sábado, 30 de janeiro de 2016

Marcos 9.33-37

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 9


Versículo 33: Então chegaram a Cafarnaum. Quando já estavam em casa, indagou-lhes: "Sobre o que discorríeis pelo caminho?"

Jesus havia viajado com Seus discípulos, e retornava para a cidade onde haviam se estabelecido, Cafarnaum. Jesus percebeu que, durante a viagem (naquela época, viajava-se a pé), eles discutiam sobre algum assunto.

Versículo 34: Eles, porém, ficaram em silêncio; porque no caminho haviam discutido sobre quem era o maior.

Os discípulos de Jesus esperavam que Ele instaurasse um reino material, com poder econômico e político. Achavam que Jesus libertaria os judeus do governo de Roma, dando início a um período onde o seu povo fosse o conquistador de todos os outros povos, passando de oprimido a opressor.

Com essa ideia em mente, já estavam discutindo que cargo cada um ocuparia nesse novo governo que seria instalado.

Versículo 35: Assentando-se, Jesus reuniu os Doze e lhes orientou: "Se alguém deseja ser o primeiro, será o último, e servo de todos."

Será que os dirigentes religiosos de hoje chegaram a ler esse versículo? Jesus é muito claro: quem quer ter uma posição de destaque no serviço a Deus deve ser aquele que serve a todos, e não aquele que por todos é servido.

Versículo 36: E, conduzindo uma criança, colocou-a no meio deles e, tomando-a nos braços, revelou-lhes:

Versículo 37: "Quem recebe uma destas crianças, por ser meu seguidor, do mesmo modo estará a mim recebendo; e qualquer que me receber, não estará apenas me recebendo, mas igualmente àquele que me enviou."

O que temos feito por nossas crianças? Não me refiro aos filhos dos outros nem às crianças abandonadas, mas a nossos próprios filhos. Será que estamos oferecendo o melhor para elas? Não estou me referindo a bens materiais, pois sabemos que eles nada valem, e serão abandonados no momento da morte.

Estamos nos esforçando para deixarmos valores espirituais aos nossos filhos? Quando eu vejo duas coisas, fico sempre em dúvida. A primeira é ver pessoas que frequentam, há muitos anos,  um centro espírita pelo menos uma vez por semana e se declaram de outra religião. Se não conseguem nem assumir a qual religião seguem, são capazes de ensinar a seus filhos o que acreditam ser uma boa escolha?

Outra coisa de vejo: pessoas que se dizem espíritas não têm nenhuma preocupação em permitir que seus filhos tenham acesso ao que elas acreditam ser verdade. Se um pai ou uma mãe acha que uma coisa é boa, não seria natural querer compartilhar isso com o filho? Por que então se omitir da orientação religiosa que seu filho deve ter?

Em alguns casos, cada um do casal tem uma religião diferente. Seria simples os pais encararem isso com naturalidade e fornecerem a oportunidade de seus filhos terem contato com ambas as religiões, para mais tarde, quando adultos, fazerem sua opção. Entretanto, o que acaba acontecendo é que essa escolha acaba sendo feita pelas convenções sociais, e a religião melhor aceita nos círculos sociais é a ensinada.

Assim, temos uma contradição: o Espiritismo é bom para mim, mas eu não permito que meu filho tenha acesso a ele. Está na hora de uma mudança. Quase todo centro espírita tem evangelização infantil e mocidade, e nossos filhos podem ser inscritos nele. Vamos nos informar sobre o dia e a hora em que o curso acontece, levar os nossos filhos e participar das atividades. Qual a dificuldade em fazer isso?

A mensagem de Jesus é clara: quem ajuda uma criança, é como se ajudasse  Ele próprio, e é como se estivesse ajudando Deus.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Marcos 9.30-32

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 9


Versículo 30: Eles partiram daquele lugar e atravessaram a Gelileia. E Jesus evitava que qualquer pessoa soubesse onde se achavam.

Jesus havia concluído o período dedicado ao ensino do povo. Agora, sabendo que Sua morte estava próxima, dedicava-se ao ensino de Seus doze apóstolos, pois era necessário que a Sua mensagem continuasse a ser pregada após Sua morte.

Versículo 31: Pois estava dedicado ao ensino dos seus discípulos e lhes revelou: "O Filho do homem está prestes a ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão mas três dias depois ressuscitará."

Versículo 32: Todavia, eles não conseguiam entender o que Ele desejava comunicar, mas tinham receio de inquiri-lo a este respeito.

Hoje, sabendo do que aconteceu com Jesus, fica muito mais fácil entender o que Ele disse. Logo Judas o entregaria aos soldados romanos; Ele seria julgado, crucificado e no terceiro dia ressuscitaria. Mas para os Seus discípulos, que viam a popularidade de Jesus crescer cada vez mais, ficava difícil acreditar que tudo aquilo estava prestes a terminar.

Jesus tinha plena consciência do que O aguardava. Sabia que tinha que ser dessa forma.

Os discípulos não enfrentaram a situação. Tinham uma vaga ideia do que iria acontecer, mas não podiam suportar a ideia de se separarem daquele mestre que amavam tanto.

Notamos a diferença na maneira de enfrentar uma situação difícil. Jesus, cuja evolução espiritual estamos longe de compreender, simplesmente aceita o que deveria acontecer. Os discípulos, embora preparados para continuarem o trabalho do Mestre, simplesmente preferem fazer de conta que tudo vai continuar a ser como é, que nenhuma mudança deva acontecer.

Em nossas vidas, podemos tentar fazer como Jesus, aceitando o inaceitável, mesmo que seja ruim para nós, ou simplesmente fingir que nada vai acontecer. A escolha é nossa. Nunca é demais lembrarmos que, sempre que tivermos dúvidas quanto à maneira correta de agirmos, devemos nos lembrar que Jesus é o exemplo a ser seguido.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Marcos 9.14-29

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 9


Versículo 14: Assim que chegaram onde estavam os demais discípulos, observaram um grande aglomerado de pessoas ao redor deles e os mestres da lei discutindo com eles.

Um pouco antes, Jesus tinha levado Pedro, Tiago e João a um lugar retirado para que pudessem ficar a sós. Neste local, Jesus se transfigurou, e Moisés e Elias se materializaram no local (mais um fenômeno mediúnico claramente descrito na Bíblia!).

Versículo 15: Logo que a multidão percebeu Jesus, tomada de surpresa correu para Ele e o saudava.

Versículo 16: Então, Jesus dirigiu a palavra aos escribas e os inquiriu: "O que discutis com eles?"

Versículo 17: Contudo, um homem, no meio da multidão, replicou: "Mestre! Trouxe-te o meu filho, que está tomado por um demônio que o impede de falar.

Versículo 18: Onde quer que este o tome, joga-o no chão. Então ele espuma pela boca, range os dentes e fica todo enrijecido. Roguei aos teus discípulos que expulsassem o tal espírito, mas eles não conseguiram."

Ao chegar onde o restante de Seus discípulos estavam, Jesus observou que muitas pessoas estavam em volta deles, que discutiam com aqueles que eram encarregados de ensinar a lei judaica ao povo (mestres da lei).

Jesus perguntou o que estava acontecendo, e um pai contou que seu filho estava sendo vítima de obsessão, e os discípulos de Jesus não foram capazes de afastarem o obsessor.

Versículo 19: Admoestou-lhes Jesus: "Ó geração sem fé, até quando estarei Eu junto a vós? Até quando vos suportarei? Trazei-o a mim!"

Jesus diz que a falta de fé impediu Seus discípulos de afastarem o obsessor.

Versículo 20: E logo o trouxeram. Assim que o espírito viu Jesus, no mesmo instante provocou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca.

Versículo 21: Então Jesus indagou ao pai do menino: "Há quanto tempo isto lhe está acontecendo?" E o pai declarou: "Desde a infância.

Versículo 22: Muitas vezes esse demônio o tem jogado no fogo e na água, para matá-lo. Todavia, se tu podes fazer algo, tem compaixão de nós e, de alguma maneira, ajuda-nos!"

Geralmente os processos de obsessão que já duram muito tempo são os mais complicados, pois existem vínculos que prendem a vítima ao obsessor, e quem aparenta ser a vítima pode, eventualmente, ser o verdadeiro obsessor.

Os discípulos que já haviam expulso vários espíritos obsessores não puderam fazer nada a respeito daquele que tomava o menino por falta de fé. Jesus adverte que há graduações entre os espíritos que se dedicam ao mal, e que alguns só podem ser afastados mediante profunda comunhão com Deus, através de oração e de persistente devoção, que inclui o jejum.

Versículo 23: "Se podes?", contestou-lhes Jesus: "Tudo é possível para aquele que crê!"

Versículo 24: Imediatamente o pai do menino asseverou: "Creio! Ajuda-me a vencer a minha falta de fé."

Mesmo que admitamos que a nossa fé em Deus não é absoluta, podemos pedir a Ele que nos ajude a crer. Se algo é impossível ao ser humano, certamente não o é para Deus. Assim, podemos superar algum defeito nosso ou mesmo a nossa fragilidade na fé.

Versículo 25: Percebendo que o povo estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, determinando: "Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: Deixa este jovem e jamais o tome novamente!"

Jesus ordena que o espírito obsessor deixe o jovem e nunca mais volte. O que vemos em processos obsessivos mais graves mostra que certos obsessores podem até se afastar, mas acabam voltando. Isso pode acontecer por diversos motivos: falta de mudança de comportamento do obsediado, que não se dedica à evangelização de si próprio; o obsediado, estando intimamente ligado ao obsessor, acaba por atraí-lo de volta, pois existem liames que os unem; o obsessor concorda em se afastar, mas sua decisão não é verdadeira em seu coração, e acaba mudando de ideia.

Versículo 26: Então o demônio berrou, agitou o jovem violentamente e o abandonou. O menino ficou desfalecido, a ponto de todos afirmarem: "Ele morreu!"

Versículo 27: Entretanto Jesus, pegando a mão do menino, o levantou, e ele ficou em pé.

Quem já participou de trabalhos de desobsessão sabe que isso pode acontecer.

Versículo 28: Mais tarde, quando Jesus estava em casa, seus discípulos o consultaram em particular: "Por que razão não fomos capazes de expulsá-lo?"

Versículo 29: E Jesus lhes advertiu: "Essa espécie de demônios só é expelida com oração e jejum."

Quando participamos de reuniões espíritas de qualquer natureza (desenvolvimento mediúnico, atendimento aos necessitados, desobsessão), temos que estar bem preparados para situações complexas.

Não adianta acharmos que os "irmãos", responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho, devam suprir todas as nossas falhas, pois eles precisam de ferramentas adequadas para poderem trabalhar.

Precisamos ter conhecimento da doutrina espírita. Esse conhecimento só pode ser obtido através de profundo e contínuo estudo das obras básicas de Kardec.

De nada adianta ficarmos observando as pessoas mais experientes para imitarmos suas condutas. Nada substitui o estudo. Além disso, não existe uma fórmula que possa ser aplicada a todos os espíritos com os quais tenhamos contato.

Kardec já disse que o primeiro mandamento dos espíritas é amarmo-nos, e o segundo, instruirmo-nos. Não dá para "pular" o segundo mandamento!


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Marcos 9.1-13

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 9


Versículo 1: Então lhes falou Jesus: "Com toda a certeza vos asseguro que alguns dos que aqui estão de modo algum passarão pela morte, até que vejam o Reino de Deus chegando com poder."

Provavelmente Jesus se referia à sua transfiguração, que aconteceria seis dias depois, Nela, os três apóstolos escolhidos teriam a oportunidade de ver um pouco da grandeza espiritual de Jesus.

Versículo 2: Passados seis dias, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e os conduziu a um lugar retirado, no alto de um monte, onde puderam ficar a sós. E ali foi transfigurado diante deles.

Pedro, Tiago e João faziam parte do grupo mais íntimo dos discípulos de Jesus. Vemos que grandes fenômenos mediúnicos aconteceram na presença de um número pequeno de pessoas, longe dos olhares dos curiosos, que poderiam, com suas vibrações desequilibradas, prejudicar o fenômeno mediúnico.

Vamos encontrar outros eventos, narrados nos Evangelhos, onde apenas os três discípulos estavam junto a Jesus. Provavelmente eram os que apresentavam uma maior evolução espiritual, fazendo com que compreendesses e cooperassem melhor com a missão de Jesus.

Versículo 3: Suas vestes tornaram-se alvas, de um branco reluzente, como nenhum lavanderio em toda a terra seria capaz de alvejá-las.

Versículo 4: Então, apareceu à sua frente Elias com Moisés, e estavam conversando com Jesus.

Nesta transfiguração, Jesus permite que Sua verdadeira natureza espiritual possa ser vista. O que se observa é uma luz como nunca tinha sido vista antes.

Moisés, que libertou o povo judeu da escravidão do Egito, e Elias, um profeta descrito no Antigo Testamento, eram figuras de destaque na história do povo judeu. Ambos já estavam mortos há muitos anos. Marcos relata que Jesus conversava com duas pessoas que já haviam morrido, e isto sem demonstrar espanto, o que mostra que não era um fato raro, isolado.

Versículo 5: E Pedro, tomando a palavra, sugeriu: "Rabi, é muito bom estarmos aqui! Vamos erguer três tabernáculos: um será teu, um para Moisés e um para Elias.

Versículo 6: Pedro não sabia o que falar, pois eles ficaram aterrorizados.

Pedro queria construir três tendas. Antigamente, uma tenda era um lugar em que o povo judeu se encontrava com Deus.

Versículo 7: Em seguida, surgiu uma nuvem que os envolveu, e dela soou uma voz, que declarou: "Este é o Meu Filho amado, a Ele dai ouvidos!"

Mais um fenômeno mediúnico aconteceu. Depois da materialização de Moisés e de Elias, temos o fenômenos da voz direta.

Além disso, a voz diz que Jesus era o seu filho amado. Nesta passagem, como em muitas outras, vemos uma diferença entre Deus, o pai, e Jesus, o filho amado. Fica claro que Eles não são a mesma pessoa.

Versículo 8: E, de repente, quando olharam ao redor, a ninguém mais viram, a não se Jesus.

Versículo 9: Durante a caminhada, descendo o monte, Jesus ordenou que a ninguém revelassem o que haviam presenciado, até que o Filho do homem tivesse ressuscitado dos mortos.

Versículo 10: Eles mantiveram esse assunto exclusivamente entre si, mas comentavam sobre qual seria o significado da expressão "ressuscitado dos mortos.'

A ressurreição não era um assunto desconhecido dos judeus, que acreditavam que uma pessoa morta pudesse voltar usando o mesmo corpo. O que eles não entendiam é como isso se aplicava a Jesus.

Versículo 11: Então questionaram-se: "Por que os mestres da lei afirmam que é preciso que Elias venha primeiro?"

As profecias a respeito do Messias diziam que Elias viria antes dele. Para que os discípulos aceitassem Jesus como o Messias, precisavam entender este ponto de vista.

Versículo 12: E Jesus lhes esclareceu: "Realmente, Elias vindo primeiro restaura todas as coisas. Agora, por que está escrito também que é necessário que o Filho do homem sofra penosamente e seja rejeitado com desprezo?

Mais uma vez Jesus explica a Seus discípulos que são necessários os sofrimentos que estão por vir.

Versículo 13: Pois Eu lhes digo: Elias também já veio, e fizeram contra ele tudo o que desejaram, como está escrito a respeito dele."

Conforme relatado no evangelho de Mateus, Jesus referia-se a João Batista. Assim, Jesus relata que João Batista era a vinda de Elias. Para os espíritas, fica muito clara a alusão à reencarnação do profeta Elias como João Batista.

Neste trecho do Evangelho, vemos relatados todos os sofrimentos mediúnicos e  uma afirmação muito clara sobre a reencarnação: só não vê quem não quer!













terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Marcos. 8.31-38

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 8


Versículo 31: Então, passou Jesus a ensinar-lhes que era imperioso que o Filho do homem fosse vítima de muitos sofrimentos, viesse a ser rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei; então, fosse assassinado, para depois de três dias ressuscitar.

Jesus costumava se intitular como "Filho do homem". No Antigo Testamento, esse título é usado para retratar a personalidade celestial a quem, no final dos tempos, Deus confiaria toda a sua glória, honra e poder.

Jesus já sabia o que lhe aconteceria. Não reclamou; apenas alertou os Seus discípulos, a fim de que eles estivessem preparados.

Versículo 32: E Jesus falou sobre esse assunto de maneira clara. Mas Pedro, chamando-o em particular, começou a censurá-lo energicamente.

Pedro não aceita que Jesus fale sobre o que está para acontecer; repreende-o por aceitar os acontecimentos futuros. Pedro, momentos antes, havia reconhecido Jesus como o Messias esperado. Parece desconhecer tudo o que tinha sido previsto, no Antigo Testamento, sobre os sofrimentos e morte do Messias.

Versículo 33: Entretanto, Jesus voltou-se, olhou para seus discípulos e repreendeu severamente a Pedro, exclamando: "Para trás de mim, Satanás! Pois não estais pensando na obra de Deus, mas sim nas ambições humanas."

Pedro frequentemente era o porta-voz dos discípulos. Inconscientemente, os discípulos tentavam evitar que Jesus morresse na cruz. Entretanto, a função deles não era proteger Jesus, mas O seguir.

Pedro também queria que Jesus fosse reconhecido como rei, e não como o Messias anunciado no capítulo 53 do livro do profeta Isaías.

Jesus repreende Pedro, que ao invés de enxergar os planos de Deus para Jesus, tenta arrastá-lo pelo caminho mais fácil, visando objetivos materiais.

Versículo 34: Em seguida, convocou Jesus a multidão e os discípulos, e os desafiou: "Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e venha após mim."

Marcos escreveu seu evangelho principalmente para os romanos. Eles sabiam o que significava "tomar a sua cruz". Na época, os criminosos mais perigosos, em Roma, eram condenados à morte na cruz, e deveriam carregar o madeiro até o local de execução, como uma forma de submissão ao poder de Roma.

Jesus mostra que, se pretendemos segui-lo, devemos demonstrar submissão à Sua vontade e poder de renunciar aos prazeres do mundo.

Versículo 35: Quem quiser, pois, salvar a sua vida perde-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo Evangelho salva-la-á!

Aquele que quiser salvar a sua vida, ou seja, vencer no sentido de conquistas materiais, acabará por desperdiçar a sua encarnação. Aquele que, ao contrário, dedicar a sua vida à prática e pregação do Evangelho, embora aparentemente derrotado no plano material, terá salvo sua encarnação.

Versículo 36: Portanto, de que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

Se uma pessoa encarna para evoluir espiritualmente, de que adianta ficar acumulando bens materiais, que de nada a ajudarão depois do seu desencarne? Melhor é nos dedicarmos a conquistar valores espirituais, que poderão ser levados conosco depois da nossa morte.

Versículo 37: Ou ainda, o que uma pessoa poderá dar em troca de sua alma?

De que adianta acumular dinheiro e poder, e perdermos a nossa encarnação?

Versículo 38: Assim sendo, numa época como esta, de incredulidade e perversidade, se alguém tiver vergonha de mim e dos meus ensinamentos, então o Filho do homem, quando voltar na glória do seu Pai, juntamente com os santos anjos, também a essa pessoa não oferecerá honra."

Se perguntarmos às pessoas, ninguém vai dizer que tem vergonha de Jesus. Entretanto, as pessoas tem vergonha de falar sobre a mensagem de Jesus. Não se envergonham de falarem os maiores absurdos, mas têm vergonha de se expressarem quanto à sua religião.

A mensagem de Jesus é muito importante. Deve ser divulgada em cada ocasião que apareça. Temos que ter vergonha de falarmos as barbaridades que habitualmente falamos da vida dos outros, não de falarmos o nome de Jesus.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Marcos 8.27-30

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 8


Versículo 27: Jesus e seus discípulos partiram para os povoados nas cercanias de Cesareia de Filipe. No caminho, Ele lhes inquiriu? "Quem dizem as pessoas que Eu sou?"

Cesareia era uma cidade que ficava ao norte do mar da Galileia. Seu nome antigo era Paneias (em homenagem ao deus grego Pan). Filipe, filho de Herodes, reconstruiu a cidade e deu um novo nome em homenagem a Tibério César e a ele próprio. Esta era uma região extremamente pagã.

Versículo 28: Ao que eles informaram: "Alguns comentam que és João Batista, outros, Elias; e ainda há que afirme que és um dos profetas."

Vemos que o conceito de reencarnação não era estranho aos judeus, pois muitos supunham que Jesus era o profeta Elias, sabidamente morto há muitos anos.

Versículo 29: Então lhes questionou: "Mas vós, quem dizeis que Eu sou?" E asseverando Pedro, declarou: "Tu és o Cristo!"

Cristo (em grego) ou Messias (em hebraico): palavra que, no original hebraico, transmite a ideia de uma pessoa escolhida por Deus e revestida de poder para realização de uma missão divina e específica na terra. No final do Antigo Testamento, essa palavra passou a ter uma conotação particular: referia-se a um rei ideal, ungido e capacitado por Deus para libertar os judeus dos inimigos pagãos e estabelecer um reino de justiça e paz. Na época de Jesus, o título de "Messias" trazia uma conotação política, nacionalista, revolucionária e militar, e por isso Jesus evitou o uso desse termo em relação à Sua pessoa e missão.

Versículo 30: Jesus, por sua vez, lhes recomendou que nada divulgassem a seu respeito.

Jesus pediu aos seus discípulos que o que Pedro havia dito (Ele era o Messias aguardado) ficassem em segredo. Isso porque uma multidão de Seus seguidores queria proclamá-lo libertador nacional e iniciar logo uma revolução contra Roma.

A rebelião contra o domínio romano não era o objetivo de Jesus. Ele queria mais do que isso, queria libertar para todo o sempre o ser humano da escravidão da ignorância. A mensagem que Ele nos trouxe permanece viva até hoje. Ele veio nos ensinar quem somos e o que Deus espera de nós. Isso é muito mais importante do que uma simples rebelião, que traria benefícios somente para os judeus, e não para o mundo todo.

Com a afirmação de Pedro, tem início a segunda metade do Evangelho de Marcos. A partir de agora, Jesus foca os seus ensinamentos nos Seus discípulos, não mais às multidões.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Marcos 8.22-26

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 8


Versículo 22: E, chegando a Betsaida, algumas pessoas trouxeram um cego à presença de Jesus e rogavam-lhe que o tocasse.

Betsaida ficava numa planície ao norte do mar da Galileia. Era a cidade natal de Pedro, André e Filipe.

Versículo 23: Então, Ele tomou o cego pela mão e o conduziu para fora da aldeia. Em seguida, cuspiu nos olhos daquele homem e lhe impôs as mãos. E indagou: "Vês alguma coisa?"

Versículo 24: O homem levanta os olhos e afirma: "Vejo pessoas; mas elas se parecem com árvores caminhando."

Versículo 25: Mais uma vez, Jesus colocou suas mãos sobre os olhos do homem. E, no mesmo instante, tendo sido completamente restaurado, via com clareza, e podia discernir todas as coisas.

Versículo 26: Então Jesus enviou aquele homem para casa, recomendando-lhe: "Nem sequer no povoado entres!"

Jesus realiza mais um feito extraordinário: a cura de um cego. Por que Ele precisou tocar o homem duas vezes para restabelecer a visão? Talvez quisesse mostras aos Seus discípulos que algumas curas seriam graduais, e não instantâneas.

Da mesma forma Jesus age em nossas vidas. Muitas vezes, nós queremos que Ele nos cure de imediato, com um só toque. Mas a cura vem aos poucos.

Não nos damos conta dos pequenos milagres que acontecem em nossas vidas. Quando nos transformamos de "cegos" em "pessoas que enxergam outras como árvores caminhando", achamos que ainda não está bom. Não nos damos conta de que, antes, não enxergávamos nada! Ver pessoas como se fossem árvores foi um progresso e tanto!

Assim, ao pedirmos para Deus agir em nossas vidas, devemos entender que tudo vai acontecer de acordo com os planos dEle, e não com os nossos. Precisamos nos conscientizar disso, e sermos gratos por tudo de bom que acontece conosco. Afinal de contas, a ingratidão é um dos piores defeitos que existem.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Marcos 8.14-21

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 8 


Versículo 14: Aconteceu que os discípulos se esqueceram de levar pães e, no barco, tinham consigo apenas um único pão.

Jesus havia feito um milagre, ao multiplicar pães, na cidade de Decápolis. De lá, pegou um barco e dirigiu-se para a região de Dalmanuta, que ficava ao sul da província de Genesaré, onde os fariseus pediram a Ele um sinal miraculoso dos céus.

Jesus embarcou novamente. Os discípulos se esqueceram de providenciar alimentos para a viagem, tendo um único pão.

Versículo 15: E Jesus passou a recomendar a eles: "Cuidado! Guardai-vos do fermento os fariseus e do fermento de Herodes!"

Jesus continua a ensinar os Seus discípulos, mas eles não se dão conta disso.

Os judeus, por causa dos mandamentos contidos nas leis de Moisés, evitavam o uso de qualquer tipo de fermento na semana imediatamente depois da Páscoa.

Na época de Jesus, o fermento era usado com frequência pelos mestres que ensinavam a Lei. Simbolizava a má inclinação humana, o mal. Assim como uma pequena quantidade de fermento faz a massa do pão crescer, uma pequena quantidade do mal, presente em uma pessoa, pode contaminar todo o ambiente, semeando ódio e discórdia.

Versículo 16: Eles, porém, especulavam entre si, argumentando: "É por que não trouxemos pão!"

Versículo 17: Ao notar a discussão, Jesus questionou: "Por que discorreis sobre o não tendes pão? Até agora não considerastes, nem ainda compreendeis? Permaneceis com o coração petrificado?"

Jesus percebeu que os Seus discípulos não haviam compreendido o que Ele havia ensinado. Não entenderam que o "fermento" a que Ele se referia era o mal, e não o fermento de fazer pão. Pior ainda: Seus discípulos haviam visto Ele alimentar mais de 5.000 pessoas com uns poucos pães, e ficaram preocupados achando que não seria possível alimentar aqueles poucos homens!

Versículo 18: Tendo olhos, não vedes? E, possuindo ouvidos, não escutais? Não vos recordais?

Versículo 19: Quando dividi os cinco pães para os cinco mil homens, de quantos cestos cheios de pedaços que sobraram recolhestes? E afirmaram-lhe: "Doze!"

Versículo 20: E quando Eu parti sete pães para aqueles quatro mil, quantos cestos grandes repletos de sobras recolhestes do chão?" Responderam eles: "Sete!"

Versículo 21: Ao que lhes concluiu Jesus: "E então, ainda não compreendeis?"

Na linguagem de hoje, Jesus diria: "Entendeu ou quer que eu desenhe?".


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Marcos 8.10-13

Evangelho segundo Marcos

Capítulo 8

Versículo 10: Logo depois, entrou no barco com seus discípulos e dirigiu-se para a região de Dalmanuta.

Jesus estava em Decápolis. Após a multiplicação dos pães, dirigiu-se a Dalmanuta, que ficava ao sul da planície de Genesaré. Mateus chamou a região de Magadã ou Magdala.

Versículo 11: Os fariseus se aproximaram e começaram a questionar Jesus. Então o tentaram e, para prová-lo, pediram que lhes apresentasse um sinal miraculoso do céu.

Os fariseus, mesmo sabendo de todos os milagres que Jesus havia feito, não acreditavam que o poder que Ele tinha vinha de Deus. Então, exigiram um "sinal do céu", algo que só Deus poderia fazer.

Entretanto, Jesus sabia que nenhum milagre os convenceria, pois os fariseus estavam predispostos a não acreditarem.

Versículo 12: No entanto, Jesus suspirou profundamente e lhes afirmou: "Por que pede esta geração um sinal dos céus? Com certeza vos asseguro que para esta geração não haverá sinal algum."

Versículo 13: E, deixando-os, voltou a embarcar e rumou para o outro lado.

O que aconteceu na época de Jesus continua acontecendo até hoje: as pessoas querem impor condições para crerem em algo. Com o Espiritismo, não é diferente. As pessoas querem que uma situação predeterminada aconteça. Dizem que, se isso acontecer, vão acreditar no Espiritismo.

Na verdade, assim como os fariseus da época de Jesus, essas pessoas já se decidiram a não crer. Mesmo se o que elas querem venha de fato a acontecer, continuarão não acreditando. Vão dar uma explicação qualquer para o fato, excluindo qualquer possibilidade de uma manifestação espiritual.

O Espiritismo não depende da crença desse tipo de pessoa para existir. Ele tem seus ensinamentos; quem quiser aprender com ele, terá muito a lucrar com isso. Não vale a pena tentar, em vão, convencer essa pessoa. Mais vale fornecer informações para quem, de fato, quer obter conhecimento. O consolo que o Espiritismo pode trazer para as pessoas está disponível para qualquer um que se disponha a obtê-lo. Nós, espíritas, temos a obrigação de orientar quem pede ajuda, mas não de tentarmos convencer quem se julga tão importante a ponto de pensar que, sem o seu consentimento, o Espiritismo não vai adiante.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Marcos 8.1-9

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 8


Versículo 1: Naqueles dias, uma grande multidão novamente se ajuntou, e não tendo as pessoas com o que se alimentar, chamou Jesus os discípulos e lhes compartilhou:

Este é um milagre diferente daquele descrito no capítulo 6. Neste, Jesus ensinava uma multidão de gentios (termo usado para designar "não judeus") da região de Decápolis.

Versículo 2: "Tenho grande compaixão da multidão; já se passaram três dias que estão comigo e não têm o que comer.

Versículo 3: Se eu os enviar de volta às suas casas, em jejum, vão desfalecer pelo caminho, pois alguns deles vieram de longe."

Jesus se compadeceu do povo que demonstrava grande fome da Palavra, pois há três dias O seguiam e ouviam os Seus ensinamentos, e estavam sem comer.

Versículo 4: Entretanto, os discípulos alegaram: "Onde, neste lugar desabitado, seria possível alguém conseguir pão suficiente para alimentar a todos?"

Jesus não se preocupou apenas com o alimento espiritual. Ele sabia que, de estômago vazio, as pessoas encontram dificuldade em absorver qualquer tipo de ensinamento.

Vemos, atualmente, muitas pessoas criticando aqueles que se preocupam em dar comida para quem tem fome. Dizem que os espíritas devem se preocupar com o ensino das verdades espirituais, e que a alimentação deve ser unicamente de responsabilidade do Governo. Entretanto, quem consegue pensar com o estômago vazio?

O exemplo de Jesus está muito claro. Por isso, devemos sempre nos engajar nas campanhas existentes nos Centros Espíritas para arrecadar alimentos para os necessitados.

Versículo 5: Indagou-lhes Jesus: "Quanto pão tendes?" Ao que afirmaram eles: "Sete."

Versículo 6: Então Ele orientou o povo a reclinar-se sobre o chão. E, após tomar os sete pães e dar graças, partiu-os e os entregou aos seus discípulos, para que estes servissem a multidão; e assim foi repartido entre todas as pessoas.

Jesus pediu às pessoas que se reclinassem no chão. Naquela época, os judeus ficavam quase que deitados sobre almofadas diante de mesas baixas para fazerem as suas refeições. Em seguida, deu graças (agradeceu a Deus) e mandou que os pães fossem servidos à multidão.

Versículo 7: Havia também alguns peixes pequenos; da mesma forma Ele deu graças e ordenou aos discípulos que os distribuíssem.

Versículo 8: Todas as pessoas ali reunidas comeram até se saciar; e ainda recolheram sete cestos grandes, cheios de pedaços que sobraram.

Versículo 9: Na multidão havia cerca de quatro mil homens. Então, Jesus despediu-se do povo.

Novamente, vemos um milagre (fato não explicado) no Evangelho. Como Jesus, com apenas sete pães e uns poucos peixes, conseguiu alimentar 4.000 pessoas? Não sabemos. O conhecimento de Jesus, a Sua evolução espiritual, está muito além da nossa compreensão. Melhor é nos concentrarmos em Seus exemplos de como agir, e tentarmos colocar isso em prática.