quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Marcos 7.31-37

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 31: Outra vez, saindo Jesus das terras de Tiro, seguiu em direção ao mar da Galileia, passando por Sidom e atravessando a região de Decápolis.

Jesus havia saído de Cafarnaum e viajado 50 km até Tiro, cidade localizada na Fenícia, onde hoje é o Líbano. De lá, dirigiu-se à região de Decápolis.

Versículo 32: Então, algumas pessoas lhe apresentaram um homem, que era surdo e mal podia falar, e lhe suplicaram que impusesse sua mão sobre ele.

Hoje, pode parecer estranho que as pessoas procurassem por Jesus para serem curadas, e que poucos entendessem a mensagem que Ele trazia. Mas não podemos nos esquecer que na época em que Jesus viveu praticamente não havia como uma pessoa ser curada de sua doença. Por isso, onde quer que Jesus fosse, as pessoas logo O procuravam, pois conheciam o Seu poder de curar.

Versículo 33: Jesus conduziu o homem, a sós, para longe da multidão, e colocou os dedos nas orelhas dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua daquele homem.

Versículo 34: Depois, levantando os olhos para o céu e, com um profundo suspiro, ordenou: "Efalá!", que quer dizer: "Abre-te".

Jesus demonstra, novamente, um imenso sentimento de amor ao próximo, pois usa Seus poderes para diminuir o sofrimento de uma pessoa.

Versículo 35: Entretanto, Jesus ordenou-lhe que não dissessem a ninguém o que ali se passara. Contudo, quanto mais Ele recomendava, tanto mais eles o divulgavam.

Jesus sabia que o mais importante era a mensagem das boas novas que trazia. Não queria que as curas realizadas chamassem a atenção dos seus opositores (fariseus e líderes judeus), pois isso atrapalharia a Sua missão.

Versículo 37: As multidões ficavam sobremodo maravilhadas e proclamavam: "Ele faz tudo de forma esplêndida! Faz tanto os surdos ouvirem como os mudos falarem."

O mais importante e maravilhoso que Jesus fazia era a maneira como explicava as coisas de Deus. Uma pessoa doente, que fosse curada por Jesus, poderia voltar a adoecer. Porém uma pessoa que fosse tocada por Seus ensinamentos jamais seria a mesma.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Marcos 7.24-30

Evangelho segundo Marcos 


Capítulo 7


Versículo 24: Então, partiu Jesus daquele lugar e foi para os arredores de Tiro e de Sidom. Entrou em uma casa e desejava que ninguém o soubesse; porém, não foi possível manter sua presença em segredo.

Após um confronto com os mestres da lei e os fariseus, que questionavam o motivo dos discípulos de Jesus não lavarem as mãos antes de comerem pão, Jesus parte de Cafarnaum e vai até Tiro.

Tiro era uma cidade localizada na Fenícia (atualmente, Líbano). Ficava a cerca de 50 quilômetros de Cafarnaum, a noroeste da Galileia. Era habitada por gentios (não judeus).

Desde o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus e Seus discípulos passaram a evitar os grandes centros habitados, pois Jesus queria evitar novos confrontos com os fariseus e dedicar o Seu tempo ao ensino dos apóstolos.

Versículo 25: De fato, assim que ouviu falar sobre Ele, certa mulher, cuja filha pequena estava com um espírito imundo, chegou e atirou-se aos seus pés.

Uma mãe, cuja filha era vítima de um processo obsessivo, procurou por Jesus, pois sabia que Ele poderia ajudar.

Versículo 26: A mulher era grega, de origem siro-fenícia, e implorava a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio.

Versículo 27: Mas Jesus lhe explicou: "Deixa primeiro que os filhos se alimentem até ficarem satisfeitos; pois não é justo tirar o pão dos filhos e lançá-los aos cachorrinhos."

Jesus afirmou que Sua prioridade era servir o alimento (Seus ensinamentos) primeiro aos filhos (Seus discípulos) e não deixar que os animais de estimação (os gentios) interrompessem a reunião da família.

Versículo 28: Ao que replicou-lhe a mulher: "Sim, Senhos, mas até os filhotes dos cães, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças!"

A mulher não procurou discutir. Usando a mesma linguagem escolhida por Jesus, mostrou que estava disposta a ser considerada como um cachorrinho por causa de sua interrupção, desde que pudesse receber a cura para sua filha.

Versículo 29: Então Ele lhe declarou: "Por causa dessa tua resposta, poder ir em paz; o demônio já saiu de tua filhinha."

Versículo 30: Ao retornar ela para sua casa encontrou a criança jogada sobre a cama, pois o demônio a havia abandonado.

Jesus não havia se recusado a ajudar uma mãe aflita. Apenas, como de costume, usou a ocasião para transmitir Seus ensinamentos. Os judeus acreditavam que o Messias viria apenas para libertar o seu povo e fazer com que eles dominassem o resto do mundo. Jesus mostrou isso através de uma alegoria: "cães" era como os judeus se referiam aos que não eram judeus (gentios). Assim, na história vemos que o "pão" (ensinamentos) era destinado primeiramente aos judeus. A mulher disse que, enquanto o povo escolhido (os judeus) se alimentava, ela, como o "cão" embaixo da mesa, também poderia usufruir do que Jesus havia trazido.

Jesus demonstra que tinha consciência que Sua vida teria impacto em toda a humanidade, e não apenas para aquele povo naquele período da história.

Esse trecho do Evangelho também demonstra que a obsessão já era conhecida há mais de 2000 anos, e que um espírito como Jesus não precisava estar presente para agir sobre isso, bastava a sua vontade.




terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Marcos 7.17-23

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 17: Então, após haver deixado a multidão e entrado em casa, os discípulos pediram uma explanação sobre aquela parábola.

Os mestres da lei e os fariseus haviam criticado os discípulos de Jesus porque não lavavam as mãos antes de comeram pão, o que contrariava os costumes. Jesus disse que eles desrespeitavam os mandamentos de Deus, pois criaram uma regra que contrariava os ensinamentos de Deus.

Jesus também falou que o que contaminava os homens era o que saia da boca deles, e não o que eles comiam. Os Seus discípulos pedem que Ele explique o que isso quer dizer.

Versículo 18: Ao que Ele lhes declarou: "Ora, pois nem vós tendes tal entendimento? Não conseguis compreender que nada que entre no homem tem o poder de torná-lo impuro?

Versículo 19: Porque efetivamente não entra em seu coração, mas sim em seu estômago, sendo digerido e depois expelido." Ao fazer essa afirmação, Jesus proclamava puros todos os alimentos.

Jesus reforça a ideia que um alimento, ou outra coisa qualquer, não tem o poder de tornar uma pessoa impura, pois não atinge o que ela sente.

Marcos explica aos romanos, seu público-alvo, que Jesus havia declarado que eles estavam desobrigados de seguirem as leis do Antigo Testamento no que dizia respeito aos alimentos considerados impuros.

Versículo 20: E disse mais: "O que sai do ser humano é o que o torna impuro."

Versículo 21: Pois é de dentro do coração do homem que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios,

Versículo 22: as ambições desmedidas, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a difamação, a arrogância e a insensatez.

Versículo 23: Ora, todos esses males procedem do interior, contaminam a pessoa humana e a tornam impuras.

Jesus esclareceu que o mal provém do interior do homem, é gerado e alimentado em seu coração. Não é o que ele come que faz com que ele cometa esses enganos, mas o que ele pensa e como age.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Marcos 7.9-16

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 9: E acrescentou-lhes: "Sabeis sempre encontrar um meio de negligenciar os mandamentos de Deus, com o propósito de estabelecerdes a vossa própria tradição!

Um pouco antes, os fariseus e os mestres da lei estavam criticando os discípulos de Jesus por não lavarem as mãos antes de comerem pão, o que contrariava as tradições.

Jesus começa por explicar que eles, fariseus e mestres da lei, cumpriam as tradições, mas eram relapsos com relação a cumprirem a vontade de Deus, expressa em Seus mandamentos.

Versículo 10: Porquanto Moisés afirmou: "Honra a teu pai e a tua mãe." E mais: "Quem amaldiçoar a seu pai ou sua mãe será condenado à pena de morte."

Versículo 11: Contudo, vós afirmais: "Se uma pessoa disser a seu pai ou a sua mãe: 'Os bens com os quais eu vos poderia ajudar são Corbã', isto é, uma oferta dedicada ao Senhor,

Versículo 12: vós o desobrigais do dever de prestar qualquer ajuda de que seu pai ou sua mãe necessite.

Muitos judeus religiosos estavam afirmando que haviam feito "Corbã" (oferta) com os seus bens, ou seja, tinham doado o dinheiro, que seria destinado ao sustento de seus pais, aos sacerdotes do Templo. Através dessa lei, instituída pelos homens, eximiam-se da obrigação dada pela lei de Deus.

Versículo 13: Assim, conseguis anular a eficácia da Palavra de Deus, por intermédio da tradição que vós próprios tendes transmitido. E, dessa mesma maneira, procedeis em relação a vários outros assuntos.

Os fariseus estavam recorrendo a um texto isolado da lei: Números 30.1-2, que traz:
- versículo 1: Falou então Moisés aos chefes dos clãs das tribos de Israel: "Eis o que Jeová ordena:
- versículo 2: Se uma pessoa fizer um voto ao Senhor ou obrigar-se, por juramento, a cumprir uma promessa formal, não poderá violar sua palavra empenhada: tudo aquilo que for prometido por sua boca, assim deverá ser executado.

Com isso, acreditavam que, se uma pessoa prometesse dar os seus bens aos sacerdotes do Templo, esta pessoa estaria desobrigada de cumprir o mandamento de Deus que ordena que elas zelem pelo bem estar de seus pais.

Jesus ensina uma regra básica que devemos utilizar na interpretação de textos da Bíblia: a obediência a um mandamento específico das Escrituras jamais pode anular os outros mandamentos gerais de Deus.

Versículo 14: Jesus conclamou novamente a multidão para junto de si e lhes anunciou: "Ouvi-me, todos, e entendei!

Versículo 15: Nada existe fora da pessoa humana que, entrando nela, a possa tornar impura. Ao contrário, o que sai do ser humano é que o faz impuro.

Versículo 16: Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Os judeus tinham dezenas de regras que diziam o que era impuro e, portanto, deveria ser evitado. Como se não bastassem essas regras, os fariseus criaram outras tantas. Preocupavam-se em seguir as regras, mas não se preocupavam em entender a vontade de Deus.

O que sai da boca do homem (raiva, inveja, cobiça, etc) é o que o contamina, e não o que entra em contato com ele. Por exemplo, os judeus acreditavam que tocar numa pessoa morta iria contaminá-los, mas não tinham receio em mentir para condenar Jesus.

Precisamos tomar cuidado para não nos transformarmos em fariseus modernos, achando que, para sermos bons espíritas, devemos comer um tipo de alimento ao invés de outro, ou termos uma prática exterior qualquer. O que precisamos temer é o que sai de nossa boca, porque vem de nosso coração.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Marcos 7.1-8

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 7


Versículo 1: E ocorreu que alguns mestres da lei e fariseus, vindos de Jerusalém, reuniram-se em volta de Jesus.

Os líderes religiosos judeus mandaram uma delegação de mestres da lei para fazerem uma espécie de auditoria teológica em Jesus, com o objetivo de encontrarem um motivo para O condenarem.

Versículo 2: Observaram que alguns dos seus discípulos comiam os pães com as mãos impuras, isto é, sem lavá-las.

Versículo 3: Pois os fariseus e todos os judeus não se alimentavam sem lavar as mãos de forma cerimonial, preservando a tradição dos antigos.

Na visão dos judeus, a pureza espiritual estava ligada à obediência de certos atos cerimoniais. Por exemplo: toda vez que um judeu retornava para casa, tinha que realizar um ritual de purificação.

Versículo 4: Quando chegam da rua, não tocam nos alimentos sem antes se banharem. Além disso há muitos outros costumes que guardam, como o lavar de copos, jarros e vasilhas de metal.

Versículo 5: Então os fariseus e os mestres da lei questionaram Jesus: "Por qual razão os seus discípulos não andam em conformidade com a tradição dos anciãos, mas tomam o pão com mãos impuras?"

Os mestres da lei não se preocupavam em saber como os discípulos de Jesus agiam, se eram pessoas que temiam (dedicavam profundo respeito e obediência) as leis de Deus ou não. Queriam saber se eles lavavam as mãos antes de comer ou não. Que diferença isso podia fazer no caráter de um homem?

Versículo 6: Ele, entretanto, lhes afirmou: "Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas; pois assim está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim.

Versículo 7: Em vão me adoram; as doutrinas que ensinam não passam de ordenanças humanas!'

No livro de Isaías, no Antigo Testamento, no capítulo 29, versículo 13, temos "O Senhor diz: Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas por homens."

Isaías foi um dos grandes profetas do Antigo Testamento. Um profeta é uma pessoa que anuncia os desígnios (vontade, intenção, propósitos) de Deus, que prediz acontecimentos por inspiração divina. Isaías diz que o povo não cumpre a vontade de Deus, que O adoram da boca para fora apenas, não com o coração.

Jesus usa o texto do profeta Isaías para criticar os mestres da lei e os fariseus, que agiam da mesma maneira equivocada que o povo que vivia na época de Isaías.

Versículo 8: E assim abandonais o mandamento de Deus, apegando-vos às tradições dos homens."

Os mandamentos de Deus estão registrados na Bíblia e são obrigatórios. As tradições, normas de conduta e estatutos dos antigos mestres não são bíblicos e, portanto, não são obrigatórios. Os judeus cumpriam as tradições, mas deixavam de lado as leis de Deus.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Marcos 6.53-56

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 53: Depois de atravessarem o mar, chegaram a Genesaré e ali aportaram.

Genesaré era uma planície pequena e fértil, localizada na parte ocidental do mar da Galileia.

Versículo 54: Logo que desembarcaram o povo reconheceu Jesus.

Versículo 55: Multidões viajavam por toda aquela região, levando seus enfermos em macas, para onde ouviam que Ele estava.

Versículo 56: E onde quer que Ele fosse ministrar, povoados, cidades ou campos, a população trazia os doentes para as praças. E imploravam-lhe que pudessem ao menos tocar na borda do seu manto; e todos os que nele tocavam eram curados.

A fama de Jesus havia se espalhado. Por onde quer que fosse, uma multidão o procurava. Todos queriam ser curados por Ele.

As pessoas sabiam que bastava que tocassem no Seu manto para serem curadas.

Ao lado de Seus ensinamentos, Jesus se preocupou com o bem-estar das pessoas. Mesmo que Ele soubesse que a doença era algo que estava servindo para a evolução delas, Ele tinha compaixão, e curava a todos.

Jesus sabia da necessidade de as pessoas entenderem e se relacionarem melhor com Deus. Ao mesmo tempo, tinha compaixão, e não perdia a oportunidade de diminuir o sofrimento delas.

Isso serve para avaliarmos a nossa atuação enquanto espíritas. Necessitamos divulgar o que a Doutrina Espírita ensina, a maneira como ela retoma os ensinamentos de Jesus. Mas não podemos deixar de procurar diminuir o sofrimento das pessoas. Só assim poderemos nos considerar verdadeiros discípulos de Jesus.

sábado, 28 de novembro de 2015

Marcos 6.45-52

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 45: Logo em seguida, insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e seguissem adiante dele para Betsaida, enquanto Ele se despedia do povo.

Jesus havia alimentado uma multidão de mais de cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes.

O evangelista João nos informa que o povo estava disposto a leva Jesus à força para coroá-lo rei dos judeus. Por isso, Jesus mandou Seus discípulos para o outro lado do lago, enquanto pretendia subir ao monte para orar a sós.

Versículo 46: Tendo-o despedido, subiu a um monte para orar.

Após se despedir do povo, Jesus procurou um lugar isolado para orar.

Nos momentos mais importantes de nossa vida, quando nos sentimos perdidos, sem direção, orar num local calmo e silencioso é uma excelente opção. O local onde oramos não é relevante. Mas ao nos colocarmos num lugar onde podemos nos concentrar, onde estamos livres de distrações, podemos nos colocar mais acessíveis às influências benéficas do Plano Superior, e assim recebermos a ajuda da qual estamos precisando.

Versículo 47: Chegando a noite, o barco estava no meio do mar, e Jesus encontrava-se sozinho em terra.

Versículo 48: Ele notou que os discípulos remavam com dificuldade, pois o vento soprava contra eles. Em plena madrugada, Jesus vinha na direção deles, andando sobre o mar; e já estavam prestes a passar por eles.

Versículo 49: Assim que o viram caminhando sobre as águas, logo pensaram se tratar de um fantasma. E por isso gritaram.

As lendas e superstições alimentadas entre a população judaica afirmavam que a visão de um fantasma era sinal de grande desgraça. Os discípulos ficaram aterrorizados com a impressão de que um terrível espírito, vindo das profundezas das águas, os estava atacando.

Versículo 50: Pois todos o tinham visto e ficaram apavorados. Contudo, Jesus lhes anunciou: "Tende coragem! Sou Eu! Não tenhais medo!"

Versículo 51: Então logo subiu no barco para junto deles, e o vento se acalmou; e eles ficaram pasmos.

Versículo 52: Afinal, eles nem tinham entendido o milagre dos pães, porquanto seus corações se mantinham endurecidos.

Assim como os discípulos de Jesus, nós também temos dificuldades em entender as maravilhas que Jesus fez e o que veio nos ensinar.

Toda vez que há o relato de que os discípulos falharam ao entender os ensinamentos de Jesus, é dito que eles "tinham o coração endurecido". Isso é uma pista para nós: não podemos compreender Jesus (e, consequentemente, Deus) com o intelecto, mas sim com o coração. Não é dito que eles tinham limitações intelectuais, eram incultos, mas sim que o coração estava endurecido. Vamos meditar a respeito?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Marcos 6.30-44

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 30: Retornaram os apóstolos e reuniram-se com Jesus para lhe relatar tudo quanto haviam realizado e ensinado.

Jesus estava em Nazaré quando enviou Seus doze apóstolos para ensinarem as boas novas, curarem os doentes e expulsarem os demônios (nome que se dava à desobsessão na época).

Nesse período, João Batista foi decapitado a mando de Herodes.

Os discípulos retornaram de suas viagens e se reuniram com Jesus.

Versículo 31: Então convidou-lhes Jesus: "Vinde somente vós comigo, para um lugar deserto, e descansai um pouco." Pois a multidão dos que chegavam e partiam era tão grande que eles sequer tinham tempo para comer.

Os discípulos chegaram e queriam contar para o Mestre o que lhes tinha acontecido. Isso era praticamente impossível, pois um número muito grande de pessoas procurava por Jesus.

Jesus também tinha necessidade de ficar a sós com Seus discípulos. Queria uma oportunidade de aprofundar os Seus ensinamentos a eles. Para isso, propôs que fossem para um lugar deserto.

Versículo 32: E saindo de barco foram para um lugar despovoado.

Versículo 33: Entretanto, muitos dos que os viram retirar-se, tendo-os reconhecido, saíram correndo a pé de todas as cidades e chegaram lá antes deles.

As pessoas, ao perceberem que Jesus estava indo para um determinado local, apressaram-se para chegarem lá. Tinham extrema necessidade das curas e dos ensinamentos que Ele tinha para oferecer.

Versículo 34: Quando Jesus desceu do barco e observou aquele enorme ajuntamento de pessoas, sentiu compaixão por elas, porquanto eram como ovelhas sem pastor. E, sem demora, passou a ministrar-lhes muitas orientações.

Jesus viu as pessoas como ovelhas sem um pastor que as guiasse, pois faltava a elas um direcionamento espiritual. Os sacerdotes que deveriam ensinar o caminho até Deus não conseguiam transmitir a elas essa mensagem, pois o caminho era por eles desconhecido também.

Versículo 35: Com o passar das horas, o final da tarde estava chegando,e por isso, os discípulos se aproximaram de Jesus e avisaram: "Este lugar é deserto e a hora já muito avançada!

Eles estavam num local não habitado, a nordeste do mar da Galileia.

Versículo 36: Despede, pois, a multidão para que possam ir aos campos e povoados vizinhos para comprar para si o que comer."

Por ser um local não habitado, não havia onde as pessoas comprarem comida. Os discípulos pedem que Jesus encerre os ensinamentos e peça às pessoas que saiam em busca de comida.

Versículo 37: Jesus porém os instrui: "Provede-lhes vós mesmos de comer." Ao que lhes replicaram: "Devemos ir e comprar cerca de duzentos denários de pão para dar-lhes de comer?"

Um denário correspondia ao pagamento de um dia de serviço de um trabalhador braçal. Os discípulos perguntaram a Jesus se eles deveriam sair para comprarem pão para todos. Calcularam que seria preciso o equivalente a quase sete meses de salário de um trabalhador comum para que comprassem pão para todos.

Versículo 38: Mas Jesus lhes indaga: "Quantos pães tendes? Ide verificar!" E tendo-se informado, comunicaram: "Cinco pães e dois peixes."

Versículo 39: Então Jesus determinou-lhes que fizessem com que todo o povo se acomodasse em grupos, reclinados sobre a relva verde do campo.

Jesus usou a expressão "reclinar-se", que era a maneira típica como os povos orientais na época se colocavam às refeições. Era como se os discípulos estivessem avisando que a refeição seria servida em breve.

Versículo 40: E assim o fizeram, assentando-se em grupos de cem em cem e de cinquenta em cinquenta.

Versículo 41: E, tomando Ele os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos ao céu, rendeu graças e partiu os pães. A seguir, os entregou aos seus discípulos para que os servissem ao povo. Da mesma maneira repartiu os dois peixes entre toda a multidão ali reunida.

Versículo 42: Todas as pessoas comeram à vontade e ficaram satisfeitas.

Versículo 43: Os discípulos ainda recolheram doze cestos repletos de pedaços de pão e de peixe. 

Versículo 44: E foram alimentados cinco mil homens naquele dia.

Não sabemos ao certo como Jesus conseguiu alimentar cinco mil homens (mulheres e crianças não foram contabilizados) com cinco pães e dois peixes. Porém não devemos ficar admirados com isso, pois Ele realizou muitos outros feitos que, para nós, ainda são inexplicáveis.

Fica uma mensagem: se Deus nos direciona para um determinado trabalho, podemos ter a certeza de que Ele vai nos prover do que for necessário para que o realizemos.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Marcos 6.14-29

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 14: E essas histórias chegaram aos ouvidos do rei Herodes, porquanto o nome de Jesus já havia se tornado célebre. Algumas pessoas estavam comentando: "João Batista ressuscitou dos mortos! Essa deve ser a razão pela qual através dele se operam poderes milagrosos."

Jesus havia enviado Seus doze discípulos para pregarem as boas novas, realizarem curas e expulsarem os demônios.

A notícia dos feitos de Jesus logo se espalhou. O rei Herodes, que tinha mandado decapitar João Batista, também ficou sabendo do que Jesus estava fazendo.

Como os habitantes do local tinham João Batista como profeta, ao ouvirem o que Jesus fazia acharam que Jesus era João Batista que tinha ressuscitado, pois ambos falavam em nome de Deus.

A ideia de reencarnação não era estranha ao povo judeu. Porém eles tinham uma visão não muito clara do que acontecia. Acreditavam que uma pessoa morta poderia voltar a viver no mesmo corpo que já estava morto. Esse era o conceito de ressurreição. Por isso elas achavam que João Batista havia voltado à vida.

João Batista passou a vida inteira pregando e preparando as pessoas para a vinda do Messias. Nunca realizou um milagre. As pessoas tinham medo que, caso ele ressuscitasse, todos os milagres seriam possíveis.

Versículo 15: Entretanto, outros alegavam: "Ele é Elias!" E ainda outros declaravam: "Ele é profeta, como um daqueles profetas do passado."

No Antigo Testamento, havia a promessa de que Elias, um antigo profeta, voltaria antes da vinda do Messias. Na realidade, isso de fato aconteceu, pois João Batista era a reencarnação de Elias, e Jesus era o Messias prometido.

Um profeta era uma pessoa que servia de intérprete para Deus. Com isso, tanto podia pregar como realizar milagres. Por isso, muitos acreditaram que Jesus fosse um profeta. Isso já seria muito bom, visto que fazia dezenas de anos que não surgia um profeta em Israel. Mas Jesus era muito mais do que isso. Era o mensageiro de Deus.

Versículo 16: Mas quando Herodes tomou conhecimento do que se comentava, exclamou: "João, a quem mandei decapitar, ressuscitou dos mortos!"

Versículo 17: Porque o próprio Herodes havia expedido as ordens para que prendessem João e o acorrentassem no cárcere por influência de Herodias, esposa de Filipe, seu irmão, com o qual viera a se casar.

Herodias estava casada com Filipe, que era irmão de Herodes. Ao abandonar seu marido para se casar com seu cunhado, segundo as leis judaicas, ela havia cometido adultério. João Batista acusou o rei Herodes e Herodias de adultério, um crime muito grave para os judeus, punível com a morte.

Versículo 18: Pois, na ocasião, João havia admoestado a Herodes: "Não é licito viver com a mulher do teu irmão!"

Enquanto Filipe, irmão de Herodes, fosse vivo, Herodes não poderia se casar com Herodias mesmo se ela tivesse se divorciado, pois estaria cometendo adultério.

Versículo 19: E por esse motivo Herodias o odiava e tencionava matá-lo. Contudo não conseguia realizar seu intento.

Versículo 20: Porquanto Herodes temia a João, e sabedor de que era um homem justo e santo, o protegia. E quando o ouvia ficava admirado, e o escutava com prazer.

Herodes mandou prender João Batista devido à pressão de Herodias. Entretanto, reconhecia que João Batista era um homem bom. Manteve-o preso e tentou protegê-lo do ódio de Herodias.

Versículo 21: Finalmente Herodias teve a ocasião oportuna que ansiava. No dia do aniversário dele, Herodes ofereceu um banquete aos seus líderes mais destacados, aos comandantes militares e às principais personalidades da Galileia.

Versículo 22: E aconteceu que a filha de Herodias se apresentou dançando e muito agradou a Herodes e aos convidados. Então o rei brindo a jovem: "Pede-me o que desejares, e eu te darei!"

Versículo 23: E sob juramento lhe assegurou: "Se pedires, ainda que seja a metade do meu reino, eu te darei!"

Oferecer a metade do reino era uma força de expressão antiga e típica dos reis que queriam demonstrar generosidade para impressionar as pessoas presentes.

Herodes não era um rei. Governava em nome de Roma. Portanto, não poderia oferecer algo que não lhe pertencesse. Agiu mais sob o efeito do álcool do que com generosidade.

Versículo 24: Diante disso, saiu a moça e consultou sua mãe: "O que devo pedir?" Ao que ela recomendou: "A cabeça de João Batista!"

Versículo 25: Sem demora, retornando imediatamente à presença do rei, formalizou seu pedido: "Quero que me dês agora mesmo a cabeça de João Batista sobre um prato!"

Herodias manteve o firme propósito de se vingar de João Batista. Não pensou que, de fato, estava cometendo adultério ao se casar com o irmão de seu marido. Ao invés disso, preferiu guardar rancor e se vingar daquele que afirmou que ela era uma adúltera.

Ela poderia ter pedido o que quisesse. Entretanto, ficou presa ao seu desejo de vingança.

Versículo 26: Então, grande angústia sobreveio ao rei, mas devido ao juramento que fizera e aos convivas que se reclinavam ao redor da sua mesa, não quis deixar de atendê-la.

Herodes falou sem pensar. Levado pela emoção do momento, prometeu que daria à dançarina o que ela pedisse. Não sabia que Herodias, mãe da dançarina, estava esperando a oportunidade de vingança.

Duas pessoas que agem de maneira equivocada provocam a morte de um inocente.

Versículo 27: Mandou, portanto, imediatamente um carrasco com ordens para trazer a cabeça de João. O executor foi e decapitou João na prisão.

Versículo 28: E, trazendo a cabeça de João sobre um prato, a entregou à jovem, e esta, em seguida, a ofereceu à sua mãe.

Versículo 29: Assim que souberam do fato, os discípulos de João foram até lá, resgataram o corpo e o depositaram em um sepulcro.

Vemos como uma promessa feita sem pensar levou Herodes a decretar a morte de quem ele estimava, e como o desejo de vingança pode ser maior do que qualquer outra coisa. Diante destes fatos, podemos aprender como não devemos agir!


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Marcos 6.7-13

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 7: Convocou então os Doze para junto de si e os enviou de dois em dois, concedendo-lhes autoridade sobre os espíritos imundos.

Jesus chamou os doze discípulos e os enviou, em duplas, para ministrarem. Se fossem sozinhos, poderiam visitar mais lugares, mas esta não era a intenção de Jesus. Viajando juntos, poderiam fortalecer e encorajar-se mutuamente, principalmente em tempos de dificuldade.

Segundo a lei dos judeus, também era necessário o testemunho de duas pessoas sobre um assunto. Assim, além de se ajudarem, também dariam veracidade ao que relatassem.

Jesus também despertou neles o poder de agir sobre os maus espíritos. Sabemos que esta autoridade é fornecida pela moral das pessoas. Jesus não poderia modificar essas pessoas, pois respeitava o livre arbítrio de cada um. Mas, como eram pessoas diferenciadas, eleitas para serem Seus discípulos, tinham em si o germe desta capacidade. Jesus fez com que isso viesse à tona, possibilitando que exercessem a autoridade moral sobre os espíritos obsessores.

Versículo 8: E determinou que nada levassem pelo caminho, a não ser um cajado somente; nem pão, nem mochila de viagem, nem dinheiro em seus cintos.

O cajado servia para ajudar os discípulos em suas longas caminhadas. Na época de Jesus, os caminhos que ligavam os povoados eram difíceis de serem usados, pois não passavam de trilhas. O cajado era útil nessa situação.

Ao vermos a orientação de Jesus aos discípulos que iriam sair a pregar, podemos nos lembrar dos oradores espíritas. Antigamente, eram pessoas comuns que trabalhavam em empregos comuns e usavam suas horas de folga para divulgarem o Espiritismo. Faziam isso por amor à Doutrina. Hospedavam-se na casa de pessoas espíritas como ele e ficavam muito agradecidas se recebessem uma xícara de café e um pedaço de bolo no final da palestra, quando aproveitavam para conversar com as pessoas que tinham ido escutá-los.

Hoje em dia, alguns oradores fazem disso uma segunda profissão. Fazem exigências para virem dar suas palestras, desde "ajuda de custo" para se deslocarem até o pagamento de hospedagem em hotéis muito confortáveis, além de um lugar de destaque para comercializarem seus livros.Ao final da palestra, precisam ter um verdadeiro buffet à sua disposição. Querem comer sozinhos para não serem incomodados, e assim que acabam de se empaturrarem, saem correndo para não correrem o risco de serem importunados pelos "companheiros de ideais". Os verdadeiros discípulos de Jesus precisam de tudo isso?

Versículo 9: Que andassem calçados com sandálias, mas não carregassem duas túnicas.

Jesus mandou que Seus discípulos se preocupassem exclusivamente em servir a Deus divulgando o Evangelho, e dependessem exclusivamente de Deus para obterem o seu sustento. Seus ouvintes, tocados por Deus, os proveriam do que fosse necessário.

Quem pretende divulgar o Espiritismo deve, antes de se oferecer para fazer palestra, ler muitas e muitas vezes esse trecho do Evangelho!

Versículo 10: E recomendou-lhes: "Sempre que entrardes em uma casa, nela permanecei até vos retirardes de lá.

Versículo 11: Contudo, se alguma aldeia não vos receber nem vos quiser ouvir, ao partirdes desse lugar, sacudi a poeira de debaixo de vossos pés, como testemunho contra eles."

Jesus pede que Seus apóstolos evitem ficar andando de casa em casa em uma aldeia, que se instalem em uma casa e lá permaneçam até que se dirijam a outra aldeia. Isso é para evitar disputas e mal-entendidos.

Os judeus tinham o costume de, ao saírem de cidades gentias (não judaicas), sacudirem a poeira de suas sandálias. Isso simbolizava que tinham deixado para trás as influências e práticas pagãs. Jesus pede o mesmo rigor para com as cidades que não aceitassem a Sua mensagem.

Versículo 13: Eles partiram e pregavam que todos se arrependessem.

Versículo 14: E expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo a inúmeros doentes e os curavam.

Jesus curou pessoas e multidões sem nunca ter usado óleo, mas recomendou que Seus discípulos assim o fizessem, pois era uma prática antiga dos judeus, e esse deveria ser mais um sinal de dependência de Deus.

Assim como em qualquer outra religião, no Espiritismo algumas pessoas acabam se perdendo do ideal de serviço a Jesus. Não devemos criticá-las, mas jamais poderemos perder de vista qual é a maneira adequada de se portar, tendo como exemplo aquele que deve ser sempre o exemplo a ser seguido: Jesus!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Marcos 6.1-6

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 6


Versículo 1: Então, partiu Jesus dali e foi para sua terra natal, na companhia dos seus discípulos.

Jesus estava em Cafarnaum. Depois de ressuscitar a filha de Jairo, dirigiu-se à cidade de Nazaré.

Versículo 2: Com a chegada do sábado, começou a ensinar na sinagoga local, e muitos dos que o escutavam ficaram admirados e exclamavam: "De onde lhe vem tudo isto? E que sabedoria é esta que lhe foi outorgada?

Versículo 3: Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não convivem conosco suas irmãs?" E ficaram escandalizados por causa dele.

Conforme era o costume, aos sábados as pessoas comuns podiam ensinar nas sinagogas. Ao verem Jesus ensinando, as pessoas que O conheciam se escandalizaram. Sabiam que Ele era um trabalhador braçal, como a maioria deles, nascido em uma família humilde. Não conseguiam compreender (e nem aceitar) que Ele pregasse com tamanha sabedoria. Rejeitavam a autoridade dEle porque O consideravam igual a todos os demais daquela cidade.

Versículo 4: Contudo Jesus lhes afirmou:"Somente em sua própria terra, junto aos seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não é devidamente honrado."

Jesus sabia que, se grande parte dos judeus não O reconheciam como o Messias prometido, isso era ainda mais verdadeiro em relação à cidade onde cresceu. As pessoas não podiam admitir que alguém que eles viram crescer ocupasse uma posição de destaque.

Versículo 5: E, por isso, não podia realizar ali nenhum milagre, com exceção feita a alguns doentes, que ao impor de suas mãos foram curados.

O poder de Jesus não tinha desaparecido apenas porque Ele estava em Nazaré, pois esse poder vinha de Sua autoridade moral. Se Ele não realizou grandes feitos em Sua cidade é porque, para que as pessoas fossem curadas, elas precisavam acreditar, ter fé, e elas não acreditavam nele.

Por isso, os milagres não acontecem frequentemente em nossas vidas, pois não temos fé. Se tivéssemos um pouco de fé, conseguiríamos notar os numerosos pequenos milagres que nos acontecem todos os dias.

Versículo 6: E perplexo com a falta de fé por parte dos seus, passou a percorrer os povoados vizinhos e os ensinava.

Jesus percebeu que pouco poderia fazer em Nazaré. Seu tempo era escasso, e não adiantaria ficar muito tempo ali tentando convencer as pessoas a acreditarem nele. Ao invés disso, seria melhor investir Seu tempo onde fosse mais proveitoso.

Muitas vezes, investimos o nosso tempo em projetos que não irão adiante. Insistimos muito e nada dá certo. Seria o caso de nos perguntarmos se esse projeto é obra de Deus ou do homem. Se fosse obra de Deus, certamente iria adiante. Precisamos ter discernimento par nos dedicarmos às coisas certas, senão corremos o risco de chegarmos ao fim de nossa existência sem termos alcançado o que nos propusemos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Marcos 5.35-43

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 5


Versículo 35: Enquanto Jesus ainda estava falando, chegaram algumas pessoas vindas da casa de Jairo, o dirigente da sinagoga, a quem informaram: "Tua filha já está morta! Não adianta mais incomodar o Mestre."

Jesus estava voltando da cidade de Gerasa, onde havia expulsado uma multidão de demônios. Ao chegar às margens do mar da Galileia (que na realidade era um lago, e não um mar), Jairo, o dirigente da sinagoga, implorou para que Jesus curasse a sua filha.

Enquanto Jesus se dirigia à casa de Jairo, uma mulher que sofria de um sangramento há 12 anos tocou Jesus, e ficou curada. Jesus parou para conversar com a mulher. Nesse momento, as pessoas que haviam estado na casa de Jairo foram procurar por ele, para avisar que sua filha havia morrido.

Versículo 36: Mas Jesus não deu atenção àquelas notícias, e voltando-se para o dirigente da sinagoga o encorajou: "Não temas, tão somente continue crendo!"

Frente à notícia da morte de sua filha, Jairo deve ter entrado em desespero. Jesus, que sabia que a morte da menina não era real, pois sabia o que acontecia no mundo espiritual e no material, diz àquele pai para que não tenha medo, mas que continue a acreditar.

Quando enfrentamos as tempestades que a vida nos traz, devemos nos lembrar do conselho de Jesus:"Não temas, somente continue a crer." Isso vai nos trazer uma maturidade espiritual que vai nos poupar de muitos sofrimentos no futuro, pois a aceitação de uma dificuldade traz o aprendizado necessário, fazendo com que não tenhamos que passar por problemas semelhantes para aprendermos o que temos que aprender.

Versículo 37: E ordenou que ninguém o acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.

Esses três apóstolos que acompanharam Jesus eram os que estavam mais próximos a Ele, e estariam presentes em outras situações delicadas.

Jesus não permitiu um número grande de testemunhas porque ainda não deveria ser alvo da atenção das autoridades judaicas, pois isso iria comprometer a Sua missão, visto que essas autoridades iriam fazer de tudo para O matarem, e Sua missão apenas havia começado.

Versículo 38: Assim que chegaram à casa do dirigente da sinagoga, Jesus observou grande agitação, com muitas pessoas consternadas, chorando e se lamentando em alta voz.

Manifestações ruidosas eram tradicionais, na cultura judaica, quando uma pessoa morria. Algumas mulheres tinham por profissão a lamentação pelos mortos. Assim, tinha-se a cultura de que, para honrar quem havia morrido, era necessária uma gritaria muito grande.

Jesus chega em meio a essa confusão toda, e observa. Não se desespera e nem critica o que está acontecendo, apenas observa. Eis um bom exemplo a ser seguido.

Versículo 39: Ao entrar na casa lhes questiona: "Por que estais em alvoroço e pranteais? A criança não morreu, mas está dormindo!"

Jesus já sabia que os laços que uniam o espírito ao corpo da menina não haviam se rompido, pois podia enxergar isso. Por esse motivo, afirmou que a menina não estava morta, apenas dormia.

Existem várias situações que podem dar a impressão de morte. Foi o que aconteceu com a filha de Jairo. Se os laços que prendem o espírito ao corpo já tivessem se rompido, não seria possível que eles se refizessem.

Versículo 40: E todos ali desprezaram o juízo feito por Jesus. Ele contudo mandou que saíssem, chamou para perto de si o pai e a mãe da criança, bem como os discípulos que estavam em sua companhia, e adentrou o recinto onde jazia a criança.

Versículo 41: Então, pegando na mão da menina, ordenou em aramaico: "Talitha Koum!", que significa "Filhinha! Eu te ordeno, levanta-se."

O aramaico era um dialeto hebraico falado por Jesus, Seus familiares e discípulos. A expressão literalmente é: "Cordeirinha, levanta-te."

Versículo 42: E no mesmo instante, a menina que tinha doze anos de idade, ergueu-se do leito e começou a andar. Diante dito, todos ficaram assombrados.

Versículo 43: Então Jesus lhes recomendou expressamente para que nenhuma outra pessoa viesse a saber do que haviam presenciado. E mandou que dessem algo de comer à menina.

O conhecimento do Espiritismo traz novas luzes sobre a vida de Jesus. Começamos a enxergar novos aspectos nos fatos que já eram conhecidos.

Nós deixamos de ficar espantados. Apenas nos admiramos por outras coisas. Jesus não revogou a lei da morte. Não porque não tivesse poder para isso, mas porque não era necessário. Se entendermos que as leis de Deus são perfeitas, elas não precisam ser revogadas.

O maravilhoso aqui é Jesus, assim que foi procurado por Jairo, já saber que a menina estava em uma condição que poderia ser modificada. Seu poder era tão grande que, com apenas um toque, assim como havia ocorrido com a viúva com sangramento, conseguiu restituir a saúde à menina.

O Espiritismo não pretende tirar a grandeza de Jesus dizendo que o que Ele fez não foi um milagre. Ao contrário, ele pretende que enxerguemos a imensa grandeza de Jesus através do entendimento do que Ele veio nos ensinar.

No livro "A Gênese", escrito por Allan Kardec em 1867, temos explicação dos fenômenos realizados por Jesus. Este é um dos 5 livros básicos, que devem ser lidos por todos os espíritas.




segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Marcos 5.21-34

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 5


Versículo 21: E retornando Jesus de barco para a outra margem, numerosa multidão, uma vez mais, se formou ao seu redor, enquanto estava na praia.

Jesus tinha estado em Gerasa, onde expulsou uma legião de demônios de um homem. Como, sob a ação dos espíritos que tinham sido expulsos, uma grande quantidade de porcos tinha se jogado no mar, os habitantes do local pediram para que Jesus deixasse o lugar.

Jesus cruzou novamente o mar da Galileia (que na realidade é um lago) e provavelmente voltou para Cafarnaum. Ao regressar, uma grande multidão O cercou logo às margens do lago.

Versículo 22: Foi quando chegou ali um dos dirigentes da sinagoga local, chamado Jairo. Ao ver Jesus, prostrou-se aos seus pés.

O dirigente da sinagoga era geralmente um leigo (não era quem ensinava as leis ao povo) com responsabilidades administrativas. Era responsável pelo culto, pelo funcionamento da escola semanal e pelos cuidados com o edifício.

Muitos líderes da sinagoga (dirigentes) mantinham estreitos laços com os fariseus. Por isso, é provável que alguns fossem pressionados a negar apoio a Jesus. O fato de Jairo se inclinar perante Jesus, mostrando respeito e adoração, foi muito corajoso.

Versículo 23: E lhe pediu aos prantos e com insistência: "Minha filha pequena está à beira da morte! Vem, impõe tuas mãos sobre ela, para que seja curada e viva."

Há dois mil anos, um pai desesperado pediu ajuda, pois sua filha estava doente. Essa cena comovente poderia ter acontecido nos dias de hoje, e teria o mesmo impacto, o de um pedido desesperado de socorro.

Versículo 24: Então Jesus foi com ele. E uma enorme multidão o acompanhava, apertando-o de todos os lados.

A curiosidade humana não mudou com o passar dos anos. Todos queriam ver Aquele de quem tanto se falava, que estava curando pessoas e expulsando demônios.

Ao receber o pedido de socorro daquele pai aflito, Jesus imediatamente vai em socorro à criança.

Versículo 25: E havia por ali certa mulher que, havia doze anos, vinha padecendo de hemorragia.

Versículo 26: Ela já havia sofrido demasiado sob os cuidados de vários médicos e gastara tudo o que possuía; porém, em vez de melhorar, ia de mal a pior.

Além de sofrer com sua doença, o sangramento fazia com que fosse considerada impura para os judeus, o que tinha como consequência ser separada da vida em sociedade, pois qualquer pessoa que tivesse contato com ela seria também considerada impura.

Mesmo depois de gastar todo o seu dinheiro com os tratamentos propostos, ela só piorava.

Versículo 27: Tendo ouvido falar a respeito de Jesus, passou pelo aglomerado de pessoas e conseguiu tocar em seu manto.

Versículo 28: Pois dizia consigo mesma: "Se eu puder ao menos tocar as suas vestes, ficarei curada."

Que fé tinha aquela mulher! Doze anos padecendo de uma doença que a colocava à margem da sociedade. Ninguém conseguiu ajudar. Mesmo assim, ela confiava que, se conseguisse ao menos tocar Jesus, ficaria curada! Jesus não precisaria nem mesmo impor Suas mãos sobre ela, bastaria tocá-lo que ficaria curada. Quem de nós tem uma fé assim?

Versículo 29: E, naquele instante, se lhe estancou a hemorragia, e a mulher sentiu em seu corpo que estava liberta do seu sofrimento.

A fé operou mais um ato maravilhoso. Depois de doze anos sofrendo de um sangramento, finalmente ela estava curada.

Versículo 30: No mesmo momento, ao sentir que do seu interior fora liberado poder, Jesus virando-se em meio à multidão inquiriu: "Quem tocou em meu manto?"

Jesus percebeu que a energia curadora havia fluido dele para alguém Por isso, perguntou quem O havia tocado de modo a mobilizar o forte fluxo de energia.

Versículo 31: Ao que os discípulos alegaram-lhe: "Vês a multidão que te comprime de todos os lados e perguntas: 'Quem me tocou?'".

Os discípulos não sabiam o que estava acontecendo, mas Jesus sabia!

Versículo 32: No entanto, Jesus continuou olhando ao seu redor, esperando ver quem havia feito aquilo.

Versículo 33: Então, a mulher, assustada e trêmula, sabendo o que lhe tinha sucedido, aproximou-se e prostrando-se aos seus pés declarou-lhe toda a verdade.

A mulher sabia que Jesus a poderia curar se apenas conseguisse tocar nele. O que ela não sabia, e ficou espantada (e assustada) ao saber é que Jesus tinha notado o que havia acontecido, mesmo sem que ela O tivesse tocado, pois apenas tinha encostado no Seu manto.

Versículo 34: E Jesus afirmou-lhe: "Minha filha, a tua fé te salvou! Vai-te em paz e estejas liberta do teu sofrimento."

Assim como aquela mulher se livrou de um sofrimento que durava anos, nós também podemos nos livrar dos nossos sofrimentos. Para isso, basta que tenhamos uma fé semelhante à dela. Temos isso?

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Marcos 5.1-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 5


Versículo 1: E assim, atravessaram o mar e foram para a região dos gerasenos.

Jesus estava pregando em Nazaré. Ele e Seus discípulos atravessaram o mar da Galileia. Durante a travessia, uma tempestade os apanha, e a água começa a entrar no barco. Jesus, que dormia calmamente no barco, é acordado por Seus discípulos, que estão aterrorizados. Jesus repreende o vento e ordena que o mar se acalme. Depois disso, eles continuam tranquilamente a viagem.

Eles chegam a Gerasa. A maioria das pessoas dessa aldeia era de gentios (não judeus), como revela o fato de criarem porcos, animais considerados impuros pelos judeus, que não podiam comer e nem mesmo tocar nesses animais.

Versículo 2: Logo depois que Jesus desceu do barco, veio dos sepulcros, caminhando ao seu encontro, um homem possuído por um espírito imundo.

Como podemos ver, a obsessão já era conhecida na época em que Jesus vivia. As pessoas identificavam aqueles que estavam sob influência espiritual, e sabiam que era possível afastar os maus espíritos.

Versículo 3: Esse homem vivia em meio aos sepulcros e não havia quem conseguisse dominá-lo, nem mesmo com correntes.

Este homem, que estava sofrendo um processo obsessivo, era conhecido pelos habitantes da aldeia. Vivia no cemitério local, e nem mesmo uma corrente conseguia contê-lo. Vemos algumas pessoas que, sob a influência de um espírito obsessor, adquirem uma força descomunal, fazendo coisas que jamais conseguiriam fazer se não estivessem sob influência externa.

Versículo 4: Muitas vezes já haviam acorrentado seus pés e mãos, mas ele arrebentava os grilhões e estraçalhava algemas e correntes. Ninguém tinha forças para detê-lo.

Versículo 5: E, noite e dia, sem repouso, perambulava por entre os sepulcros e pelas colinas, gritando e cortando-se com lascas de rocha.

Temos a descrição de um quadro lamentável. O homem já não era mais senhor de si. Vivia sob a influência constante do obsessor, que o obrigava a se ferir e agir como um louco.

Versículo 6: Ao avistar Jesus, ainda de longe, correu e atirou-se aos seus pés.

Embora a população não tenha se dado conta de que era Jesus, esse obsessor de longe percebeu que Ele se aproximava e correu até Ele.

A luz que Jesus irradiava devia ser imensa. Logo o obsessor percebeu a grandeza espiritual de quem chegava ao lugar onde estava.

Versículo 7: E Clamou aos berros: "Que queres de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Suplico-te por Deus que não me atormentes!"

Quando Jesus se aproxima, o obsessor questiona Jesus. Pergunta o porque de Jesus estar interferindo no processo obsessivo que ele instaurou sobre o homem. Durante as práticas de Espiritismo, especialmente naquelas dedicadas à desobsessão, muitas vezes o obsessor declara que ninguém deve interferir, pois ele tem direitos sobre aquele que sofre nas suas mãos. Esse direito lhe foi dado quando o obsidiado contraiu dívidas junto a ele, através de ações onde se sentiu prejudicado.

Versículo 9: Todavia, Jesus o interrogou: "Qual é o teu nome?" Respondeu ele: Meu nome é Legião, porque somos muitos."

Muitas pessoas acreditam que, num processo obsessivo, o fato de saber o nome do obsessor dá a elas poder sobre ele. Isso é um equívoco. O único poder que pode agir sobre o obsessor é a ascendência moral. Allan Kardec, especialmente em "O Livro dos Médiuns", deixa isso bem claro.

Versículo 10: E implorava insistentemente para que Jesus não os mandasse para fora daquela região.

Versículo 11: Enquanto isso, perto dali, numa colina vizinha, uma grande manada de porcos estava pastando.

Versículo 12: Foi então que os demônios rogaram a Jesus: "Manda-nos para os porcos, para que entremos nele.

Versículo 13: E Jesus lhes deu permissão, e os espíritos imundos deixaram o homem e entraram nos porcos. E a manada com cerca de dois mil porcos atirou-se precipício abaixo, em direção ao mar, e nele se afogaram.

Versículo 14: As pessoas que apascentavam os porcos fugiram e relataram esses fatos na cidade e nos campos, e todo o povo correu para ver o que havia se passado.

As pessoas ficaram mais espantadas, com os porcos que morreram do que com quem ficou livre da obsessão!

Versículo 15: Quando chegaram próximo de Jesus, observaram ali o homem que fora tomado por uma legião de demônios, assentado, vestido e em perfeito juízo. E ficaram assustados.

Versículo 16: Os que presenciaram os fatos narraram ao povo o que havia ocorrido com o endemoninhado e contaram também sobre os porcos.

Versículo 17: Então o povo começou a implorar a Jesus que se afastasse daquela região que lhes pertencia.

Ao invés de ficarem maravilhados e agradecidos, pois um homem tinha sido libertado da influência do mal, eles pensaram mais nos porcos que poderiam morrem e mandaram Jesus embora!

Versículo 18: E, quando Jesus estava entrando no barco, o homem que fora possuído pelos espíritos imundos rogava-lhe que o deixasse seguir com Ele.

Versículo 19: Jesus não consentiu; entretanto, orientou-o: "Vai para tua casa, para a tua família e anuncia a eles tudo quanto Deus tem realizado a teu favor, e como teve misericórdia de ti!

Jesus envia o homem gentio (não judeu) como missionário.

Versículo 20: E então, partiu aquele homem, e começou a pregar por toda a Decápolis as coisas que Jesus havia feito por ele. E todos ficaram maravilhados.

"Decápolis" era uma confederação formada por dez cidades gregas, localizadas ao nordeste da Palestina, e incluía a famosa cidade de Damasco.

Qual é, geralmente, a atitude da pessoa que é liberta de um processo obsessivo? Geralmente, retoma a sua vida sem que nenhuma mudança profunda se evidencie. A menos que ela realize uma profunda reforma moral em sua vida, ela continuará vulnerável a outros processos obsessivos.

Este homem, assim que se viu livre, mudou a sua vida. Começou a contar para as outras pessoas o que havia acontecido com ele. Aproveitou uma "pedra" encontrada em sua vida (a obsessão) par fazer dela a base de uma "alavanca" que iria lançá-lo a um outro patamar de existência.

Temos um belo exemplo de transformação moral que teve como resultado um ser humano melhor. Pena que não seja isso o que acontece com todos os que passam por uma obsessão. A maior parte só quer se ver livre do obsessor para continuar fazendo o que sempre fez. Ora, enquanto fizermos sempre a mesma coisa, o resultado será o mesmo. Para nos livrarmos definitivamente de uma obsessão, precisamos passar por uma profunda reforma íntima.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Marcos 4.35-41

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 35: Naquele mesmo dia, ao cair da tarde, pediu aos seus discípulos: "Passemos para a outra margem."

Jesus partiu do territória da Galileia com o objetivo de ir até a margem leste do mar da Galileia, a região dos gerasenos.

O mar da Galileia é, na verdade, um lago localizado a cerca de 224 metros abaixo do nível do mar, e é cercado de montanhas. Ventos se intensificam nas proximidades deste local, e muitas vezes causam tempestades violentas e inesperadas.

Versículo 36: Eles, então, despedindo-se da multidão, o levaram no barco, assim como estava. E outros barcos o seguiam. 

Versículo 37: Aconteceu que levantou-se um tremendo vendaval, e as grandes ondas se jogavam para dentro do barco, de maneira que este foi se enchendo de água.

Versículo 38: Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o despertaram e suplicaram: "Mestre! Não te importa que pereçamos?"

Os discípulos de Jesus, que eram pescadores experientes, conheciam muito bem o mar da Galileia, e ficaram apavorados. Entraram em desespero e acordaram Jesus, que dormia tranquilamente. Os discípulos perguntaram: Você não se importa se nós morrermos?

Quando Jesus propõe que façamos algo, isto implica que "entraremos no barco" para podermos "chegar ao outro lado". Porém, durante a travessia, sempre existirá uma tempestade a ser enfrentada. Ao invés de enfrentarmos com a calma de Jesus, que reflete a confiança em Deus, agimos como os discípulos, e começamos a gritar: Deus, você não está vendo o que está acontecendo comigo? Não vai fazer nada?

Versículo 39: Então Ele se levantou, repreendeu o vento e ordenou ao mar: "Aquieta-te! Silencia-te!" E logo o vento serenou, e houve completa bonança.

O poder e o conhecimento de Jesus eram tão grandes que davam a Ele a capacidade de governar as forças da Natureza.

Versículo 40:  E indagou aos seus discípulos: "Por que sois covardes? Ainda não tendes fé?

Quando enfrentamos os pequenos problemas em nossa vida, nossa primeira atitude é de desespero. Começamos a gritar, exigindo ajuda. Demonstramos, com isso, nossa falta de fé. Deus não desampara ninguém, e nosso destempero emocional não faz com que Ele se sinta obrigado a realizar a nossa vontade.

Versículo 41: Os discípulos, contudo, estavam tomados de terrível pavor e comentavam uns com os outros: "Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?"

Os discípulos viviam com Jesus, mas não O conheciam. Não sabiam que estavam tendo a oportunidade de conhecer o espírito mais evoluído que já esteve na Terra. Por isso, ao invés de ficarem maravilhados com Ele, tiveram medo, pois não O compreendiam.

Quando passarmos por qualquer tribulação, a primeira coisa a ser lembrada é que não estamos sozinhos, pois Deus está sempre ao nosso lado. Ele não faz isso porque nós merecemos, mas porque Ele é quem Ele é. Fé e confiança, portanto, para vivermos de acordo com os ideais cristãos.

domingo, 18 de outubro de 2015

Marcos 4.30-34

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 30: E contou-lhes mais: "Com o que compararemos o Reino de Deus? Que parábola buscaremos para representá-lo?

Parábola: é uma  narrativa alegórica (alegoria é um modo de expressão ou interpretação que consiste em representar pensamentos, ideias ou qualidades sob forma figurada e em que cada elemento funciona como um disfarce dos elementos da ideia representada) que transmite uma mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia (analogia é uma relação ou semelhança entre coisas ou fatos).

Complicado? Nem tanto. Jesus contava histórias com elementos que eram bem conhecidos das pessoas, pois faziam parte do seu cotidiano. Com isso, comparava coisas que eles conheciam bem com o que Ele estava explicando. Neste caso, Jesus queria que as pessoas entendessem o que era o Reino de Deus.

Versículo 31: É como um grão de mostarda, que é a menor das sementes que se planta na terra.

Versículo 32: Porém, uma vez semeada, cresce e se transforma na maior das hortaliças, com ramos tão grandes a ponto de as aves do céu poderem abrigar-se sob a sua sombra."

Embora a semente de mostarda seja muito pequena, a planta adulta pode chegar a quatro metros de altura.

Quando tomamos contato com os ensinamentos que Jesus nos trouxe, uma pequena semente é colocada em nosso coração. Como toda semente, ela precisa de um bom terreno e de cuidados para germinar. Por isso, precisamos ter consciência de que a vida verdadeira é a espiritual, e não a material. Encontrando este terreno fértil, a semente vai germinar.

Para crescer forte e sadia, uma semente precisa de nutrientes. Para que o amor a Deus cresça em nosso coração, precisa ser alimentado com o estudo e com o ato de colocarmos em prática o que aprendemos.

Uma vez que a planta cresça e se fortaleça, vai ter condições de abrigar muitos outros em sua sombra. Quando temos o entendimento religioso e o colocamos em prática, estamos tendo condições de dar abrigo às pessoas que estão próximas, distribuindo o conforto que o amor de Deus nos dá. Passamos de pessoas que buscam ajuda para pessoas que oferecem ajuda, o que é uma felicidade imensa!

Versículo 33: Assim, por meio de muitas parábolas semelhantes, Jesus lhes comunicava a Palavra, conforme a medida das possibilidades de compreensão de seus ouvintes.

Versículo 34: E nada lhes transmitia sem usar alguma parábola. Entretanto, quando estava em particular com os seus discípulos, explicava-lhes tudo claramente.

Jesus ensinava de acordo com a compreensão da pessoa. Isso vale até hoje: devemos relacionar o que queremos transmitir ao cotidiano das pessoas. Porém, a estratégia de ensinar que mais dá certo é só uma: através do exemplo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Marcos 4.26-29

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 26:  Então contou-lhes que: "O Reino de Deus é semelhante a um homem que lançou a semente sobre a terra.

Jesus, em Suas parábolas, sempre explica algo que não é conhecido das pessoas (neste caso, o reino de Deus) através de uma comparação com algo conhecido, que faz parte do cotidiano das pessoas para quem Ele está falando. Assim, desta vez explica com o que o reino de Deus pode ser comparado.

Versículo 27: Enquanto ele dorme e acorda, durante noites e dias, a semente germina e cresce, embora ele desconheça como isso acontece.

Esta parábola é encontrada somente no evangelho de Marcos. No seu começo, parece ser a parábola do semeador, que descreve como uma semente germina de maneira diferente em diferentes terrenos. No entanto, trata-se de outra parábola.

Versículo 28: A terra por si mesma produz o fruto: primeiro surge a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga.

Quando a palavra de Deus é semeada em nossa vida, durante um período parece que nada acontece. A nossa vida continua a mesma, pelo menos nas aparências.

Se na superfície nada mudou, o mesmo não acontece em nosso interior. Aos poucos, os ensinamentos vão germinando, como a semente embaixo da terra. Não nos damos conta de como é esse processo, pois ele não acontece na superfície, mas sim em nosso íntimo.

Depois de bastante tempo nos dedicando ao estudo dos ensinamentos de Jesus, de repente a mudança aparece, vem à superfície. Assim como a semente irrompe a terra e se torna visível, nossa transformação vem à superfície. Daí, aparecem pequenas transformações que vão dar lugar a grandes transformações, assim como a semente dá lugar à árvore.

Versículo 29: Assim que as espigas amadurecem, o homem imediatamente lhes passa o foice, pois é chegado o tempo da colheita."

Quando as mudanças se enraízam em nosso interior, está na hora da colheita. Está na hora de assumirmos compromisso com a vida espiritual de acordo com o que acreditamos.

Nossa prática, na vida cotidiana, não pode ser diferente do que cremos. Se acreditamos que a vida espiritual é a vida verdadeira, não podemos continuar a nos iludir, fingindo que a vida material é o que mais importa.

Assumimos, antes de reencarnarmos, compromissos com o plano espiritual. Através dos arrependimentos que tivemos pelos enganos que cometemos, pedimos ( e às vezes chegamos mesmo a implorar) a oportunidade de uma nova tentativa, através da nova passagem pelo corpo material. Essa nova oportunidade deve ser usada com sabedoria, corrigindo os nossos enganos, e não os repetindo!

Não adianta nos iludirmos: nossa vida é um breve intervalo entre o nosso nascimento e a nossa morte. Devemos aproveitar ao máximo as oportunidades de aprendizado e de colocarmos o que aprendemos em prática. Temos o dia de hoje para trabalharmos; não adianta perder tempo, achando que na próxima encarnação faremos melhor, pois ela pode demorar centenas de anos para acontecer. Assim, usemos o que temos em nossas mãos: o dia de hoje.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Marcos 4.24-25

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 24: E seguiu ensinando: "Ponderai atentamente o que tendes ouvido! Pois com a medida com que tiverdes medido vos medirão igualmente a vós; e ainda mais vos será acrescentado!

Nos trechos anteriores, Jesus traz duas parábolas muito importantes: a do semeador (capítulo 4, versículos 1 a 20) e a da candeia (capítulo 4, versículos 21 a 23). Na primeira, Jesus descreve as diferentes formas com que as pessoas recebem os ensinamentos sobre Deus. Na parábola da candeia, Ele diz o que cada um que recebe os ensinamentos precisa fazer para se tornar um farol a iluminar o caminho das pessoas.

A seguir, Jesus nos ensina a sermos cuidadosos com a maneira com que julgamos os outros. Diz que seremos julgados com o mesmo rigor com que julgarmos os outros, e um pouco mais. Se formos pessoas verdadeiramente cristãs, nada teremos a temer, pois olharemos os outros com o mesmo olhar bondoso com que Jesus nos olha.

Se, ao contrário, formos pessoas excessivamente críticas, teremos muitos problemas, pois seremos julgados da mesma forma, sem benevolência alguma.

Versículo 25: Porquanto, ao que tem mais se lhe dará; de quem não tem, até o que tem lhe será retirado."

Este versículo é semelhante à parábola dos talentos, a qual é narrada no evangelho de Mateus (capítulo 25, versículos 14 a 30). Aquele que deseja servir a Jesus deve começar o seu trabalho imediatamente. Não deve desperdiçar nem um minuto, pois à medida que for trabalhando mais possibilidades de cooperação ao trabalho de Jesus ele encontrará.

Portanto, devemos colocar um freio em nossas línguas e as mãos no trabalho cristão. Só assim nos afastaremos das trevas da ignorância e da ociosidade.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Marcos 4.21-23

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 21: E lhes propôs: "Quem, porventura, traz uma candeia para colocá-la sob uma vasilha ou debaixo de uma cama? Ao invés, não a traz para ser depositada do candelabro?

Candeia: Pequeno aparelho de iluminação, de folha de flandres (material laminado estanhado composto por ferro e aço, de baixo teor de carbono, revestido com estanho) ou de barro, abastecido com óleo ou gás inflamável e provido de mecha (cordão ou feixe de fios de algodão retorcidos, passado em sebo, cera ou impregnado de um combustível qualquer para se acender; pavio); usa-se geralmente no alto, pendendo de um prego preso à parede.

Versículo 22: Pois nada há de oculto que não venha a ser revelado, e nada em segredo que não seja trazido à luz do dia.

Versículo 23: Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Jesus propõe uma história muito simples: uma pessoa que possui uma candeia, que é um objeto feito para iluminar, não a coloca onde não produza luz.

A luz que Jesus trazia deveria iluminar toda a humanidade. Não deveria ser oculta por nada. Por isso, Jesus preparou os Seus discípulos para fazerem com que Seus ensinamentos chegassem ao maior número de pessoas possível.

Através dos tempos, esses ensinamentos sofreram muitas deturpações. O Espiritismo resgata a mensagem original, pois a reencarnação esclarece muitos dos ensinos de Jesus. Agora, temos a chave para entendermos muitas passagens obscuras do Evangelho. O entendimento de que nascemos e morremos muitas vezes muda a maneira com que entendemos a mensagem de Jesus e como vemos a finalidade da nossa existência.

Assim, o ensinamento da reencarnação não fica restrito a poucos escolhidos. A cada dia mais e mais pessoas tem contato com ela, e compreende melhor o que Jesus veio nos ensinar. Essa é a luz que Jesus quer que brilhe para todos.


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Marcos 4.1-20

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 4


Versículo 1: Retornou Jesus à beira-mar para ensinar. E a multidão que se ajuntou ao seu redor era tão numerosa que o forçou a entrar num barco, onde assentou-se. O barco estava no mar e todo o povo agrupava-se na praia.

A multidão estava em volta de Jesus, procurando contato físico, pois queriam a cura de suas enfermidades. Jesus, ao mesmo tempo que evitava ser comprimido pela multidão, buscava ficar em um ponto de destaque, facilitando que todos pudessem ter contato visual e pudessem escutar o que tinha a dizer.

Além disso, era tradição dos mestres judeus da época o ato de se sentar para ensinar.

Versículo 2: E, assim, Ele lhes transmitia  muitos ensinamentos por parábolas, e enfatizava ao ministrar:

As parábolas eram histórias tiradas da vida diária e usadas para ilustrar verdades espirituais e morais. Estas histórias conseguiam a atenção, prendiam o interesse, tornavam concretas ideias abstratas e obrigavam o ouvinte a refletir.

Versículo 3: "Escutai! Eis que o semeador saiu a semear.

As sementes eram plantadas manualmente. À medida que o lavrador caminhava pelo campo, jogava sobre a terra punhados de sementes, que estavam em uma grande sacola pendurada no ombro.

Não importava o quanto o lavrador fosse habilidoso, ele não conseguia evitar que algumas sementes caíssem pelo caminho, sobre rochas e espinhos, ou fossem carregadas pelo vento.

Versículo 4: Enquanto lançava a semente, parte dela caiu à beira do caminho, e chegaram as aves e as devoraram. 

Versículo 5: Outra parte caiu em solo pedregoso e, não havendo terra suficiente, nasceu rapidamente, pois a terra não era profunda.

Versículo 6: Contudo, ao raiar do sol as plantas se queimaram; e porque não tinham raiz, secaram.

Versículo 7: Outra parte ainda caiu entre os espinhos; estes espinhos cresceram e sufocaram as plantas, e por isso não pôde dar frutos.

Versículo 8: Finalmente, outras partes caíram em terra boa, germinaram, cresceram e ofereceram grande colheita, a trinta, sessenta e até cem por um."

Versículo 9: E alertou: "Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça!"

Essa é uma das poucas parábolas que Jesus explica completamente o seu significado. Vamos continuar a leitura do evangelho de Marcos para ver o que Jesus nos conta.

Versículo 10: Quando se afastaram das multidões, os Doze e alguns outros que o seguiam lhe pediram para elucidar as parábolas.

Embora Jesus estivesse sempre cercado por muitas pessoas, que O procuravam para obterem a cura, havia um círculo menor de pessoas que sempre O acompanhavam. Os doze apóstolos e alguns outros mais chegados estavam mais próximos de Jesus.

Quando Jesus se afastou da multidão, essas pessoas mais chegadas pediram que Ele explicasse o sentido da parábola do semeador.

Versículo 11: Então, lhes revelou: "A vós foi concedido o mistério do Reino de Deus; aos de fora, entretanto, tudo é pregado por parábolas,

Versículo 12: com o propósito de que mesmo que vejam, não percebam; ainda que ouçam, não compreendam, e isso para que não se convertam e sejam perdoados."

As pessoas mais próximas a Jesus tinham uma compreensão melhor sobre Deus, pois Jesus as ensinava em particular. Para elas, Jesus pedia falar de maneira mais explícita.

Para as demais pessoas, menos familiarizadas com o entendimento de Deus, Jesus usava as parábolas para as ensinar. Mesmo que o sentido do ensinamento não ficasse claro de imediato, as pessoas fixariam a estória contada e, mais tarde, quando estivessem mais maduras espiritualmente, entenderiam o seu significado.

Versículo 13: Então Jesus os questionou: "Se não compreendeis essa parábola, como podereis entender todas as outras?

Esta parábola ensina especificamente sobre o que os apóstolos fariam quando Jesus não estivesse mais entre eles, que é ensinar sobre Deus, e como isso seria recebido pelas pessoas.

Versículo 14: O semeador semeia a Palavra.

Versículo 15: Algumas pessoas são como a semente à beira do caminho, onde a Palavra foi semeada. Mas assim que a ouvem, Satanás vem e toma a Palavra nelas semeada.

As pessoas que são semelhantes à semente plantada à beira do caminho são aquelas que ouvem os ensinamentos a respeito de Deus, mas logo deixam que o mal venha e leve essas sementes embora.

Versículo 16: Assim também ocorre com a que foi semeada em solo pedregoso: são as pessoas que, ao ouvirem a Palavra, logo a recebem com alegria.

Versículo 17: Entretanto, visto que não têm raízes em si mesmas, são de pouca perseverança. Ao surgir alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, rapidamente sucumbem.

As pessoas "de solo pedregoso" ficam deslumbradas com a descoberta dos novos ensinamentos. Mas esta emoção é apenas na superfície, pois não opera mudanças profundas em suas vidas. Ao primeiro problema, acabam os abandonar os ensinamentos para voltarem à antiga vida.

Versículo 18: Outras ainda, como a semente lançada entre os espinhos, escutam a Palavra,

Versículo 19: porém, quando chegam as preocupações da vida diária, a sedução da riqueza e todas as demais ambições, agridem e sufocam a Palavra, tornando-a infrutífera.

Ensinamento claro que dispensa comentários!

Versículo 20: Todavia, outras pessoas são como as que foram semeadas em terra boa: estas ouvem a Palavra, acolhem-na e oferecem farta colheita: a trinta, sessenta e até cem por um."

Mesmo as pessoas  que aceitam os ensinamentos e os praticam apresentam profundidades diferentes de mudanças. Algumas mudam tanto que parecem novas pessoas. Outras, a mudança mal se percebe. Cada um muda conforme está disposto e pode mudar.


sábado, 26 de setembro de 2015

Marcos 3.31-35

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 31: Foi quando chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. E ficando do lado de fora, mandaram alguém chamá-lo.

Jesus havia se mudado de Nazaré, onde vivia, para Cafarnaum. Em sua nova cidade, começou a realizar muitas curas e a pregar. Ficava cada vez mais conhecido. Por causa disso, uma multidão O procurava em casa.

Quando a família de Jesus ficou sabendo o que estava acontecendo, foram até Cafarnaum para O obrigarem a voltar para casa, pois achavam que Ele estava louco.

Ao chegarem onde Jesus estava, mandaram que fosse chamado, pois seria levado de volta a Nazaré.

A discussão sobre se Jesus de fato tinha irmãos, e quais seriam eles não cabe neste espaço. O que a lógica diz é que não é improvável que Jesus tivesse irmãos.

Versículo 32: E havia um grande número de pessoas sentadas em torno dele; e lhe avisaram: "Olha! Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e buscam por ti."

A família de Jesus não aceitava que Ele fosse o Messias, e que tinha uma missão a executar. Achavam apenas que Ele estava louco.

Versículo 33: Então, Ele lhes respondeu com uma questão: "Quem é minha mãe, ou meus irmãos?"

Jesus aproveitava cada oportunidade que aparecesse para que pudesse ensinar. Poderia, se fosse agir como nós, apenas responder: Não vou. Ao invés disso, conduz a uma profunda reflexão ao perguntar quem era a sua mãe e quem seriam Seus irmãos. A ideia era causar um impacto, e com isso fazer com que as pessoas presentes (e nós, ao lermos o relato do que aconteceu há centenas de anos) refletissem sobre o que Ele iria ensinar.

Versículo 34: E, repassando com o olhar a todos que estavam sentados ao seu redor declarou: "Aqui etão minha mãe e meus irmãos.

Versículo 35: Pois qualquer pessoa que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão e mãe."

As pessoas que estavam ali acreditavam em Jesus. Viam as curas que Ele realizava. Ouviam Seus ensinamentos sobre Deus. Entretanto, a Sua família apenas achava que Ele estivesse louco, e queriam a todo custo levá-lo para Nazaré.

Muitas vezes, sentimos que não somos compreendidos por nossa família. Com o conhecimento que o Espiritismo nos dá, sabemos que não estamos em nossa família por acaso. Devemos procurar desenvolver laços de afeto e gratidão, pois foi graças a eles que nós obtivemos a oportunidade de reencarnarmos.

Por outro lado, os laços de família a que Jesus se refere deveriam se desenvolver dentre os frequentadores do Centro Espírita. O sentimento fraterno deveria permear o relacionamento dos que convivem durante anos em um grupo. Devido ao grande número de frequentadores, e a pressa que comanda nossas vidas, isso não acontece.

Precisamos aprender a nos dedicarmos mais ao cultivo da amizade fraterna. Chegar alguns minutos antes de a reunião começar, e não sair correndo logo que ela termina ajuda bastante.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Marcos 3.20-30

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 20: Foi então Jesus para casa. E uma vez mais grande multidão se apinhou, de tal maneira que Ele e os seus discípulos não conseguiam nem ao menos comer pão.

Versículo 21: Quando os familiares de Jesus tomaram conhecimento do que estava acontecendo, partiram para forçá-lo a voltar, pois comentavam: "Ele perdeu o juízo!"

Um grupo de parentes de Jesus parte de Nazaré (cidade onde Jesus morava com Sua família, antes de se mudar para Cafarnaum) e viaja cerca de 48 quilômetros para tentar obrigá-lo a voltar, pois achavam que Ele havia perdido o juízo. Não reconheciam Jesus como o Messias, e nem entendiam o que Ele estava fazendo.

Versículo 22: Mas os mestres da lei, que haviam descido de Jerusalém, exclamavam: "Ele está possuído por Belzebu!", e mais: "É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios."

Os mestres da lei não podiam negar os milagres que Jesus realizava, mas se recusavam a aceitar que o poder dEle viesse de Deus, pois teriam que O reconhecer como o Messias prometido. Queriam destruir o poder que Jesus tinha sobre a multidão; por isso, acusavam-no de agir em nome de Satanás.

Versículo 23: Foi então que Jesus os chamou mais para perto e lhes admoestou por parábolas: "Como é possível Satanás expulsar Satanás?

Versículo 24: Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir.

Versículo 25: Se uma casa se dividir contra si mesma, igualmente não conseguirá manter-se firme.

Versículo 26: Portanto, se Satanás se atira contra si próprio e se divide, não poderá subsistir, mas se destruirá.

Jesus desenvolve um raciocínio muito claro: se expulsava os demônios, não poderia estar fazendo isso em nome do próprio demônio, pois isso significaria que Ele estaria combatendo a si mesmo. Além disso, Satanás estaria dando poder a um homem para que ele fizesse o bem, o que não fazia o menor sentido.

Da mesma forma, quando acusam o Espiritismo de ser obra do demônio, temos um demônio muito pouco inteligente, pois prega o bem, exalta o nome de Deus e procura livrar as pessoas das más influências!

Versículo 27: De fato, ninguém pode entrar na casa do homem forte e furtar dali os seus bens, sem que primeiro o amarre. Só depois conseguirá saquear a casa dele.

Jesus demonstra que, se Ele conseguia expulsar os demônios, era porque o poder de Satanás era menor (menos forte) do que o poder de Deus.

Na linguagem atual, os demônios seriam os espíritos que se dedicam ao mal. Hoje, sabemos que não existem espíritos eternamente dedicados ao mal, nem um que tenha tanto poder quanto Deus. Esses espíritos ainda não evoluíram a ponto de entenderem o bem, mas isso acontecerá mais cedo ou mais tarde.

Versículo 28: Com toda a certeza Eu vos asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhe serão perdoados.

Versículo 29: Todavia, quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais receberá perdão. Pelo contrário, é culpado de pecado eterno.

Versículo 30: Jesus explicou isso porque eles estavam exclamando: "Ele está possesso de um espírito imundo."

O pecado consiste em atribuir ao Diabo as obras do Espírito Santo. Assim, temos inúmeros religiosos que acusam o Espiritismo de ser obra do diabo. Mas o Espiritismo busca reviver os ensinamentos de Jesus, e traz como principal mensagem o Evangelho à luz da reencarnação, o que esclarece muitos pontos antes obscuros.

O estudo e a prática do Espiritismo torna a pessoa melhor, mais voltada para as coisas que dizem respeito a Deus. O conhecimento de que tudo não acaba com a morte, que as pessoas das quais gostamos não desaparecem, apenas estão em outro plano, nos traz conforto, consolo e aceitação. Esses resultados só podem ser obras de Deus!


sábado, 19 de setembro de 2015

Marcos 3.13-19

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 13: Jesus subiu a um monte e convocou para si a quem Ele queria. E eles foram para junto dele.

Versículo 14: E escolheu doze, qualificando-os como apóstolos, para que convivessem com Ele e os pudesse enviar a proclamar,

Versículo 15: E tivessem autoridade para expulsar demônios.

Das centenas de pessoas que seguiam a Jesus, foram escolhidos apenas doze (que é o número de tribos de Israel) para serem Seus apóstolos (apóstolo: mensageiro ou representante autorizado).

Essas pessoas não se destacavam por sua fé, um talento especial que possuíssem, pela profissão que tinham e nem mesmo pela experiência de vida. A única característica que todos tinham era a disposição para obedecerem e servirem a Jesus.

Versículo 16: Ele constituiu, pois, os Doze: Simão, a quem atribuiu o nome de Pedro,

Versículo 17: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão".

Versículo 18: E depois, André; Filipe; Bartolomeu; Mateus; Tomé; Tiago, filho de Alfeu; Tadeu; Simão, o zelote;

Versículo 19: e Judas Iscariotes, que o traiu.

Os zelotes (Simão era um deles) eram nacionalistas judeus que se opunham à dominação romana na Palestina.

O que é necessário para que uma pessoa se torne discípula do Espiritismo? Disposição para conhecer a doutrina espírita e, mais ainda, para colocar o conhecimento em prática.

O espírita precisa, minimamente, conhecer as obras básicas que Allan Kardec escreveu em conjunto com os espíritos. Depois, precisa conhecer outros autores clássicos, tais como Gabriel Delanne, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Ernesto Bozzano e Leon Denis, entre outros. Isto demanda tempo e disciplina, pois esses livros merecem ser estudados, e não apenas lidos. Sem esse embasamento, a pessoa não tem uma base segura para partir para outros autores.

Depois que estes livros forem estudados, o espírita estará apto a partir para o estudo das obras de André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier. Temos a memorável série de livros que começa com "Nosso Lar".

Tão importante quanto o estudo é a prática do Espiritismo. Essa prática diz respeito não só à vida privada, mas a religiosa também. O espírita não deve se limitar a praticar o Espiritismo somente nos dias e horas marcados, onde frequenta o Centro: precisa usar sua religiosidade em todos os momentos de sua vida.

No Centro Espírita temos um local formidável para o estudo e a prática da moral cristã. Temos também as atividades práticas da mediunidade, além a assistência ao próximo, fundamental não só para o espírita, mas para qualquer cristão.

O Centro Espírita deve ser o local onde os discípulos do Espiritismo se reúnem para estudar e vivenciar a mensagem de Jesus sob a ótica espírita. Deve ser um local onde nos sintamos tão à vontade quanto em nossa própria casa. Para isso, é necessária a participação de cada um, pois o conjunto é o resultado do esforço de todos. Não pergunte o que o Centro tem a oferecer a você, mas o que você pode fazer por ele e pelo próximo!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Marcos 3.7-12

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 7: Jesus retirou-se com seus discípulos e foi na direção do mar, e uma numerosa multidão vinda da Galileia o seguia.

Versículo 8: E assim que ouviram a respeito de tudo o que Ele estava realizando, grande quantidade de pessoas provenientes da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, das regiões do outro lado do Jordão e das cercanias das cidades de Tiro e Sidom, veio ter com Jesus.

Jesus estava ficando cada vez mais conhecido. O evangelista Marcos lista as principais regiões de Israel e dos países vizinhos, dizendo que seus habitantes procuravam por Jesus. Numa época em que os meios de comunicação eram praticamente inexistentes, isto  era um feito e tanto!

Todos queriam ser curados por Jesus. O fato de os fariseus O perseguirem só aumentava a curiosidade do povo.

Versículo 9: Então, por causa da multidão, Ele pede aos discípulos que passem a manter um pequeno barco à sua disposição, para evitar que a massa de pessoas o apertasse, tirando-lhe os movimentos.

Versículo 10: Pois Ele havia curado grande multidão, de modo que todos os que padeciam de alguma enfermidade se acotovelavam na tentativa de vê-lo e tocá-lo.

Veremos, em outros trechos do Evangelho, que quando Jesus era comprimido pela multidão, entrava em um barco e dali pregava. Era uma maneira de possibilitar que todos O pudessem ver e ouvir.

Versículo 11: E acontecia que todas as vezes que as pessoas com espíritos imundos o viam, atiravam-se aos seus pés e berravam: "Tu és o Filho de Deus!"

Versículo 12: Todavia, Jesus repreendia tais espíritos severamente, ordenando que não revelassem quem era Ele.

Os espíritos obsessores prontamente reconheciam quem era Jesus. Não tinham qualquer dúvida de que Ele era o espírito mais evoluído que já havia encarnado na Terra. O mesmo não acontecia com os fariseus e outros líderes religiosos da época; mesmo vendo os milagres que Jesus fazia, pareciam não acreditar que tudo isso vinha do Filho de Deus.

Jesus repreendia os espíritos obsessores porque ainda não era a hora de todos saberem quem Ele era. Jesus queria convencer a todos através de Seus ensinamentos, e não apenas pelas curas que fazia.

Pergunto se, caso Jesus reencarnasse entre nós, teríamos condições de O reconhecer, ou se apenas os espíritos dedicados ao mal o reconheceriam...

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Marcos 3.1-6

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 3


Versículo 1: Em outra ocasião, Jesus entrou na sinagoga e encontrou ali um homem que tinha atrofiada uma das mãos.

Versículo 2: Alguns dos fariseus estavam procurando uma razão para acusar Jesus; por isso o observavam com toda a atenção, a fim de constatar se Ele iria curá-lo em pleno sábado.

A lei de Moisés não permitia que se fizesse nenhuma atividade aos sábados, com raras exceções. Violar essa proibição era um crime punível com a morte.

Os fariseus eram um grupo de judeus que zelosamente obedeciam as leis do Antigo Testamento e as tradições religiosas. Preocupavam-se excessivamente com o cumprimento das regras religiosas. Por isso, escandalizavam-se com Jesus, que não demonstrava a mesma preocupação em cumprir todas as regras inventadas pelos homens.

Os fariseus valorizaram tanto sua posição social e a oportunidade de obterem vantagens pessoais que se esqueceram de sua missão: ajudarem as pessoas a encontrarem o caminho até Deus. Eles deveriam ser os primeiros a reconhecerem Jesus como o Messias prometido, mas queriam um Messias que cumprisse as suas expectativas de glória e poder.

Versículo 3: Então convidou Jesus ao homem da mão atrofiada: "Levanta-te e vem aqui para o meio."

Versículo 4: Em seguida Jesus indaga deles; "O que nos é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal? Salvar vidas ou matar pessoas?" No entanto, eles ficaram calados.

Jesus diz que ser capaz de faze o bem (curar o homem) e preferir não fazê-lo equivalia a fazer o mal (não curá-lo). Em aramaico, que era a língua falada por Jesus, o sentido geral da palavra "pecar" é errar.

O interessante desta situação é que em nenhum momento os fariseus tiveram dúvidas de que Jesus tinha a capacidade de realizar um milagre, curando o homem que estava na sinagoga. Eles queriam ver se Jesus faria isso num sábado, quebrando uma regra!

Versículo 5: Indignado, olhou para os que estavam ao seu redor e, profundamente entristecido com a dureza do coração deles, ordenou ao homem: "Estende a tua mão." Ele a estendeu, e eis que sua mão foi restaurada.

Jesus ficou profundamente entristecido porque os religiosos, que deveriam zelar pelo bem estar das pessoas, preferiam discutir se curar alguém no sábado era um pecado ou não. O amor a Deus e ao próximo tinha ficado completamente esquecidos por esses sacerdotes.

Versículo 6: Diante disso, retiraram-se os fariseus e iniciaram, em acordo com os herodianos, uma conspiração contra Jesus,e tramavam um meio de condená-lo à morte.

Os herodianos eram judeus que formavam um partido político que queria restaurar a linhagem de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, como governante de Roma.

Os fariseus eram inimigos políticos dos herodianos, mas se uniram para combaterem Jesus.

Vemos um paradoxo: Jesus não podia curar um doente no sábado, mas eles podiam conspirar para matarem uma pessoa!

Temos, em todas as religiões da atualidade, grupos opositores que se formam por terem pontos de vista divergentes sobre um assunto. Jesus mostra de maneira muito clara o que deve ser feito: o bem, em qualquer situação. Quando se deixa de fazer o bem, isso é o mesmo que fazer o mal.

Não devemos permitir, dentro do Espiritismo, a formação de grupos que se acham detentores do entendimento correto da Doutrina Espírita. Ninguém, no atual estágio de evolução, é capaz disso. Jesus nos deixou apenas dois mandamentos : amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a si mesmo. Tudo o mais é supérfluo.

domingo, 6 de setembro de 2015

Marcos 2.23-28

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 2


Versículo 23: E aconteceu que passava Jesus num dia de sábado pelas plantações de cereal. Os seus discípulos, enquanto caminhavam, começaram a colher algumas espigas.

Versículo 24: Então os fariseus advertiram-no: "Vê! Por que teus discípulos fazem o que não é permitido aos sábados?"

 O sábado é um dia especial no Antigo Testamento: um em cada sete dias deveria ser separado para descanso e adoração a Deus. Os fariseus acrescentaram a esta lei de Moisés uma série imensa de regras para determinar o que podia e o que não podia ser feito aos sábados.

A lei mosaica permitia a todo viajante colher espigas ao longo das estradas para que pudessem matar a fome. Poderiam pegar apenas o que fossem comer. Os fariseus não estavam criticando o fato de colherem espigas para matarem a fome, mas por fazerem isso num sábado.

Segundo a lei mosaica, a ofensa por fazer qualquer coisa num sábado era punida com a morte por apedrejamento. Por isso, o acusado precisava ser advertido e a sua falta ser comprovada por duas ou três autoridades religiosas. Por isso os fariseus disseram "Vê".

Os fariseus fizeram uma acusação muito grave aos discípulos de Jesus, que poderiam ser punidos com a pena de morte.

Versículo 25: Mas Ele esclareceu: "Nunca lestes como agiu Davi e seus companheiros quando sofreram necessidade e tiveram fome?

Versículo 26: Na época do sumo sacerdote Abiatar, Davi entrou na casa de Deus e se alimentou dos pães dedicados à oferta da Presença, que somente aos sacerdotes era permitido comer, e os ofereceu também aos seus companheiros."

No primeiro livro de Samuel, no capítulo 21, versículos 1 a 6, vemos que Davi, ao fugir de Saul, teve fome. Procurou o sacerdote Aimeleque no templo, e pediu cinco pães do templo. Esses pães só poderiam ser comidos pelos sacerdotes. Davi os comeu, pois estava com fome.

Versículo 27: E então concluiu: "O sábado foi criado por causa do ser humano, e não o ser humano por causa do sábado."

Jesus explica que a finalidade do sábado é ser um dia de descanso, de restauração física e moral. Para isso é que o sábado foi criado. Os fariseus colocaram tantas regras sobre o que podia e o que não podia fazer neste dia que as pessoas tinham dificuldade em cumprir tantas regras. O que era uma coisa simples acabou ficando complicada.

Versículo 28: Assim sendo, o Filho do homem é Senhor inclusive do sábado.

Jesus afirma que Ele tinha autoridade até mesmo sobre o sábado, que era um dia consagrado a Deus.

Jesus demonstra conhecer profundamente as Sagradas Escrituras, mas dá a elas uma interpretação que busca aproximar o homem de Deus. O Espiritismo tem a mesma finalidade, pois busca interpretar os ensinamentos de Jesus à luz da reencarnação, retomando os ensinamentos originais de Jesus.

sábado, 5 de setembro de 2015

Marcos 2.21-22

Evangelho segundo Marcos


Capítulo 2


Versículo 21: Ninguém costura remendo de pano novo em roupa velha, porquanto o remendo novo forçará o tecido velho e o rasgará ainda mais, aumentando a ruptura.

Versículo 22: Assim como não há pessoa que deposite vinho novo em recipiente de couro velho; caso o faça, o vinho arrebentará o recipiente, e dessa forma, tanto o vinho novo quanto o recipiente se estragarão. Ao contrário; põe-se o vinho novo em um recipiente de couro novo.

Jesus compara Seus ensinamentos como algo novo, que não cabe em coisas antigas.

Ao se colocar um remendo feito com um pano novo em um tecido velho, a roupa velha acaba por se rasgar mais ainda.

Ao se colocar um vinho novo, que vai fermentar e se expandir, em um recipiente feito com couro velho (que perde a sua capacidade de se dilatar), o vinho novo acaba por estourar esse recipiente.

Os ensinamentos de Jesus não cabiam no legalismo religioso dos fariseus. Os velhos rituais não poderiam conter esses ensinamentos. Por isso, Jesus buscou, para Seus discípulos, pessoas que não estavam vinculadas aos doutores da lei, pois elas precisavam se expandir para conter os novos ensinamentos que Ele trazia.