Evangelho segundo Marcos
Capítulo 3
Versículo 1: Em outra ocasião, Jesus entrou na sinagoga e encontrou ali um homem que tinha atrofiada uma das mãos.
Versículo 2: Alguns dos fariseus estavam procurando uma razão para acusar Jesus; por isso o observavam com toda a atenção, a fim de constatar se Ele iria curá-lo em pleno sábado.
A lei de Moisés não permitia que se fizesse nenhuma atividade aos sábados, com raras exceções. Violar essa proibição era um crime punível com a morte.
Os fariseus eram um grupo de judeus que zelosamente obedeciam as leis do Antigo Testamento e as tradições religiosas. Preocupavam-se excessivamente com o cumprimento das regras religiosas. Por isso, escandalizavam-se com Jesus, que não demonstrava a mesma preocupação em cumprir todas as regras inventadas pelos homens.
Os fariseus valorizaram tanto sua posição social e a oportunidade de obterem vantagens pessoais que se esqueceram de sua missão: ajudarem as pessoas a encontrarem o caminho até Deus. Eles deveriam ser os primeiros a reconhecerem Jesus como o Messias prometido, mas queriam um Messias que cumprisse as suas expectativas de glória e poder.
Versículo 3: Então convidou Jesus ao homem da mão atrofiada: "Levanta-te e vem aqui para o meio."
Versículo 4: Em seguida Jesus indaga deles; "O que nos é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal? Salvar vidas ou matar pessoas?" No entanto, eles ficaram calados.
Jesus diz que ser capaz de faze o bem (curar o homem) e preferir não fazê-lo equivalia a fazer o mal (não curá-lo). Em aramaico, que era a língua falada por Jesus, o sentido geral da palavra "pecar" é errar.
O interessante desta situação é que em nenhum momento os fariseus tiveram dúvidas de que Jesus tinha a capacidade de realizar um milagre, curando o homem que estava na sinagoga. Eles queriam ver se Jesus faria isso num sábado, quebrando uma regra!
Versículo 5: Indignado, olhou para os que estavam ao seu redor e, profundamente entristecido com a dureza do coração deles, ordenou ao homem: "Estende a tua mão." Ele a estendeu, e eis que sua mão foi restaurada.
Jesus ficou profundamente entristecido porque os religiosos, que deveriam zelar pelo bem estar das pessoas, preferiam discutir se curar alguém no sábado era um pecado ou não. O amor a Deus e ao próximo tinha ficado completamente esquecidos por esses sacerdotes.
Versículo 6: Diante disso, retiraram-se os fariseus e iniciaram, em acordo com os herodianos, uma conspiração contra Jesus,e tramavam um meio de condená-lo à morte.
Os herodianos eram judeus que formavam um partido político que queria restaurar a linhagem de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, como governante de Roma.
Os fariseus eram inimigos políticos dos herodianos, mas se uniram para combaterem Jesus.
Vemos um paradoxo: Jesus não podia curar um doente no sábado, mas eles podiam conspirar para matarem uma pessoa!
Temos, em todas as religiões da atualidade, grupos opositores que se formam por terem pontos de vista divergentes sobre um assunto. Jesus mostra de maneira muito clara o que deve ser feito: o bem, em qualquer situação. Quando se deixa de fazer o bem, isso é o mesmo que fazer o mal.
Não devemos permitir, dentro do Espiritismo, a formação de grupos que se acham detentores do entendimento correto da Doutrina Espírita. Ninguém, no atual estágio de evolução, é capaz disso. Jesus nos deixou apenas dois mandamentos : amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a si mesmo. Tudo o mais é supérfluo.
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