tivessem autoridade para expulsar demônios.

Das centenas de pessoas que seguiam a Jesus, foram escolhidos apenas doze (que é o número de tribos de Israel) para serem Seus apóstolos (apóstolo: mensageiro ou representante autorizado).

Essas pessoas não se destacavam por sua fé, um talento especial que possuíssem, pela profissão que tinham e nem mesmo pela experiência de vida. A única característica que todos tinham era a disposição para obedecerem e servirem a Jesus.

Versículo 16: Ele constituiu, pois, os Doze: Simão, a quem atribuiu o nome de Pedro,

Versículo 17: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão".

Versículo 18: E depois, André; Filipe; Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o zelote;

Versículo 19: e Judas Iscariotes, que o traiu.

Os zelotes (Simão era um deles) eram nacionalistas judeus que se opunham à dominação romana na Palestina.

O que é necessário para que uma pessoa se torne discípula do Espiritismo? Disposição para conhecer a doutrina espírita e, mais ainda, para colocar o conhecimento em prática.

O espírita precisa, minimamente, conhecer as obras básicas que Allan Kardec escreveu em conjunto com os espíritos. Depois, precisa conhecer outros autores clássicos, tais como Gabriel Delanne, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano e Leon Denis, entre outros. Isto demanda tempo e disciplina, pois esses livros merecem ser estudados, e não apenas lidos. Sem esse embasamento, a pessoa não tem uma base segura para partir para outros autores.

Depois que estes livros forem estudados, o espírita estará apto a partir para o estudo das obras de André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier. Temos a memorável série de livros que começa com "Nosso Lar".

Tão importante quanto o estudo é a prática do Espiritismo. Essa prática diz respeito não só à vida privada, mas a religiosa também. O espírita não deve se limitar a praticar o Espiritismo somente nos dias e horas marcados, onde frequenta o Centro: precisa usar sua religiosidade em todos os momentos de sua vida.

No Centro Espírita temos um local formidável para o estudo e a prática da moral cristã. Temos também as atividades práticas da mediunidade, além a assistência ao próximo, fundamental não só para o espírita, mas para qualquer cristão.

O Centro Espírita deve ser o local onde os discípulos do Espiritismo se reúnem para estudar e vivenciar a mensagem de Jesus sob a ótica espírita. Deve ser um local onde nos sintamos tão à vontade quanto em nossa própria casa. Para isso, é necessária a participação de cada um, pois o conjunto é o resultado do esforço de todos. Não pergunte o que o Centro tem a oferecer a você, mas o que você pode fazer por ele e pelo próximo!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Marcos 3.7-12

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 7: Jesus retirou-se com seus discípulos e foi na direção do mar, e uma numerosa multidão vinda da Galileia o seguia.

Versículo 8: E assim que ouviram a respeito de tudo o que Ele estava realizando, grande quantidade de pessoas provenientes da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, das regiões do outro lado do Jordão e das cercanias das cidades de Tiro e Sidom, veio ter com Jesus.

Jesus estava ficando cada vez mais conhecido. O evangelista Marcos lista as principais regiões de Israel e dos países vizinhos, dizendo que seus habitantes procuravam por Jesus. Numa época em que os meios de comunicação eram praticamente inexistentes, isto  era um feito e tanto!

Todos queriam ser curados por Jesus. O fato de os fariseus O perseguirem só aumentava a curiosidade do povo.

Versículo 9: Então, por causa da multidão, Ele pede aos discípulos que passem a manter um pequeno barco à sua disposição, para evitar que a massa de pessoas o apertasse, tirando-lhe os movimentos.

Versículo 10: Pois Ele havia curado grande multidão, de modo que todos os que padeciam de alguma enfermidade se acotovelavam na tentativa de vê-lo e tocá-lo.

Veremos, em outros trechos do Evangelho, que quando Jesus era comprimido pela multidão, entrava em um barco e dali pregava. Era uma maneira de possibilitar que todos O pudessem ver e ouvir.

Versículo 11: E acontecia que todas as vezes que as pessoas com espíritos imundos o viam, atiravam-se aos seus pés e berravam: "Tu és o Filho de Deus!"

Versículo 12: Todavia, Jesus repreendia tais espíritos severamente, ordenando que não revelassem quem era Ele.

Os espíritos obsessores prontamente reconheciam quem era Jesus. Não tinham qualquer dúvida de que Ele era o espírito mais evoluído que já havia encarnado na Terra. O mesmo não acontecia com os fariseus e outros líderes religiosos da época; mesmo vendo os milagres que Jesus fazia, pareciam não acreditar que tudo isso vinha do Filho de Deus.

Jesus repreendia os espíritos obsessores porque ainda não era a hora de todos saberem quem Ele era. Jesus queria convencer a todos através de Seus ensinamentos, e não apenas pelas curas que fazia.

Pergunto se, caso Jesus reencarnasse entre nós, teríamos condições de O reconhecer, ou se apenas os espíritos dedicados ao mal o reconheceriam...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Marcos 3.1-6

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 1: Em outra ocasião, Jesus entrou na sinagoga e encontrou ali um homem que tinha atrofiada uma das mãos.

Versículo 2: Alguns dos fariseus estavam procurando uma razão para acusar Jesus; por isso o observavam com toda a atenção, a fim de constatar se Ele iria curá-lo em pleno sábado.

A lei de Moisés não permitia que se fizesse nenhuma atividade aos sábados, com raras exceções. Violar essa proibição era um crime punível com a morte.

Os fariseus eram um grupo de judeus que zelosamente obedeciam as leis do Antigo Testamento e as tradições religiosas. Preocupavam-se excessivamente com o cumprimento das regras religiosas. Por isso, escandalizavam-se com Jesus, que não demonstrava a mesma preocupação em cumprir todas as regras inventadas pelos homens.

Os fariseus valorizaram tanto sua posição social e a oportunidade de obterem vantagens pessoais que se esqueceram de sua missão: ajudarem as pessoas a encontrarem o caminho até Deus. Eles deveriam ser os primeiros a reconhecerem Jesus como o Messias prometido, mas queriam um Messias que cumprisse as suas expectativas de glória e poder.

Versículo 3: Então convidou Jesus ao homem da mão atrofiada: "Levanta-te e vem aqui para o meio."

Versículo 4: Em seguida Jesus indaga deles; "O que nos é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal? Salvar vidas ou matar pessoas?" No entanto, eles ficaram calados.

Jesus diz que ser capaz de faze o bem (curar o homem) e preferir não fazê-lo equivalia a fazer o mal (não curá-lo). Em aramaico, que era a língua falada por Jesus, o sentido geral da palavra "pecar" é errar.

O interessante desta situação é que em nenhum momento os fariseus tiveram dúvidas de que Jesus tinha a capacidade de realizar um milagre, curando o homem que estava na sinagoga. Eles queriam ver se Jesus faria isso num sábado, quebrando uma regra!

Versículo 5: Indignado, olhou para os que estavam ao seu redor e, profundamente entristecido com a dureza do coração deles, ordenou ao homem: "Estende a tua mão." Ele a estendeu, e eis que sua mão foi restaurada.

Jesus ficou profundamente entristecido porque os religiosos, que deveriam zelar pelo bem estar das pessoas, preferiam discutir se curar alguém no sábado era um pecado ou não. O amor a Deus e ao próximo tinha ficado completamente esquecidos por esses sacerdotes.

Versículo 6: Diante disso, retiraram-se os fariseus e iniciaram, em acordo com os herodianos, uma conspiração contra Jesus,e tramavam um meio de condená-lo à morte.

Os herodianos eram judeus que formavam um partido político que queria restaurar a linhagem de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, como governante de Roma.

Os fariseus eram inimigos políticos dos herodianos, mas se uniram para combaterem Jesus.

Vemos um paradoxo: Jesus não podia curar um doente no sábado, mas eles podiam conspirar para matarem uma pessoa!

Temos, em todas as religiões da atualidade, grupos opositores que se formam por terem pontos de vista divergentes sobre um assunto. Jesus mostra de maneira muito clara o que deve ser feito: o bem, em qualquer situação. Quando se deixa de fazer o bem, isso é o mesmo que fazer o mal.

Não devemos permitir, dentro do Espiritismo, a formação de grupos que se acham detentores do entendimento correto da Doutrina Espírita. Ninguém, no atual estágio de evolução, é capaz disso. Jesus nos deixou apenas dois mandamentos : amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a si mesmo. Tudo o mais é supérfluo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Marcos 2.23-28

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 2


Versículo 23: E aconteceu que passava Jesus num dia de sábado pelas plantações de cereal. Os seus discípulos, enquanto caminhavam, começaram a colher algumas espigas.

Versículo 24: Então os fariseus advertiram-no: "Vê! Por que teus discípulos fazem o que não é permitido aos sábados?"

 O sábado é um dia especial no Antigo Testamento: um em cada sete dias deveria ser separado para descanso e adoração a Deus. Os fariseus acrescentaram a esta lei de Moisés uma série imensa de regras para determinar o que podia e o que não podia ser feito aos sábados.

A lei mosaica permitia a todo viajante colher espigas ao longo das estradas para que pudessem matar a fome. Poderiam pegar apenas o que fossem comer. Os fariseus não estavam criticando o fato de colherem espigas para matarem a fome, mas por fazerem isso num sábado.

Segundo a lei mosaica, a ofensa por fazer qualquer coisa num sábado era punida com a morte por apedrejamento. Por isso, o acusado precisava ser advertido e a sua falta ser comprovada por duas ou três autoridades religiosas. Por isso os fariseus disseram "Vê".

Os fariseus fizeram uma acusação muito grave aos discípulos de Jesus, que poderiam ser punidos com a pena de morte.

Versículo 25: Mas Ele esclareceu: "Nunca lestes como agiu Davi e seus companheiros quando sofreram necessidade e tiveram fome?

Versículo 26: Na época do sumo sacerdote Abiatar, Davi entrou na casa de Deus e se alimentou dos pães dedicados à oferta da Presença, que somente aos sacerdotes era permitido comer, e os ofereceu também aos seus companheiros."

No primeiro livro de Samuel, no capítulo 21, versículos 1 a 6, vemos que Davi, ao fugir de Saul, teve fome. Procurou o sacerdote Aimeleque no templo, e pediu cinco pães do templo. Esses pães só poderiam ser comidos pelos sacerdotes. Davi os comeu, pois estava com fome.

Versículo 27: E então concluiu: "O sábado foi criado por causa do ser humano, e não o ser humano por causa do sábado."

Jesus explica que a finalidade do sábado é ser um dia de descanso, de restauração física e moral. Para isso é que o sábado foi criado. Os fariseus colocaram tantas regras sobre o que podia e o que não podia fazer neste dia que as pessoas tinham dificuldade em cumprir tantas regras. O que era uma coisa simples acabou ficando complicada.

Versículo 28: Assim sendo, o Filho do homem é Senhor inclusive do sábado.

Jesus afirma que Ele tinha autoridade até mesmo sobre o sábado, que era um dia consagrado a Deus.

Jesus demonstra conhecer profundamente as Sagradas Escrituras, mas dá a elas uma interpretação que busca aproximar o homem de Deus. O Espiritismo tem a mesma finalidade, pois busca interpretar os ensinamentos de Jesus à luz da reencarnação, retomando os ensinamentos originais de Jesus.

sábado, 5 de setembro de 2015

Marcos 2.21-22

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 2


Versículo 21: Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha, porquanto o remendo novo forçará o tecido velho e o rasgará ainda mais, aumentando a ruptura.

Versículo 22: Assim como não há pessoa que deposite vinho novo em recipiente de couro velho; caso o faça, o vinho arrebentará o recipiente, e dessa forma, tanto o vinho novo quanto o recipiente se estragarão. Ao contrário; põe-se o vinho novo em um recipiente de couro novo.

Jesus compara Seus ensinamentos como algo novo, que não cabe em coisas antigas.

Ao se colocar um remendo feito com um pano novo em um tecido velho, a roupa velha acaba por se rasgar mais ainda.

Ao se colocar um vinho novo, que vai fermentar e se expandir, em um recipiente feito com couro velho (que perde a sua capacidade de se dilatar), o vinho novo acaba por estourar esse recipiente.

Os ensinamentos de Jesus não cabiam no legalismo religioso dos fariseus. Os velhos rituais não poderiam conter esses ensinamentos. Por isso, Jesus buscou, para Seus discípulos, pessoas que não estavam vinculadas aos doutores da lei, pois elas precisavam se expandir para conter os novos ensinamentos que Ele trazia.




terça-feira, 1 de setembro de 2015

Marcos 2.18-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 2


Versículo 18: Os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas vieram ter com Jesus e inquiriram: 'Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, mas os teus discípulos não jejuam?"

João Batista veio para fazer com que as pessoas se arrependessem de seus pecados e se preparassem para a vinda do Messias. Sua mensagem era de sobriedade. Por isso, seus seguidores jejuavam.

A lei de Moisés prescrevia apenas um jejum obrigatório: no Dia da Expiação. Na época de Jesus, os fariseus tinham o costume de jejuar duas vezes por semana, para mostrarem aos outros como eram santos (no sentido de "separados" dos outros).

Os discípulos de Jesus não precisavam jejuar para se prepararem para a vinda do Messias, pois o Messias já estava com eles.

Versículo 19: Explicou-lhes Jesus: "Como podem os convidados do noivo jejuar enquanto o tem consigo?

Versículo 20: Contudo, virão dias quando o noivo lhes será arrancado; e então nessa ocasião jejuarão.

O casamento judaico era uma celebração que chagava a durar uma semana. Não fazia sentido pensar em jejuar durante uma celebração como esta.

O jejum estava relacionado a momentos difíceis, de grandes desafios e tristeza.

Enquanto o "noivo" (Jesus) estivesse na festa, seria tempo de comemoração, não de jejum. Quando Jesus fosse tirado com violência, aí seria tempo de Seus discípulos jejuarem.