Evangelho segundo Marcos
Capítulo 6
Versículo 14: E essas histórias chegaram aos ouvidos do rei Herodes, porquanto o nome de Jesus já havia se tornado célebre. Algumas pessoas estavam comentando: "João Batista ressuscitou dos mortos! Essa deve ser a razão pela qual através dele se operam poderes milagrosos."
Jesus havia enviado Seus doze discípulos para pregarem as boas novas, realizarem curas e expulsarem os demônios.
A notícia dos feitos de Jesus logo se espalhou. O rei Herodes, que tinha mandado decapitar João Batista, também ficou sabendo do que Jesus estava fazendo.
Como os habitantes do local tinham João Batista como profeta, ao ouvirem o que Jesus fazia acharam que Jesus era João Batista que tinha ressuscitado, pois ambos falavam em nome de Deus.
A ideia de reencarnação não era estranha ao povo judeu. Porém eles tinham uma visão não muito clara do que acontecia. Acreditavam que uma pessoa morta poderia voltar a viver no mesmo corpo que já estava morto. Esse era o conceito de ressurreição. Por isso elas achavam que João Batista havia voltado à vida.
João Batista passou a vida inteira pregando e preparando as pessoas para a vinda do Messias. Nunca realizou um milagre. As pessoas tinham medo que, caso ele ressuscitasse, todos os milagres seriam possíveis.
Versículo 15: Entretanto, outros alegavam: "Ele é Elias!" E ainda outros declaravam: "Ele é profeta, como um daqueles profetas do passado."
No Antigo Testamento, havia a promessa de que Elias, um antigo profeta, voltaria antes da vinda do Messias. Na realidade, isso de fato aconteceu, pois João Batista era a reencarnação de Elias, e Jesus era o Messias prometido.
Um profeta era uma pessoa que servia de intérprete para Deus. Com isso, tanto podia pregar como realizar milagres. Por isso, muitos acreditaram que Jesus fosse um profeta. Isso já seria muito bom, visto que fazia dezenas de anos que não surgia um profeta em Israel. Mas Jesus era muito mais do que isso. Era o mensageiro de Deus.
Versículo 16: Mas quando Herodes tomou conhecimento do que se comentava, exclamou: "João, a quem mandei decapitar, ressuscitou dos mortos!"
Versículo 17: Porque o próprio Herodes havia expedido as ordens para que prendessem João e o acorrentassem no cárcere por influência de Herodias, esposa de Filipe, seu irmão, com o qual viera a se casar.
Herodias estava casada com Filipe, que era irmão de Herodes. Ao abandonar seu marido para se casar com seu cunhado, segundo as leis judaicas, ela havia cometido adultério. João Batista acusou o rei Herodes e Herodias de adultério, um crime muito grave para os judeus, punível com a morte.
Versículo 18: Pois, na ocasião, João havia admoestado a Herodes: "Não é licito viver com a mulher do teu irmão!"
Enquanto Filipe, irmão de Herodes, fosse vivo, Herodes não poderia se casar com Herodias mesmo se ela tivesse se divorciado, pois estaria cometendo adultério.
Versículo 19: E por esse motivo Herodias o odiava e tencionava matá-lo. Contudo não conseguia realizar seu intento.
Versículo 20: Porquanto Herodes temia a João, e sabedor de que era um homem justo e santo, o protegia. E quando o ouvia ficava admirado, e o escutava com prazer.
Herodes mandou prender João Batista devido à pressão de Herodias. Entretanto, reconhecia que João Batista era um homem bom. Manteve-o preso e tentou protegê-lo do ódio de Herodias.
Versículo 21: Finalmente Herodias teve a ocasião oportuna que ansiava. No dia do aniversário dele, Herodes ofereceu um banquete aos seus líderes mais destacados, aos comandantes militares e às principais personalidades da Galileia.
Versículo 22: E aconteceu que a filha de Herodias se apresentou dançando e muito agradou a Herodes e aos convidados. Então o rei brindo a jovem: "Pede-me o que desejares, e eu te darei!"
Versículo 23: E sob juramento lhe assegurou: "Se pedires, ainda que seja a metade do meu reino, eu te darei!"
Oferecer a metade do reino era uma força de expressão antiga e típica dos reis que queriam demonstrar generosidade para impressionar as pessoas presentes.
Herodes não era um rei. Governava em nome de Roma. Portanto, não poderia oferecer algo que não lhe pertencesse. Agiu mais sob o efeito do álcool do que com generosidade.
Versículo 24: Diante disso, saiu a moça e consultou sua mãe: "O que devo pedir?" Ao que ela recomendou: "A cabeça de João Batista!"
Versículo 25: Sem demora, retornando imediatamente à presença do rei, formalizou seu pedido: "Quero que me dês agora mesmo a cabeça de João Batista sobre um prato!"
Herodias manteve o firme propósito de se vingar de João Batista. Não pensou que, de fato, estava cometendo adultério ao se casar com o irmão de seu marido. Ao invés disso, preferiu guardar rancor e se vingar daquele que afirmou que ela era uma adúltera.
Ela poderia ter pedido o que quisesse. Entretanto, ficou presa ao seu desejo de vingança.
Versículo 26: Então, grande angústia sobreveio ao rei, mas devido ao juramento que fizera e aos convivas que se reclinavam ao redor da sua mesa, não quis deixar de atendê-la.
Herodes falou sem pensar. Levado pela emoção do momento, prometeu que daria à dançarina o que ela pedisse. Não sabia que Herodias, mãe da dançarina, estava esperando a oportunidade de vingança.
Duas pessoas que agem de maneira equivocada provocam a morte de um inocente.
Versículo 27: Mandou, portanto, imediatamente um carrasco com ordens para trazer a cabeça de João. O executor foi e decapitou João na prisão.
Versículo 28: E, trazendo a cabeça de João sobre um prato, a entregou à jovem, e esta, em seguida, a ofereceu à sua mãe.
Versículo 29: Assim que souberam do fato, os discípulos de João foram até lá, resgataram o corpo e o depositaram em um sepulcro.
Vemos como uma promessa feita sem pensar levou Herodes a decretar a morte de quem ele estimava, e como o desejo de vingança pode ser maior do que qualquer outra coisa. Diante destes fatos, podemos aprender como não devemos agir!
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