sábado, 24 de janeiro de 2015

Mateus 24.23-28

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 24


Versículo 23: Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;

Versículo 24: Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Versículo 25: Eis que eu vô-lo tenho predito.

Versículo 26: Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; eis que ele está no interior da casa, não acrediteis.

Versículo 27: Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.

Versículo 28: Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.

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Jesus faz um alerta que é válido até hoje: devemos tomar cuidado com pessoas ou instituições que, a pretexto de pregarem os ensinos de Jesus, prestam um serviço às trevas. Através de mensagens escritas ou faladas, encontradas em livros, revistas, internet ou outras mídias, podemos encontrar verdadeiros absurdos, que são colocados sob a forma de textos inocentes, que podem até parecer estar em concordância com os ensinos do Mestre, mas que estão cheios de veneno que, se instalados em nosso íntimo, podem nos corroer.

Além do trabalho dos espíritos, que se dedicam a propagar o mal de maneira consciente e organizada, temos um grupo muito mais perigoso, que acreditam ter a obrigação de propagarem a Doutrina Espírita, mesmo não possuindo conhecimento para tal. Não se dão ao trabalho de estudo das obras básicas. São espíritas "de orelhada", pois se limitam a adquirir o conhecimento somente ouvindo o que outras pessoas falam. Como não possuem uma base sólida da Doutrina, construída ao longo de anos de estudo, não sabem separar o joio do trigo, e tomam como verdade bobagens infantis. Além de enganarem a si mesmos, acabam passando o engano adiante, reproduzindo conceitos que não sabem se são verdadeiros ou não.

A única maneira de não sermos enganados pelos falsos profetas, que Jesus cita, é o conhecimento. Através do estudo, saberemos dissipar as trevas da ignorância.

Não podemos aceitar tudo o que é dito só porque a pessoa que falou está num Centro, ocupando qualquer cargo. Mesmo pessoas com um bom nível de conhecimento podem estar num dia menos inspirado e cometer um engano.

Também nem todo livro tido como espírita está de acordo com os ensinamentos de Kardec. Tem muita bobagem sendo publicada, e temos que ter muito cuidado ao lermos estes livros. O fato de terem sido publicados por editoras espíritas não quer dizer que não possam conter erros grosseiros, em desacordo com os ensinamentos de Kardec.

A obrigação de todo espírita é a de estudar e conhecer o Espiritismo, que possui os aspectos religioso, filosófico e científico. Não podemos "terceirizar" o nosso conhecimento, esperando que alguém que estudou nos ensine. Temos que conquistar o conhecimento por mérito próprio, mesmo se for necessária a ajuda de outras pessoas para isso. Só assim poderemos nos proteger de enganos desta maneira.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Mateus 24.15-22

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 24


Versículo 15: Quando pois virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;

Versículo 16: Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes;

Versículo 17: E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

Versículo 18: E quem estiver no campo não volte atrás a buscar os seus vestidos.

Versículo 19: Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

Versículo 20: E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

Versículo 21: Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver.

Versículo 22: E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.

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Jesus fala de uma profecia de Daniel, que pode ser lida em Daniel, capítulo 9, versículo 3, no capítulo 11 versículo 31 e no capítulo 12, versículo 11. Nestes trechos, o profeta Daniel fala sobre idolatria (culto a ídolos), que era considerado um grande pecado pelo povo hebreu. Jesus diz que os leitores do livro de Daniel vão entender ao que Ele se refere.

Nos trechos seguintes, Jesus prediz o que vai acontecer a curto e a longo prazo. A curto prazo, no ano 70 DC os romanos invadem Jerusalém, destroem o Templo e oferecem sacrifícios pagãos no lugar sagrado, ao proclamarem Tito imperador supremo.

Muitos cristãos, ao serem perseguidos por Tito, foram salvos por se lembrarem das palavras de Jesus, e buscarem refúgio nas montanhas. Gestantes, idosos e deficientes físicos possuem uma dificuldade de se locomoverem, dificultando a fuga. No sábado e no inverno, os judeus só podem caminhar 800 metros, o que dificultaria também a fuga.

Jesus nos alerta para tempos difíceis. Fica o conselho: orai e vigiai.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Mateus 24.3-14

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 24


Versículo 3: E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

Versículo 4: E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

Versículo 5: Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

Versículo 6: E ouvireis de guerras e rumores de guerra; olhai não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Versículo 7: Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Versículo 8: Mas todas essas coisas são o princípio de dores.

Versículo 9: Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome.

Versículo 10: Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.

Versículo 11: E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

Versículo 12: E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.

Versículo 13: Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

Versículo 14: E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

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Depois de sair do templo de Jerusalém, Jesus vai até o monte das Oliveiras e conversa com Seus discípulos. Este trecho é conhecido como "Sermão Profético".

Jesus começa a explicar que o começo do Seu fim está próximo. Diz também que, no futuro, o mundo como o conhecemos chegará ao fim. Ele fala sobre os fatos que acontecerão (guerras, fome, peste, terremotos) indicando que o fim está para chegar. Pede que tenhamos cuidado como aqueles que vão se apresentar como profetar e até mesmo como Jesus.

O "fim" a que Jesus se refere não é a destruição da Terra, mas a transformação de nosso planeta, que vai deixar de ser de expiação e provas para se tornar um planeta dedicado à regeneração, de acordo com a lei do progresso.

Como Jesus disse, por causa de todas as coisas que já estão acontecendo, muitos sentirão que o amor está deixando de existir. Mas aquele que perseverar até o fim, que não desistir daquilo que o Mestre nos ensinou, alcançará uma nova vida neste planeta que já está em processo de transformação.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Mateus 24.1-2

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 24


Versículo 1: E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Versículo 2: Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

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O primeiro templo judeu foi idealizado por Davi, mas só chegou a ser construído por Salomão, seu filho. Foi destruído na invasão de Nabucodonosor.

O segundo templo foi erguido quando os judeus, que estavam exilados na Babilônia, retornaram a Jerusalém (cerca de 537 AC). Ele foi construído sobre as ruínas do primeiro templo. Foi destruído também (cerca de 63 AC).

A terceira construção, chamada de Templo de Herodes, começou no ano 19 AC. O motivo principal de ter sido erguido não foi fazer um local dedicado a Deus, mas reconciliar os judeus com o rei que os estava dominando (Herodes). Procuraram construir uma cópia do templo de Salomão.

Quarenta anos depois do que Jesus falou a respeito da destruição do templo, o comandante romano Tito cercou o templo. Os partidos judeus mais poderosos (fariseus e saduceus), que deveriam impedir que a cidade fosse invadida pelo exército de Roma, estavam tão preocupados em combaterem uns aos outros que não se preocuparam com a invasão. Somente quando os romanos arrebentaram o primeiro portão de Jerusalém é que eles conseguiram se unir para combaterem o invasor.

Tito destruiu todo o templo, separando até mesmo as pedras da construção, pois queria pegar o ouro derretido que, ao cobrir as paredes do templo, havia se infiltrado entre as pedras. O comandante deixou apenas um resto da muralha, como símbolo do aniquilamento de Israel. Este trecho hoje é conhecido como "Muro das Lamentações".

Mais de um milhão de judeus morreram naquela época. Os sobreviventes foram vendidos como escravos. Israel desapareceu como nação, e os judeus foram espalhados pelo mundo todo.

Assim, enquanto os apóstolos olhavam admirados a construção imponente, Jesus conseguia enxergar o que estava para acontecer. Como Ele fez isso? Não sabemos exatamente. Podemos apenas imaginar que uma pessoa, quando está no topo de uma montanha, consegue ver coisas que quem está lá embaixo não consegue. Jesus estava tão longe de nossa compreensão que muitas das coisas que Ele fez e disse ainda hoje fogem do nosso entendimento. Talvez, com a nossa elevação espiritual, daqui a centenas de anos consigamos entendê-lo melhor. Enquanto isso não acontece, vamos entender o que é possível e colocar em prática o pouco que compreendemos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Mateus 23, 29-39

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 29: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos.

Versículo 30: E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas.

Versículo 31: Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.

Versículo 32: Enchei vós a medida de vossos pais.

Versículo 33: Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?

Versículo 34: Portanto, sabeis que eu vos envio os profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade;

Versículo 35: Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.

Versículo 36: Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração.

Versículo 37: Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!

Versículo 38: Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta;

Versículo 39: Porque eu vos digo que desde agora não me vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.

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Na história do povo hebreu, contada no Antigo Testamento, podemos encontrar diversas narrativas de representantes de Deus (os profetas) que foram mortos pelo povo ou por seus governantes. A primeira morte descrita foi a de Abel, morto por seu irmão Caim. A última foi do sacerdote Zacarias.

Os escribas e fariseus da época de Jesus, estudiosos que eram da história de seu povo, diziam que se eles vivessem na época em que os profetas foram mortos, jamais fariam isso, pois reconheceriam o valor deles. Pois eles estavam prestes a fazer muito pior: em breve, matariam o Messias pelo qual esperaram por centenas de anos. Também matariam e castigariam os novos profetas, encarregados de divulgar a mensagem de Jesus.

Jesus sabia que o momento de Sua morte estava muito próximo. Também sabia o que estava para acontecer a seus discípulos e apóstolos. Mesmo assim, não recuou no cumprimento de Sua missão.

Nós temos as pequenas missões que nos são confiadas pela espiritualidade superior. Entretanto, ao menor sinal de dificuldade, desistimos dos nossos objetivos. Se apresentamos a menor indisposição física, já é motivo para deixarmos de cumprir com nossos compromissos no Centro.

Se temos como tarefa aprender a conviver com pessoas que pensam de maneira diferente, acabamos por nos revoltar ao menor atrito.

Pedimos para Deus nos dar grandes missões, daquelas que podem mudar o destino da humanidade, mas não conseguimos fazer as mínimas tarefas do nosso dia a dia.

Jesus sabia de tudo o que estava para acontecer, e mesmo assim permaneceu sereno e fiel ao que Deus lhe havia direcionado.

Vamos aprender a ser obedientes a Deus nas menores coisas que Ele nos pede. Assim, estaremos nos exercitando para O obedecer quando chegarem as grandes tarefas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Mateus 23, 25-28

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 25: Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e iniquidade.

Versículo 26: Fariseu cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo.

Versículo 27: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.

Versículo 28: Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e iniquidade.


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"Jesus condenou os fariseus e os líderes religiosos porque exteriormente se mostravam santos e justos, enquanto em seu interior permaneciam cheios de corrupção e ganância." Neste comentário, retirado da "Bíblia de Estudo - Aplicação Pessoal", encontramos um bom resumo da mensagem de Jesus neste trecho do Evangelho.


Os fariseus tinham uma preocupação excessiva em mostrar que obedeciam rigorosamente as leis de Moisés. Não contentes com estas leis, ainda criaram muitas outras para normatizarem a vida das pessoas. Entretanto, esqueciam-se de que as leis estavam a serviço do entendimento de Deus, não para tornarem a vida das pessoas um eterno cumprimento de regulamentos.

Atualmente, temos muitas pessoas que se dizem religiosas e que querem parecer santas. Fazem caras e bocas, esperando que os que estão à sua volta as reconheça como modelo de virtude. O único modelo a ser seguido é o de Jesus. Nenhum de nós pode pensar que chega aos pés do que Ele representa.

Precisamos ter muito cuidado com a vaidade. O fato de pensarmos que somos melhores do que os outros é um caminho rápido e direto para o abismo. Antes de acreditarmos que conseguimos cumprir todas as regras que achamos que a religião nos dita, convém meditar sobre estre trecho do Evangelho.


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Mateus 23, 23-24

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 23: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.

Versículo 24: Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.


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Para melhor entendermos a mensagem do Evangelho, devemos começar por entender o significado do texto lido, no que diz respeito ao nosso idioma, o que nem sempre é fácil.

A tradução utilizada é a de João Ferreira de Almeida. Particularmente, acho uma das mais poéticas que conheço, daí sua beleza inigualável. Entretanto, o vocabulário e o estilo utilizados dificultam a compreensão do texto e da mensagem nele contidos.

Na tradução "King James", não tão poética mas bem mais clara, teríamos:
Versículo 23: Ai de vós doutores da lei e fariseus hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas tendes descuidado dos preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé. Deveis, sim, praticar estes preceitos, sem omitir aqueles.
Versículo 24: Líderes insensíveis! Pois coais o pequeno mosquito, mas engolis um camelo.

Bem mais fácil de entender, não? Dado o primeiro passo, que é entender o sentido do texto, vamos para a interpretação da mensagem.

No livro do Antigo Testamento, Levítico, no capítulo 27, versículo 30, encontramos a determinação de que a décima parte (dízimo) dos produtos da lavoura e dos frutos das árvores deveriam pertencer a Deus. Os fariseus, querendo mostrar o quanto eram rigorosos em obedecer às leis de Deus, acrescentaram estas plantas (hortelã, endro e cominho), cujo valor comercial era insignificante.

Embora gostassem de parecer zelosos no cumprimento da lei, os fariseus pecavam em dois pontos importantes: em seu zelo excessivo, acrescentavam coisas às leis de Deus, e se preocupavam com o cumprimento destas leis, mas não com as pessoas.

Ao acrescentarem algo às Leis de Deus, eles afirmavam que estas leis eram imperfeitas,e que a eles caberia o direito de as melhorar. Isto demonstrava o quando eram vaidosos de seu conhecimento religioso.

Ao se mostrarem excessivamente interessados no cumprimento da lei, demonstravam que não compreendiam que as leis serviam simplesmente para ensinar os homens como se relacionarem com Deus. Eram um meio, não a meta a ser atingida.

Os fariseus de hoje se preocupam em dar novos rumos ao Espiritismo. Acreditam que a mensagem de Kardec deva se totalmente reformulada, atualizada, pois seus "guias espirituais" lhes deram novas informações que só a eles foram dadas, e eles possuem a "missão" de fazer com que os demais compartilhem de suas ideias. Dizem que Kardec está ultrapassado. Não se preocupam com o fato de não saberem, não entenderem e nem colocarem em prática o que foi ensinado através de Kardec. Simplesmente acham que sabem mais, que o que foi ensinado já está ultrapassado. São pessoas simplesmente ignorantes, vítimas de fascinação, pois os espíritos determinados a impedirem o acesso da humanidade ao conhecimento trazido pelo Espiritismo utilizam-se da vaidade destes médiuns, dizendo que apenas eles são dignos de receberem os novos ensinamentos. Um pouco de bom senso e humildade evitariam muitos problemas no futuro destes médiuns.

O que é narrado no versículo 24 é o fato dos fariseus, na época de Jesus, coarem a água que bebiam com um pano branco, pois não queriam ingerir um mosquito, considerado um animal imputo. Entretanto, ao cometerem fraudes, atrocidades e outros pecados, figurativamente engoliam um camelo, animal muito grande e também considerado impuro.

Jesus mostra, mais uma vez, que não devemos nos preocupar com a forma, mas sim com o conteúdo. Não adianta sabermos de cor todos os livros espíritas se não colocarmos em prática o que sabemos. Por isso, Ele nos diz que todas as leis podem ser resumidas em apenas duas: amar a Deus acima de qualquer coisa, e amar ao próximo como amamos a nós mesmos.




domingo, 4 de janeiro de 2015

Mateus 23, 16-22

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 16: Ai de vós, condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.

Versículo 17: Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?

Versículo 18: E aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.

Versículo 19: Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a oferta?

Versículo 20: Portanto, o que jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está:

Versículo 21: E o que jurar pelo templo jura por ele e por aquele que nele habita;

Versículo 22: E o que jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele.

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Jesus mais uma vez combate os ensinamentos dos fariseus, que se apegavam ao estrito cumprimento das leis, sem se darem conta do significado destas leis.

Os fariseus davam valor aos rituais, juramentos e tudo o que se relacionasse ao cumprimento de regras. Entretanto, não pareciam entender que a finalidade da lei era mediar o relacionamento do homem com Deus. Eles acreditavam que o cumprimento da lei era a finalidade da religião. Não entendiam que isso era o caminho, e não o destino final. Confundiam os meios (cumprimento da lei) com o fim (relacionamento com Deus). Transformaram a religião em uma série de regras para serem obedecidas. Mas o amor a Deus e a obediência a Ele não foram valorizados.

Se o comportamento deles pode parecer absurdo, não podemos nos esquecer de que muitas religiões, nos dias de hoje, resumem-se ao cumprimento de regras. Estas regram foram interpretações que os homens deram ao que seria a vontade de Deus. Pior que isso, muitos adeptos dessas religiões creem que são os únicos que interpretam as leis de maneira correta. Estas regras (e suas interpretações) acabam por tomar o lugar da religião, sem se darem conta que o mais importante é amar a Deus e cumprir a Sua vontade.

O Espiritismo se diferencia das demais religiões também por não ter dogma (ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar). Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, disse que é melhor rejeitar noventa e nove verdades do que aceitar uma mentira. Portanto, nada no Espiritismo deve ser aceito sem raciocínio, sem que a lógica nos leve àquelas conclusões.

Os adeptos do Espiritismo não vão encontrar, pelo menos nos Centros sérios e bem orientados, uma cartilha dizendo o que podem ou não fazerem com suas vidas. Serão fornecidas oportunidades de estudo, possibilitando que tirem suas próprias conclusões e façam suas opções.

Numa época em que a maioria das pessoas busca agir de acordo com a lei do mínimo esforço, responsabilizando sempre o outro pelo que ocorre em sua vida, sem querer refletir e optar, o Espiritismo vai na contramão, pois busca dar ferramentas para a pessoa ter autonomia e responder por suas opções. Isso demonstra um real compromisso religioso, pois coloca a pessoa no caminho para que ela própria construa seu relacionamento com Deus. Ela não vai mais depender de intermediários para que isso ocorra, pois entenderá que é a única que pode construir esse relacionamento.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Mateus 23, 15

Evangelho segundo Mateus


Capítulo 23


Versículo 15: Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.


Prosélito: pessoa que abandona suas crenças e convicções, aderindo a outra crença, religião ou doutrina.

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Jesus criticou os fariseus porque eles se esforçavam muito para converter uma pessoa ao judaísmo, mais especificamente à facção farisaica, mas isso não trazia benefício ao novo convertido. Ele não conseguia se aproximar de Deus em sua nova crença, e não tinha mais a crença antiga para o apoiar.

Devemos ter muito cuidado ao tentarmos convencer uma pessoa de que a nossa religião é melhor do que a dela. Em primeiro lugar, não existe uma religião que seja melhor do que a outra. Todas tentam levar a criatura ao Criador, seja de uma maneira ou de outra. Cada um vai se identificar com uma interpretação do Caminho, e segui-la da melhor maneira possível.

Nossa compreensão de Deus evolui à medida que nós mesmos evoluímos. Assim, uma interpretação que uma determinada religião nos dá pode ser suficiente em uma determinada época de nossa vida, mas deixar de nos satisfazer mais adiante. Assim, nada nos impede de mudarmos de convicção ao longo da vida. Por esse motivo, devemos ter um profundo respeito pelas crenças alheias. Seria muita falta de caridade (e de bom senso também) tentarmos convencer uma pessoa de que a religião dela, a qual se dedica de maneira intensa e profunda, é falha no entendimento de Deus. O que faz um ser humano ser bom não é a religião na qual ele crê, mas o que ele faz com o que crê.

Existem pessoas que são seguidores exemplares de Jesus. Elas podem ser encontradas em todas as religiões. Também encontramos algumas que são péssimos seguidores do Cristo, e que também podem ser encontradas em todas as religiões.

Nossa religião pode ser muito boa para nós, mas pode não ser adequada para outra pessoa. Assim, é melhor que ela continue seguindo com fé sua religião do que ser um péssimo espírita. Isso não deve ser motivo para nos omitirmos, não nos declarando "espíritas" quando perguntam qual é a nossa religião, nem deixando de esclarecer quem nos pede informações sobre o Espiritismo. Só devemos respeitar todo aquele que, seja qual for sua religião, procura seguir o exemplo do mestre Jesus.