Evangelho segundo Mateus
Capítulo 23
Versículo 16: Ai de vós, condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
Versículo 17: Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?
Versículo 18: E aquele que jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor.
Versículo 19: Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a oferta?
Versículo 20: Portanto, o que jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está:
Versículo 21: E o que jurar pelo templo jura por ele e por aquele que nele habita;
Versículo 22: E o que jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele.
Comentários
Jesus mais uma vez combate os ensinamentos dos fariseus, que se apegavam ao estrito cumprimento das leis, sem se darem conta do significado destas leis.
Os fariseus davam valor aos rituais, juramentos e tudo o que se relacionasse ao cumprimento de regras. Entretanto, não pareciam entender que a finalidade da lei era mediar o relacionamento do homem com Deus. Eles acreditavam que o cumprimento da lei era a finalidade da religião. Não entendiam que isso era o caminho, e não o destino final. Confundiam os meios (cumprimento da lei) com o fim (relacionamento com Deus). Transformaram a religião em uma série de regras para serem obedecidas. Mas o amor a Deus e a obediência a Ele não foram valorizados.
Se o comportamento deles pode parecer absurdo, não podemos nos esquecer de que muitas religiões, nos dias de hoje, resumem-se ao cumprimento de regras. Estas regram foram interpretações que os homens deram ao que seria a vontade de Deus. Pior que isso, muitos adeptos dessas religiões creem que são os únicos que interpretam as leis de maneira correta. Estas regras (e suas interpretações) acabam por tomar o lugar da religião, sem se darem conta que o mais importante é amar a Deus e cumprir a Sua vontade.
O Espiritismo se diferencia das demais religiões também por não ter dogma (ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível, cuja verdade se espera que as pessoas aceitem sem questionar). Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, disse que é melhor rejeitar noventa e nove verdades do que aceitar uma mentira. Portanto, nada no Espiritismo deve ser aceito sem raciocínio, sem que a lógica nos leve àquelas conclusões.
Os adeptos do Espiritismo não vão encontrar, pelo menos nos Centros sérios e bem orientados, uma cartilha dizendo o que podem ou não fazerem com suas vidas. Serão fornecidas oportunidades de estudo, possibilitando que tirem suas próprias conclusões e façam suas opções.
Numa época em que a maioria das pessoas busca agir de acordo com a lei do mínimo esforço, responsabilizando sempre o outro pelo que ocorre em sua vida, sem querer refletir e optar, o Espiritismo vai na contramão, pois busca dar ferramentas para a pessoa ter autonomia e responder por suas opções. Isso demonstra um real compromisso religioso, pois coloca a pessoa no caminho para que ela própria construa seu relacionamento com Deus. Ela não vai mais depender de intermediários para que isso ocorra, pois entenderá que é a única que pode construir esse relacionamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário