terça-feira, 23 de agosto de 2016

Marcos 15.16-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 15


Versículo 16: Em seguida, os soldados agarraram Jesus e o conduziram para dentro do palácio, isto é, ao Pretório, e agruparam toda a tropa.

Jesus tinha sido levado ao Sinédrio, depois de ter sido preso no jardim de Getsêmani. De lá, os líderes religiosos judeus O levaram para Pôncio Pilatos, pois só o governador romano poderia condenar uma pessoa à morte, que é o que eles pretendiam fazer com Jesus.

Pilatos não viu crime algum em Jesus, mas os líderes judeus exigiam a Sua condenação à morte. Pilatos tentou libertá-lo, usando o costume que se tinha na época de se libertar um prisioneiro por ocasião da Páscoa judaica, mas a população preferiu libertar Barrabás, um rebelde criminoso.

Pilatos, sentindo-se pressionado pela população, decidiu condenar Jesus à crucificação, punição que era reservada aos rebeldes políticos. Com isso, os judeus desqualificavam Jesus como um líder religioso, e O colocavam simplesmente como alguém que queria incitar o povo contra o domínio romano.

Versículo 17: Vestiram-no com um manto de cor púrpura real, depois teceram uma coroa de espinhos e a cravaram sobre a sua cabeça.

Versículo 18: E começaram a saudá-lo: "Salve! Ó rei dos judeus!"

Os líderes judeus acusavam Jesus de se intitular "Rei dos Judeus". Por isso, os soldados romanos zombaram de Jesus, vestindo-O com uma capa cuja cor vermelha representava a realeza e o poder do Império Romano, e puseram em Sua cabeça uma coroa de espinhos.

Versículo 19: Espancavam-lhe a cabeça com uma vara e cuspiam nele. Ajoelhavam e lhe rendiam adoração.

Versículo 20: Depois de haverem zombado dele, despiram-lhe o manto de cor púrpura e o vestiram com suas próprias roupas. Então o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.

Na realidade, os soldados romanos nem sabiam o que, de fato, estava acontecendo. Escutaram que Jesus se dizia "rei", e zombaram dele por esse motivo. Não se preocuparam em saber se o que estavam ouvindo era a realidade.


Jesus foi condenado pelos líderes judeus porque não estava de acordo com o papel de Messias que eles esperavam, que era o de um líder do exército que comandaria uma rebelião contra o domínio romano. Foi condenado pelos romanos por ser um líder de uma rebelião contra o domínio romano. Como vemos, a história pode ser um pouco confusa quando a olhamos de uma certa distância.

Assim agimos nós, também, ao basearmos o nosso conhecimento e julgamento apenas no que ouvimos dizer. Para se dizer "espírita", não basta irmos no Centro recebermos o passe e ouvirmos as palestras. Nem tudo o que é dito está em conformidade com os ensinamentos deixados por Kardec. Precisamos estudar o Espiritismo para termos a nossa própria conclusão dos fatos. Caso contrário, estaremos apenas repetindo uma cena que já aconteceu há mais de dois mil anos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Marcos 15.1-15

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 15


Versículo 1: Ao raiar do dia, entraram em assembleia os chefes dos sacerdotes com os líderes religiosos, os mestres da lei e todo o Supremo Tribunal dos Judeus e tomaram uma decisão: amarraram Jesus, levaram-no e o entregaram a Pilatos.

Durante a noite, houve uma reunião informal no Sinédrio (Supremo Tribunal dos Judeus). Ao amanhecer, houve a reunião formal no Sinédrio, pois a lei dizia que nenhuma reunião deliberativa poderia ser feita durante a noite.

Como o Sinédrio não poderia condenar ninguém à morte, Jesus foi levado até o governador romano da Judeia, Pilatos. Este sim teria o poder de O condenar à morte. Para que isso acontecesse, os líderes religiosos judeus acusaram Jesus de traição e blasfêmia.

Versículo 2: Então Pilatos o interrogou: "És tu o rei dos judeus?" Ao que Jesus lhe replicou: "Tu o dizes."

Em nenhum momento Jesus havia se denominado "rei". Ao contrário, disse para aqueles que esperavam encontrar nele o líder de uma rebelião, que o Seu reino não era desse mundo.

Versículo 3: E os chefes dos sacerdotes passaram a levantar várias outras acusações contra Ele.

Os líderes religiosos judeus não estavam preocupados com a verdade. Já haviam se decidido: Jesus seria condenado à morte, e não importava sob qual acusação isso aconteceria, desde que Ele fosse condenado.

Versículo 4: Por isso Pilatos indagou uma vez mais: "Nada respondes? Vê quantas acusações te fazem!"

Versículo 5: Mas Jesus não respondeu uma só palavra, a ponto de Pilatos ficar muito impressionado.

Nada do que Jesus dissesse faria com que os líderes judeus mudassem de ideia. Por isso, Jesus se calou.

Versículo 6: Ora, por ocasião da festa, fazia parte da tradição libertar um prisioneiro por aclamação popular.

Versículo 7: Um homem conhecido por Barrabás estava na prisão junto a rebeldes que haviam cometido assassinato durante uma rebelião.

Barrabás era membro dos zelotes, um grupo revolucionário judaico que pretendia libertar Israel do domínio romano.

Versículo 8: Concentrando-se a multidão, clamaram a Pilatos que lhes outorgasse o direito de costume nessas ocasiões.

Versículo 9: E Pilatos lhes ofereceu: "Quereis que eu vos liberte o rei dos judeus?"

Versículo 10: Porquanto ele bem sabia que fora por inveja que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus.

Pilatos percebeu que não havia um motivo real para condenar Jesus, e tentou contornar a situação, oferecendo à multidão a possibilidade de libertá-lo.

Versículo 11: Então os chefes dos sacerdotes instigaram a multidão a rogar a Pilatos que, ao contrário, soltasse Barrabás.

Versículo 12: Contudo, Pilatos lhes questionou: "Assim sendo, que farei com este a quem chamais o rei dos judeus?"

Versículo 13: Mas eles gritavam: "Crucificai-o!"

Versículo 14: "Por que? Que mal fez este homem?" inquiriu Pilatos. Todavia, eles clamavam ainda mais decididos: "Crucificai-o!"

Versículo 15: Então, Pilatos, para satisfazer a todo aquele povo reunido, soltou-lhes Barrabás; ordenou que Jesus fosse açoitado e depois o sentenciou à crucificação.

A crucificação era a pena com a qual Roma punia os rebeldes. Os líderes judeus queriam que Jesus fosse punido como um rebelde, e não como um líder religioso. Eles pretendiam desqualificar Jesus.

O povo, que dias antes havia aclamado Jesus na entrada de Jerusalém, agora pedia que fosse condenado à morte.

Quem diz que a voz do povo é a voz de Deus precisa se lembrar do povo pedindo para soltar um bandido e crucificar Jesus!


domingo, 14 de agosto de 2016

Marcos 14.66-72

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 66: Continuando Pedro na parte de baixo, no pátio, uma das criadas do sumo sacerdote passou por ali.

Enquanto Jesus estava sendo agredido na casa de Caifás, o sumo sacerdote, Pedro estava no pátio, na parte baixa da casa, aguardando notícias de Jesus.

Versículo 67: E, vendo a Pedro se aquecendo, fixou bem seus olhos nele e afirmou: "Tu também estavas com Jesus, o Nazareno!"

Versículo 68: Todavia, ele o negou, assegurando: "Não o conheço, nem ao menos sei do que estás falando." Então foi para fora, em direção ao pórtico. E um galo cantou.

Pedro, quando estava com Jesus na ceia da Páscoa judaica, algumas horas antes, havia dito que, mesmo se tivesse que morrer, jamais abandonaria Jesus. E Jesus respondeu que, antes que o galo cantasse por duas vezes, Pedro O negaria.

Versículo 69: Quando a criada o viu lá, começou novamente a falar às pessoas que estavam em derredor: "Este é um deles!"

Versículo 70: Porém, uma vez mais, ele o negou. E, pouco tempo mais tarde, os que estavam sentados ali perto identificaram Pedro: "Com toda a certeza, tu és um deles, pois és galileu também!"

Um galileu, que era uma pessoa originária da Galileia, era rapidamente identificado, pois falava um idioma diferente (aramaico) do que era falado em Jerusalém.

Ao identificarem Pedro como um galileu, deduziram que ele estava ali por causa de Jesus, que era galileu também.

Versículo 71: Pedro começou a amaldiçoar-se e a jurar: "Não conheço esse homem de quem falais!"

Pedro invocou uma maldição divina para si mesmo caso estivesse mentindo. Era uma forma de mostrar que, de fato, não estava mentindo, e que não conhecia Jesus.

Versículo 72: E, em seguida, o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: "Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes". E, percebendo o que fizera, caiu em profundo pranto.


O arrependimento de Pedro foi profundo e imediato. Assim que se deu conta do que havia feito, chorou amargamente.

Pedro iria se redimir ao se tornar um dos maiores divulgadores da mensagem de Jesus.

domingo, 7 de agosto de 2016

Marcos 14.53-65

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 53: Levaram Jesus ao sumo sacerdote; e então se reuniram todos os chefes dos sacerdotes, os líderes religiosos e os mestres da lei.

O sinédrio, que funcionava como o Supremo Tribunal judaico, era constituído por setenta e um membros, divididos em três categorias: os chefes dos sacerdotes (também chamados "principais"), os líderes religiosos ("anciãos") e os mestres da lei ("escribas").

Enquanto estavam sob o domínio do Império Romano, o Sinédrio tinha grande poder, mas não podia condenar uma pessoa à morte.

O julgamento de Jesus teve duas fases: na primeira, um pequeno grupo se encontrou à noite; na segunda, todo o Sinédrio se reuniu pela manhã.

Os judeus queriam acusar Jesus de blasfêmia, pois Ele havia se declarado filho de Deus. O crime de blasfêmia era punido com  a morte.

Na realidade, não houve um julgamento, pois os componentes do Sinédrio já haviam se decidido a condenar Jesus à morte, não se importando com as provas ou com os testemunhos.

Versículo 54: Pedro o seguiu de longe até o pátio do sumo sacerdote. E permaneceu assentado entre os criados, aquecendo-se junto ao fogo.

Versículo 55: Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam buscando denúncias contra Jesus, todavia não conseguiam encontrar nenhuma.

Versículo 56: Várias pessoas também testemunharam falsamente contra Ele, contudo suas declarações não se mostraram coerentes.

Segundo as leis judaicas, uma pessoa só poderia ser condenada à morte mediante o testemunho de duas ou mais pessoas. Entretanto, não poderia haver contradições nos testemunhos.

Os líderes judeus não estavam conseguindo encontrar tais testemunhas, pois as acusações contra Jesus eram falsas.

Versículo 57: Então, outros se levantaram para testemunhar inverdades contra Ele:

Versículo 58: Nós o ouvimos exclamar: "Eu destruirei este templo construído por mãos humanas e em três dias edificarei outro, não erguido por mãos de homens."

Na realidade, Jesus havia dito que derrubaria o Templo, e em três dias o levantaria. Ele não se referia ao prédio, mas a Seu próprio corpo, pois morreria e, depois de três dias, ressuscitaria.

Versículo 59: Entretanto, nem mesmo quanto a essa acusação o testemunho deles era congruente.

Versículo 60: Então o sumo sacerdote levantou-se diante de todos e interrogou a Jesus: "Nada contestas à denúncia que estes levantam contra ti?"

Versículo 61: Ele, contudo, permaneceu em silêncio e nada replicou. Mas o sumo sacerdote voltou a indagá-lo: "És tu o Messias, o Filho de Deus Bendito?"

Versículo 62: Jesus asseverou: "Eu sou! E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e chegando com as nuvens do céu."

Versículo 63: Diante disto, o sumo sacerdote rasgou suas vestes e esbravejou: "Por que ainda necessitamos de outras testemunhas?"

Um antigo costume dos reis e profetas era rasgar as roupas para, de maneira dramática, demonstrarem horror, escândalo ou ultraje.

Versículo 64: "Ouvistes a blasfêmia! Que vos parece?" E todos o julgaram merecedor da pena de morte.

O Sinédrio poderia condenar uma pessoa à morte sob a acusação de blasfêmia, que incluía não só a difamação do nome de Deus mas também qualquer ofensa à sua majestade ou poder. Mas era necessária a aprovação das autoridades romanas para a condenação.

Versículo 65: E assim alguns começaram a cuspir nele; encapuzaram-no, vendando seus olhos e, esmurrando-o, exclamavam: "Profetiza!" E os guardas o levaram debaixo de bofetadas.

Uma antiga interpretação do texto de Isaías (profeta do Antigo Testamento) dizia que o Messias seria capaz de conhecer e julgar as pessoas, ainda que de olhos vendados. Por isso, os soldados zombavam de Jesus, pedindo que Ele adivinhasse quem O estava agredindo.

Com a descrição desta cena, vemos até onde a ignorância pode nos levar!


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Marcos 14.43-52

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 14


Versículo 43: Jesus ainda não havia terminado de falar, quando surgiu Judas, um dos Doze. E com ele chegou uma multidão armada de espadas e cassetetes, vinda da parte dos sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos.

Jesus tinha ido, junto com Seus discípulos,  a um lugar chamado Getsêmani para orar. Tinha levado Pedro, Tiago e João a um lugar mais reservado, e pediu que eles permanecessem em vigília. Eles adormeceram, e Jesus os advertiu para que orassem e vigiassem, a fim de não caírem em tentação.

Depois que os advertiu, Jesus disse que estava pronto para ser entregue nas mãos dos pecadores e que o que O iria trair estava chegando. Logo em seguida, Judas chegou, trazendo guardas do Templo, escravos a serviço do sumo sacerdote e alguns soldados romanos.

Versículo 44: Ora, o traidor tinha combinado um sinal com eles: "Aquele a quem eu saudar com um beijo, é Ele; prendei-o e levai-o sob forte segurança."

Versículo 45: Então, assim que chegou, dirigiu-se imediatamente para Jesus e o saudou: "Rabbi". E o beijou.

A expressão "Rabbi" significa "meu mestre". Junto com um ou mais beijos em cada face, era um sinal de respeito e gratidão de um discípulo a seu mestre. Judas escolheu esse gesto para trair Jesus.

Versículo 46: Em seguida, os homens amarraram Jesus e o prenderam.

Versículo 47: Nesse momento, um dos que estavam bem próximos puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha.

Segundo o que nos relata João, em seu Evangelho, foi Pedro quem atacou o servo.

Versículo 48: Exclamou-lhes Jesus: "Acaso estou eu liderando alguma rebelião para virdes me prender com espadas e cassetetes?

Versículo 49: Pois diariamente tenho estado convosco no templo, vos ensinando, e não me prendestes. Contudo, é para que se cumpram as Escrituras."

Jesus protesta pela maneira com que vieram prendê-lo, com brutalidade, e de maneira desrespeitosa. Esse tratamento era reservado a rebeldes e criminosos, não a um mestre da lei.

O capítulo 53 do livro de Isaías, no Antigo Testamento, descreve o que aconteceria com o Messias. Isso foi escrito  centenas de anos antes de acontecer. Por isso, Jesus diz que o que foi profetizado nas escrituras estava se cumprindo.

Versículo 50: Logo em seguida, todos fugiram e o abandonaram.

Os discípulos de Jesus, que algumas horas antes disseram que jamais O abandonariam, saíram correndo ao menor sinal de perigo.

Versículo 51: Certo jovem, vestindo apenas um lençol de linho, estava seguindo Jesus, quando também tentaram prendê-lo.

Versículo 52: Mas ele, largando o lençol, fugiu desnudo.

Alguns historiadores acreditam que o jovem descrito fosse o próprio autor desse Evangelho (Marcos), pois esse episódio não é descrito em nenhum dos outros três Evangelhos.

Temos Jesus em Seus momentos finais. Judas, que havia compartilhado de Seus dias, aprendendo diretamente de Sua boca os ensinamentos a respeito de Deus, havia, por motivos que não sabemos explicar, decidido que Ele deveria ser traído, sendo entregue aos romanos através dos sacerdotes judeus.

Seus discípulos, que há pouco haviam compartilhado da refeição da Páscoa judaica, saíram correndo, com medo de também serem presos.

Não podemos acreditar que Jesus, um espírito altamente evoluído, fosse ficar magoado com o que estava acontecendo, por ser traído e abandonado. Entretanto, essas ações revelam o quão distante esses espíritos estavam de compreenderem o papel que lhes cabia na história.

Hoje, cada um de nós também tem um importante papel a desempenhar. Deus nos mostra, a todo momento, qual é esse papel. Podemos escolher entre fazer o melhor possível ou, tal qual os atores daquela época, deixarmos a oportunidade passar. A escolha é nossa.